O Sport Club
Corinthians Paulista é um clube multiesportivo brasileiro sediado na cidade de São Paulo. Foi fundado como uma equipe de futebol no dia 1º de setembro de 1910 por um grupo de operários do bairro Bom Retiro. Seu nome foi inspirado no Corinthian FC de Londres, que excursionava pelo Brasil, sendo chamado pela imprensa brasileira
da época de Corinthian's team.
Embora tenha atuado em outras
modalidades esportivas ao longo dos anos, seu reconhecimento e suas principais
conquistas foram alcançados no futebol.[10] O clube é um dos mais bem sucedidos do Brasil
e das Américas nos últimos anos [11] . Sendo o segundo maior campeão nacional, com
dez conquistas, ficando atrás somente do Palmeiras. Tendo conquistado dois Mundiais de
Clubes da FIFA
(recordista na América do Sul, sendo superado mundialmente, somente pelo Barcelona), uma Copa
Libertadores da América, uma Recopa
Sul-Americana, seis
Campeonatos
Brasileiros,[12] três Copas do
Brasil,[13] uma Supercopa do
Brasil (recordista,
ao lado do Grêmio), cinco Torneios Rio-São
Paulo (recordista,
ao lado de Palmeiras e Santos) e 27 Campeonatos
Paulistas (atual
recordista).
Suas cores tradicionais são o branco
e o preto. Desde 2014, manda suas partidas de futebol na Arena Corinthians. Seus rivais históricos são o Palmeiras, com quem disputa o Derby Paulista, o São Paulo, com quem disputa o Majestoso, e o Santos, com quem disputa o Clássico
Alvinegro. Sua torcida é conhecida como "Fiel"[14] e seus torcedores são estimados em
aproximadamente 30 milhões espalhados por todo o Brasil e pelo mundo, atrás nacionalmente somente do carioca Flamengo,[15] [16] além de ser o primeiro na Região
Sudeste.[17] É considerada também uma das maiores torcidas
do mundo.[18] [19] De modalidades esportivas importantes ao longo da história
corintiana,[20] destacam-se o basquete, onde o clube desfrutou de relativo sucesso, especialmente durante as
décadas de 1950 e 1960, com a conquista de títulos paulistas, brasileiros e até sul-americanos, além de um vice-campeonato mundial em 1966,[21] a natação que rendeu quatro conquistas do Troféu Brasil de Natação, atual Troféu Maria Lenk, e o futsal, a partir da década de 1970, que rendeu conquistas em torneios estaduais e nacionais. A influência do remo na história do clube modificou o escudo original, que aludia meramente
ao futebol, com o acréscimo do par de remos e da âncora como aparecem até os dias de hoje
Nome Sport Club
Corinthians Paulista
Alcunhas
Timão
Time do Povo
Coringão
Todo Poderoso
Alvinegro do Parque São Jorge
Campeão dos Campeões
Time das Viradas
República Popular do Corinthians[1]
Time do Povo
Coringão
Todo Poderoso
Alvinegro do Parque São Jorge
Campeão dos Campeões
Time das Viradas
República Popular do Corinthians[1]
A história do Sport Club Corinthians Paulista cobre mais de um século de futebol
do clube brasileiro baseado em São Paulo, fundado em 1 de setembro de 1910 e reconhecido como um dos mais bem-sucedidos entre as equipes do futebol do Brasil. Poucos anos após sua chegada em São Paulo, o futebol tornou-se um dos esportes mais populares entre os paulistanos, tendo
sua prática disseminada por diversas partes da cidade. Embora fosse jogado por
todas as classes sociais, essas não se misturavam. Em 1901, cinco clubes de
origem aristocrático e burguesa fundaram a Liga Paulista
de Foot-Ball, a
entidade que controlaria oficialmente o futebol local e organizou a primeira
edição do Campeonato
Paulista em 1902. Entre eles, estavam o Club
Athlético Paulistano,
o São Paulo
Athletic Club[nota 1] e a Sport Club
Germânia, e seus
praticantes eram principalmente jovens brancos que integravam as classes mais
altas, principalmente estudantes.[1] A seleção criteriosa imposta pelos clubes da
LPF, presente nos seus estatutos, propositalmente excluía times oriundos das
classes populares, que paralelamente organizavam seu próprio futebol,
denominado informalmente de varzeano ou dos arrabaldes, sem contar com
prestígio por parte da elite paulistana e da sua imprensa, para quem o futebol
das classes populares era distinto daquele praticado pelos mais abastados.[2] [3]
No entanto, se as barreiras
de classe eram significativas em modalidades como ciclismo e tênis, elas começavam a ser rompidas com o passar dos anos no futebol,
esporte que contava com cada vez mais afeição da população de São Paulo pelo
futebol, seja nos espaço da elite econômica paulistana ou nos bairros e
terrenos vazios da cidade.[3] A crescente rivalidade entre os clubes da LPF e o aumento dos clubes
dos arrabaldes produziriam transformações importantes no futebol paulistano.
Uma das primeiras sinalizações nesse sentido veio quando uma parcela dos clubes
aristocráticos passou a buscar, a partir de 1908, bons jogadores, independente
das suas origens sociais, nos times de bairro.[4] Estes, por sua vez, desejaram participar do futebol oficial.[3]
Nesse contexto, associado
ao clima de euforia esportiva vivido em São Paulo, causava grande repercussão
na imprensa paulista as notícias vindas do Rio de Janeiro de que
um clube inglês de futebol estava fazendo grandes exibições no campo das Laranjeiras.
Convidado pelo Fluminense Football Club para uma
série de amistosos, o escrete londrino do Corinthian Football Club, que
ficou conhecido no país como "Corinthian team', derrotou impiedosamente o
então tetracampeão carioca por 10–1
em 22 de agosto de 1910. Os ingleses também derrotaram um combinado carioca,
por 8–1, no dia 24, e um combinado brasileiro, por 5–2, no dia 26.
O impacto dessas notícias
fez com que a Liga Paulista de Foot-Ball solicitasse um convite para o
"Corinthian Team" realizar amistosos contra o Paulistano, a Atlética das Palmeiras[nota
2] e o São Paulo AC, as três
maiores forças do futebol local até então, no Velódromo Paulistano, na rua
da Consolação. A chegada do esquadrão londrino a São Paulo foi um acontecimento que
recebeu cobertura destacada na imprensa local, sendo a delegação do Corinthian
acompanhada por multidões, que cercavam o Magestic Hotel, para conhecer os
grandes esportistas do "país do futebol".[5] [6] Em três amistosos, mais três vitórias: 2–0 diante da Atlética das
Palmeiras (em 31 de agosto), 5–0 no Paulistano (em 2 de setembro) e 8–2 no São
Paulo AC (em 4 de setembro).
A origem humilde (1910)
Os relatos da exibição do
Corinthian londrino contra o Atlética das Palmeiras em 31 de agosto chegaram
aos ouvidos de um grupo de jovens operários que sonhavam em fundar um novo time
no Bom Retiro (então
um reduto típico de imigrantes italianos), empolgados e discutindo sobre os
lances da vitória do time inglês.[1] Depois daquela atuação do "Corinthians team", não se falava
de outra coisa no bairro.[7] Na barbearia de Salvador Bataglia, a descrição dos lances era feita por
Antônio Pereira, Alexandre Magnani, Miguel
Bataglia e o próprio proprietário do estabelecimento, que haviam visto o duelo
no Velódromo, enquanto ouviam impressionados Joaquim Ambrósio, Carlos da Silva,
Rafael Perrone e
Anselmo Correia.[8] Naquela época, parte deles costumava bater bola com outros
trabalhadores pelas ruas dali, mais precisamente na rua Júlio Conceição com a
rua dos Italianos.[7]
A conversa continuou fora
da barbearia, até que Joaquim Ambrósio, Antônio Pereira, Rafael Perrone,
Anselmo Correia e Carlos Silva pararam em frente a um terreno baldio da Rua dos
Imigrantes (atual Rua José Paulino). Toda vez que passavam por ali, Ambrósio
insistia na ideia: A gente tem que
resolver logo a fundação desse time. Estamos perdendo tempo e bem podemos
conseguir esse terreno ali para fazermos nosso campo. A gente procura os donos,
fala com eles e tudo fica certo.[9] Assim, finalmente eles decidiram fundar um clube.[10] Rafael Perrone levantou a hipótese que a chuva poderia atrapalhar a
reunião do dia seguinte, já que ela seria realizada em plena via pública, em
frente ao terreno, e não havia telhado para cobrir os entusiastas.[1]
Antes da reunião na noite
do dia 1º de setembro, aqueles
jovens operários foram assistir a uma sessão com um compacto da partida do
Corinthian, exibido com exclusividade no Teatro Radium.[11] Depois por volta das 20h30 daquela data, em frente aquele terreno da
Rua dos Imigrantes, reuniram-se num salão de barbeiro da rua dos Italianos,
esquina com a rua Júlio Conceição, de propriedade de Salvador Bataglia, os
cinco rapazes se reuniram juntamente com outros moradores do bairro para lavrar
a primeira ata de fundação do novo clube debaixo de um lampião de gás.[12] Também foi eleita a primeira diretoria, cujo primeiro presidente eleito
foi o alfaiate Miguel Bataglia, além dos vices-presidentes Salvador Lapomo e
Alexandre Magnani, do secretário Antônio Alves Nunes, do tesoureiro João da
Silva e do procurador-geral Carlos da Silva.[nota
3] Como Bataglia havia aceitado a presidência do clube apenas
provisoriamente, Magnani assumiu o cargo a partir de 15 de setembro,
mantendo-se no posto até setembro de 1914.
Em uma nova reunião,
marcada quatro dias depois na casa do presidente, às 20h, foi decidido o nome
do novo time. Com a sessão aberta para os debates, Joaquim Ambrósio foi o
primeiro a falar e sugeriu a denominação de Corinthian em homenagem à equipe
inglesa que realizara grandes exibições há alguns dias, uma ideia com a qual
todos concordaram e ficaram de pé, em sinal de aprovação.[nota
4] Com a voz emocionada ao declarar aprovado o nome do clube, Miguel
Bataglia levantou-se e declarou: "Está
adotado o nome de Sport Club Corinthians Paulista para o nosso grêmio".[1] A primeira sede provisória foi instalada na rua dos Imigrantes, 34.[12]
Contudo, existiam alguns
empecilhos a serem enfrentados, a começar pela aquisição de uma bola e de um campo. Como não dispunham de
recursos, o jeito foi iniciar uma campanha para angariar sócios. Embora
houvesse muitas dificuldades para que os moradores participassem do quadro
associativo, o número de adeptos foi crescendo e, para se comprar a primeira
bola, uma lista percorreu todo o bairro, pois era necessário 6 mil-réis para se
adquirir o principal instrumento do novo time.[1] Por conta de uma exigência dos diretores corintianos, só poderia
contribuir quem fosse sócio. Finalmente, os diretores conseguiram arrecadar
dinheiro para comprar uma bola oficial em uma pequena loja na rua São Caetano.[1]
As mesmas dificuldades para
comprar uniformes.[nota
5] Inicialmente, o time jogava com camisas comuns brancas. Consta que, com
o passar do tempo, experimentou-se investir em um uniforme para si, com camisas
creme, com gola, punho e barras pretas - como era o uniforme do Corinthian
inglês. Contudo, com o decorrer das lavagens, o creme desbotava e as camisas
ficaram brancas. Como não havia disponibilidade para a compra de mais um
uniforme, o branco juntou-se ao preto dos calções e assim ficou determinado as
cores do time.[1]
Já o campo escolhido para
as práticas futebolísticas foi mesmo o terreno na rua dos Imigrantes, que
abrigava anteriormente um depósito de lenha. Por essa razão, a primeira casa corintiana ganhou o apelido de "Lenheiro".[14] Alugada por 30 mil réis ao mês, o campo de 80 por 60 metros foi
capinado na base da foice e da enxada e depois murado pelos fundadores Antônio
Pereira e Joaquim Ambrósio.[14] Foi lá que o Corinthians mandou seus primeiros jogos, ainda na várzea, de
1910 a 1912.
O começo na
várzea (1910-1912) A primeira partida oficial da
história do Sport Club Corinthians Paulista ocorreu no dia 10 de setembro de
1910, na várzea da Lapa, contra o União Lapa
Futebol Clube. Os
jogadores saíram do Bom Retiro ainda na madrugada e caminharam até o bairro
onde a partida foi realizada.[nota 6] O adversário, então uma das mais respeitáveis
equipes do futebol varzeano paulistano, acabou vencendo por 1–0.[15] A base daquele primeira formação corintiana
era composta por seis jogadores de um time do bairro do Bom Retiro, a
Associação Atlética Botafogo, mais os cinco fundadores do Corinthians.[2] [16] Com o tempo, vieram jogadores do Tiradentes,
do Domitila e de outros varzeanos menores.[17]
Quatro dias depois, na
tarde do dia 14 de setembro, o Corinthians fez sua segunda partida amistosa e a
primeira em casa, no campo do Lenheiro.[15] No duelo contra o Estrela Polar, os corintianos venceram por 2–0, com
um gol do centroavante Luiz Fabbi (o
primeiro da história do time) e outro de Jorge Campbell. Treze dias depois, o
Corinthians recebeu a Associação Atlética da Lapa, uma equipe formada apenas
por atletas ingleses, e acabou vencendo por 5–0. Após a vitória, houve festa no bairro do
Bom Retiro e a equipe foi ganhando dos populares locais.[nota
7]
Nos dois anos seguintes, os
corintianos se firmaram como uma das maiores forças, senão a maior, do cenário
da várzea paulistana.[nota
8] . Naquele período, era comum que alguns jogadores - como Aparício,
Casimiro, Amílcar e os irmãos César e Manuel (Neco) - defendessem tanto o
Corinthians Paulista quanto o AA Botafogo, dependendo da data e do horário dos
jogos marcados.{{nota de rodapé|Há relatos também que um jogador negro chamado
Davi defendia tanto o Botafogo quanto o Corinthians, sendo apontado por alguns
como o primeiro jogador não-branco a vestir a camisa corintiana, embora o
jornalista Thomaz Mazzoni garantisse que Davi jamais jogou no primeiro quadro
do clube, mas apenas no segundo, pelo temor de que, uma vez escalado, o
Corinthians fosse rejeitado de suas pretensões de alcançar a elite do futebol
paulista.[19] Por sua raça e vontade vencer, foi apelidado carinhosamente naquele
tempo de "o galo brigador do Bom Retiro".[1] No entanto, desse período inicial da história corintiana, não há
informações sobre uma série de partidas que a equipe disputou, tampouco se
participou de campeonatos entre times de bairro nem como o se sustentava
financeiramente.[20]
Sabe-se que a equipe também
realizou suas primeiras partidas fora da capital, como um duelo contra o
Corinthians FBC, disputado no campo do bairro Guanabara, em Campinas, em 17 de setembro de 1911, que terminou com a vitória do time do Bom
Retiro por 3–1. Era uma mostra de que o Corinthians já era um time conhecido
fora da cidade de São Paulo, a ponto de um clube de outra cidade se dispor a
pagar as despesas, notadamente de transporte ferroviário, para poder disputar
um amistoso.[20] Ademais, o clube já tinha outro homônimo em Jundiaí.[15] [21] Outro fato do período foi a tentativa do Corinthians de ingressar na LPF em 1912 para assumir a
vaga do Sport Club Internacional, que se
havia retirado da liga, mas acabou retornando a mesma, frustrando o sonho
corintiano.[18]
Estreia na LPF e os primeiros títulos estaduais (1913-1916)
O desejo de enfrentar as equipes da
elite paulistana permaneceu entre os corintianos. Nas disputas de bairro, o
Corinthians arrastava grandes públicos para seus jogos, o que atraiu a atenção
da Liga Paulista
de Foot-Ball,
financiada pela cobrança de ingressos para as partidas de seu torneio.[2] [22] A possibilidade de aceitar o ingresso de
clubes de raízes populares gerou um racha na própria LPF entre os filiados favoráveis
e contrários a medida.[nota 9] Paralelamente à polêmica, o Paulistano exigia da entidade um aluguel de
200 mil réis de aluguel por cada jogo que fosse realizado no seu estádio, o Velódromo, mas a Liga acertou o uso do Parque
Antárctica, de
propriedade do Germânia, pela mesma quantia e por mês, em
vez de por partida.[2] Teria sido o estopim para que o Paulistano
rompesse com a LPF e liderasse um movimento para a criação de uma entidade
rival, a Associação Paulista de Sports Athléticos (Apea), que já naquele ano
organizou um campeonato paralelo com a presença da Atlética das
Palmeiras e do Mackenzie.[nota 10] Além do Germânia, a LPF contou com a
fidelidade de Americano e Internacional[nota 11] E assim, o Corinthians ganhou uma chance para
disputar uma seletiva contra o São Paulo Football Club (do Bixiga), o São Paulo Railway Football Club (da Luz) e o Minas Gerais
Football Club (do Brás), este último tido uma agremiação
de grande rivalidade com os corintianos.[25] Somente o vencedor poderia disputar campeonato oficial da Liga Paulista de Futebol, embora sua vaga não estivesse
garantida automaticamente, já que além da vitória em campo, ele seria avaliado
por uma comissão especial encarregada de decidir sobre a entrada de um clube
conforme um nível de "bons modos sociais" condizentes com o que a
liga e parte da imprensa esperavam.[nota 12] No sorteio, ficou definido que o Corinthians
enfrentaria primeiro o Minas Gerais. No dia 23 de março, os corintianos
venceram o duelo, por 1–0.[27] Uma semana depois, o alvinegro voltou a campo
para decisão contra o São Paulo do Bixiga, que acabou goleado por 4–0.[27] No dia seguinte, o jornal O Comércio de São Paulo do dia
seguinte elogiou o "comportamento social" do escrete corintiano.[nota 13] Naquele mesma data, após a diretoria da LPF se
reunir com representantes dos clubes filiados, bem como com a comissão que
emitiria parecer sobre a entrada do novo clube na Liga, a entidade aprovou o
ingresso dos Corinthians no campeonato da entidade. Estava dado o primeiro para
o alvinegro do Bom Retiro deixasse de ser um clube de bairro e se tornasse um
clube da cidade.[nota 14] Disputado entre 6 de abril e 26 de outubro, o
Paulista da LPF de 1913 também contaria com os estreantes Ypiranga e Santos.[nota 15] A estreia oficial corintiana foi contra o
Germânia, em 20 de abril, em confronto que terminou com a vitória adversária,
pelo placar de 3–1.[27] Ao final da competição, o Corinthians fez uma
campanha aquém das expectativas geradas pela imprensa esportiva e pelo próprio
clube[23] , somando 1 vitória, 4 empates e 4 derrotas.[nota 16] Apesar do desempenho regular, o time revelou Neco e Amílcar, que seriam os dois primeiros ídolos
corintianos.[2] Ainda naquele ano, foi criado o primeiro
escudo do clube, a princípio composto apenas pelas letras "C" e "P" maiúsculas, de Corinthians Paulista. O clube também deixou a sede
na Rua Guarany (que havia se instalado em 1912) e se mudou para a Rua José Paulino.
Em 1914, o Corinthians disputou pela
segunda vez em sua história um campeonato da LPF. A estreia corintiana ocorreu em dia 12 de
abril diante do Sport Club
Luzitano, no campo
do Parque Antárctica, com uma vitória corintiana por 6–0.[30] A partir dali, os alvinegros conquistaram
outras sete vitórias consecutivas e podiam ser campeões com um jogo de antecedência
caso vencessem a Associação
Atlética Campos Elíseos, no Parque Antárctica, na tarde do dia 8 de novembro. Com uma equipe
escalada com Aristides, Fúlvio e Casemiro González (capitão)[nota 17] ; Police, Bianco e César Nunes; Américo,
Peres, Amílcar, Apparício e Neco, o Corinthians venceu o confronto por 4–0, gols de Apparicio, Neco,
Police e Peres, e conquistou pela primeira vez - e com apenas quatro anos de
existência - seu primeiro título paulista.[30] O clube terminou sua participação naquele
Paulista de forma invicta, com 10 vitórias em 10 jogos disputados, 37 gols
marcados e 9 gols tomados[nota 18] , além de ter Neco como artilheiro, com 12 gols. O troféu de prata continha a inscrição
"Liga Paulista de Foot-Ball" e "S. C. Corinthians Campeão -
1914".[2] Mesmo tendo vencido o campeonato de uma
entidade em decadência, o título paulista trouxe prestígio aos corintianos.[23] Ademais, nas duas partidas que fez contra o Torino, os primeiros amistosos contra uma
equipe estrangeira da história do clube do Bom Retiro, o Corinthians foi o
único a oferecer alguma resistência.[nota 19] Os italianos venceram as duas partidas (3–0 e 2–1)[30] , embora o segundo resultado tenha sido
questionado pelos corintianos, que protestaram que a bola não teria entrado no
gol decisivo, marcado por Debernardi no fim.[2] A vitória suada também rendeu elogios do
técnico Vittorio Pozzo ao time alvinegro.[2] Ainda naquele ano, Alexandre Magnani deixaria
a presidência do clube, após quatro anos no cargo. Quem assumiu seu lugar foi Ricardo
Oliveira. Logo após sua posse, foi convocada uma assembleia extraordinária para
comunicar a mudança da sede administrativa do clube para a rua dos
Protestantes.[32] A iniciativa, que causou discórdia entre
muitos sócios e uma grave crise financeira ao clube, era uma parte da
estratégia da diretoria de aproximar o clube do centro da cidade, diminuindo a
identidade corintiana como a de um clube do Bom Retiro, e da Apea.[33]
No começo de 1915, após
mais uma tentativa fracassada de unificar as entidades do futebol do estado de
São Paulo, o Corinthians se desfiliou da LPF e pediu ingresso na Apea.[nota
20] Esta aceitou a filiação corintiana, porém, com restrições: o
Corinthians seria um membro extraordinário, ou seja, não gozaria de
prerrogativas da entidade, como participação no conselho deliberativo, nem do campeonato daquela temporada, que já havia começado. Além disso, a Apea criou mecanismos
estatutários que impediam um clube filiado a ela de jogar com outro não
filiado, bem como de um atleta de um clube filiado a mesma de defender, mesmo
que por algum tempo, um time ligado à LPF.[23] Com isso, o Corinthians ficou impedido de disputar o Paulista da Apea e
só poderia ceder seus jogadores para os clubes dessa associação. Ao longo da
temporada, a Apea prometeu aos corintianos agendar amistosos com todos os seus
filiados, mas apenas duas partidas foram realizadas (contra Scottish Wanderers Football Club e Atlética das Palmeiras),
enquanto os demais eram adiados e, posteriormente, cancelados.[nota
21] Com a indiferença da Apea, o alvinegro enfrentou sérias dificuldades
financeiras, já que deixaria de arrecadar com as rendas dos jogos, e ainda teve
de emprestar seus melhores jogadores. O resto da equipe passou a temporada
fazendo amistosos no interior, entre os quais, duelos contra o Paulista Sport Club, o Corinthians Jundiayense e o Guarany Foot-Ball Club[21] , solução que serviu para amenizar a grave situação das finanças
corintianas. A própria crise econômica também causou fortes turbulências
políticas dentro do Corinthians e alguns associados acusavam responsabilizaram
a diretoria por aquela difícil situação. Com dívidas, os dirigentes pediram um
empréstimo para saldá-las, mas o fato de os móveis do clube estarem relacionados
como garantia do empréstimo deixou muitos sócios revoltados e houve até mesmo
acusações de que dirigentes usaram o dinheiro da associação em benefício
próprio.[23] Neco e outros jogadores invadiram a sede alugada na Luz para salvar os
móveis que deveriam ser confiscados para o pagamento das dívidas geradas pelo
aluguel.[35] Pressionado, o presidente Ricardo de Oliveira renunciou ao cargo, tendo
assumido o vice João Batista Maurício, que também havia emprestado dinheiro ao
clube. O clube mudou mais uma vez de sede, desta vez se instalando no Palacete
Provincial, no Largo da Sé.
Após ser maltratado pela
Apea, não restou outra alternativa ao Corinthians a não ser pedir sua
refiliação à LPF em 1916, mesmo após desmerecê-la no ano anterior. Apresentando
fortes sinais de decadência, a velha entidade organizou seu último torneio oficial. Ainda assim, o Corinthians precisou passar por uma seletiva contra o Antarctica Foot-Ball Club.[36] A goleada alvinegra de 8–0 garantiu ao alvinegro a classificação para
campeonato, que seria disputado inicialmente por 14 equipes.[nota
22] Sem contar com jogadores importantes da base campeã de 1914, como Bianco (que foi para o Palestra
Itália), Casemiro (no Mackenzie), Peres (no
Ypiranga) e Police (no Botafogo Futebol e Regatas, o Corinthians estreou com uma vitória diante do Maranhão, por 3–1.[36] Mas o campeonato não seria concluído. Com a reunificação acordada entre
LPF e da APEA a partir de 1917, diversos jogos foram cancelados. O Corinthians
deixou de enfrentar o Vicentino (17 de
dezembro), Paysandu (25 de dezembro), Ruggerone (4 de
fevereiro) e Minas Gerais (18 de fevereiro), mas foi declarado o campeão da
competição, com nove vitória em nove jogos, a última delas por 3–0 sobre o Sport Club Americano.[36] Apparício terminou a competição como o artilheiro, com sete gols. Ainda
naquele ano, o Corinthians ganhou três partidas amistosas que ofereciam troféus
ao vencedor: a taça Beneficência Espanhola, vencendo o Germânia por 4–1, a taça
Cronistas Esportivos, batendo o combinado Inter/Vicentino por 3–0 e a taça dr.
Alcântara Machado, derrotando o Taubaté por 2–0.[36] O jurista, ex-vereador e então deputado estadual José de Alcântara Machado havia se
encarregado de fazer todas as tramitações com a Prefeitura de São Paulo para que
o Corinthians conseguisse um terreno na Ponte Grande (atual Ponte das
Bandeiras, próximo do Rio
Tietê, que divide a capital paulista) onde pudesse construir um novo estádio
próprio.[37] Ainda em 1916, foi assinado o contrato de arrendamento de uma área de
13 506 metros quadrados na presença do prefeito Washington Luís.[38]
PRIMEIRA CAMISA DO CORINTHIANS 1910 NA COR BEIGE
PONTE GRANDE PRIMEIRO CAMPO DE JOGO DO CORINTHIANS
Entre os grandes paulistas (1917-1921)
Após a dissolução da Liga Paulista de Foot-Ball, seus filiados foram integrados à liga da Associação Paulista de Sports
Atléticos, que passou a se chamar Associação Paulista de Esportes
Atléticos. Último campeão da LPF, o Corinthians disputou o campeonato unificado de 1917 com outras oito equipes. Com diversos jogadores da base campeã paulista
de 1914 e 1916 em declínio técnico, o alvinegro estreou com uma vitória
apertada sobre o Ypiranga, por 1-0, em 8 de abril.[39] Sinal das dificuldades que sofreriam os corintianos diante de
adversários mais fortes, como o poderoso Paulistano e o Palestra Itália, clube
com o qual o Corinthians iniciava uma grande rivalidade. O alvinegro perdeu as
duas partidas que realizou com ambos e, na classificação final, terminou a
competição na terceira colocação (com oito vitórias, três empates e cinco
derrotas. Também naquele ano, após as primeiras duas mudanças no escudo
corintiano, este ganhou um formato redondo, utilizado até a atualidade. Ainda
coube ao presidente em exercício João Martins de Oliveira a tarefa de conduzir
o processo de construção do novo estádio do clube, na Ponte Grande. Sem
conseguir o apoio de fábricas de cerveja Germânia e Antárctica para bancar
parte das despesas, o dirigente conseguiu recrutar sócios para participarem de
um mutirão de obras, que incluiu até mesmo alguns jogadores.[32] [40]
Em 17 de março de 1918, o
Corinthians dava início a temporada com um amistoso que inaugurou o seu novo
estádio, conhecido como Ponte Grande, na Rua Itaporanga (atual Avenida Santos
Dumond). O duelo de estreia, contra o Palestra Itália,
terminou em 3–3.[nota
23] Na disputa pelo Campeonato da Apea, que ficou marcado pela suspensão de partidas e interrupção da disputa,
comprometida pelo surto de gripe espanhola em São
Paulo, o time estreou com um empate em 2-2 com o Santos, mas alguns tropeços foram
decisivos na classificação final. Com uma campanha de 12 vitórias, dois empates
e duas derrotas, o alvinegro terminou na segunda colocação. Ainda naquele ano,
os corintianos realizaram sua primeira partida interestadual, vencendo o Clube de Regatas Flamengo no campo da Rua Paysandu, pelo
placar de 2–1.
Na abertura da temporada de
1919, o Corinthians venceu a primeira edição do Torneio Início do Campeonato da Apea (Taça Challenge), uma competição de tiro curto e realizada em apenas um
dia. Já pela maior competição da temporada, o Campeonato da Apea, o alvinegro estreou com uma goleada por 4-0 sobre o Minas Gerais, mas as
três derrotas consecutivas e outros dois empates seguintes praticamente
deixaram o time fora da luta pelo título.[41] Uma sequência de onze vitórias (com destaques para a goleada por 5-0
sobre Santos e a vitória por 2-1 diante
da Palestra Itália, a
primeira corintiana no derby) não foi o bastante para alcançar o Paulistano. Ao
final, a equipe terminou na terceira colocação. Sob o mandato do presidente
Albino Teixeira Pinheiro, o time estreou uma camisa inteiramente branca e
também adotado mudanças em seu escudo, com a adição de um círculo preto com o
nome completo do clube e o ano de fundação em branco, além da bandeira de São Paulo no
centro. Também oficialmente jogou o primeiro jogador negro a defender o quadro
principal corintiano, Asdrubal Cunha, mais conhecido como Bingo.[nota
24]
O Sport Club Corinthians
Paulista completou 10 anos de existência em 1920. No princípio daquela temporada,
o clube venceu pela segunda vez consecutiva o Torneio Início. Já na
disputa do Campeonato da Apea, as derrotas diante do Palestra Itália (na
estreia) e depois reveses diante do Ypiranga e São Bento colocaram os corintianos em situação difícil na disputa pelo título.[41] Mesmo a sequência de dez vitórias consecutivas, inclusive contra os
palestrinos (2–1) e o Paulistano (3–1),
não foi o bastante e o alvinegro ficou a um ponto dos líderes, terminando na
terceira colocação na classificação final.[41] Um dos destaques da campanha foi a goleada sobre o Santos por 11–0, no campo da Vila Belmiro. Com 5–0
ainda no primeiro tempo, os jogadores do Santos começaram a forçar pênaltis
(três no total) e expulsões. Depois do décimo gol corintiano, o santista Ary
Patusca fez gol contra aos 21 minutos do segundo tempo e terminou expulso por
conduta anti-desportiva, obrigando o árbitro Eduardo Taurisano a encerrar a
partida por falta de jogadores da equipe da casa.[41] Ainda naquele ano, Guido Giacominelli, um industrial oriundo de família
poderosa e ascendência italiana, assumiu a presidência do clube, sendo
responsável por promover uma série de modificações na agremiação corintiana,
como alterações no modelo de filiação e no sistema de contribuição dos sócios e
a criação do cargo de técnico, uma função que outrora era parcialmente exercida
pelo capitão do time (era ele quem escalava os jogadores) e acabou assumida
pelo próprio Giacominelli.
Em 1921, o presidente corintiano
também decidiu retirar a sede do clube outrora no Largo da Sé e realocá-la na
Rua Florêncio de Abreu, onde ficaria por mais de uma década. O Corinthians
estreou no Campeonato da Apea daquela
temporada com uma vitória por 3-0 sobre o São Bento, em 3 de maio.[43] O alvinegro chegou a última rodada na liderança, um ponto a frente do Paulistano, e
dependendo apenas de si para ser campeão. Mas uma derrota diante do Palestra Itália (0–3),
que não tinha chances na disputa, ajudou o rival do Jardim América, que ao
vencer com dificuldades o Syrio chegou ao título.[43] Por conta do empate na pontuação entre Corinthians e Palestra Itália, a
Apea obrigou uma partida desempate para decidir o vice, com direito a Taça A
Capital, oferecida pelo jornal homônimo. Mas as 20 minutos do primeiro tempo,
os palestrinos não aceitaram a marcação de um pênalti e se retiraram do gramado
do estádio da Floresta. O tribunal da Apea considerou os dois perdedores.[43] Como destaque da campanha, o resultado expressivo de 12–2 sobre o Internacional, até
hoje a maior goleada da história corintiana.[43]
A primazia corintiana (1922-1930)
O ano de 1922 marcava o
primeiro centenário da Independência do Brasil.[nota
25] Devido a relevância da efeméride, o Campeonato da Apea daquela
temporada foi considerado como um dos mais importantes até então, pois estava em
disputa a Taça do Centenário da
Independência. Assim, a competição foi muito almejada pelo "trio de
ferro" Paulistano, Palestra Itália e
Corinthians, que lutaram ponto a ponto pela título até as rodadas finais. A
estreia corintiana ocorreu contra os palestrinos em 23 de abril, no campo do
Parque Antárctica, e o resultado terminou em 2-2.[43] Com uma grande campanha, o alvinegro terminou o primeiro turno com 19
pontos, dois a mais que os palestrinos e quatro a frente do clube do Jardim
América. No turno decisivo, os corintianos chegaram a perder para os
palestrinos (2–3), mas conseguiram retomar a liderança antes da última rodada.
Precisando apenas de uma vitória sobre o já eliminado Paulistano, o Corinthians
venceu por 2–0, em 4 de fevereiro de 1923, sagrando-se campeão paulista de
1922.[43] Além de ser um dos mais importantes troféus da história do Corinthians,
a conquista representou a queda de um tabu de seis anos sem títulos. A campanha
teve 14 vitórias, 2 empates e 2 derrotas, tendo ainda Gambarotta como
artilheiro, com 19 gols. Dentre outros destaques da conquista, estavam o
zagueiro Armando Del Debbio, o meia Tatu[nota
26] e os ídolos consagrados Amílcar e Neco.[nota
27] Ainda como parte das comemorações do centenário da independência do
Brasil, foi disputada a Taça Cântara Portugália, em homenagem aos pilotos
portugueses que fizeram a primeira travessia aérea do
Atlântico Sul. Na decisão, o Corinthians bateu o Palestra
Itália, por 2–0, e ficou com o título.
No início da temporada
1923, o Corinthians venceu o Rio Branco (campeão do interior), por 2–0, e se consagrou como campeão da Taça Competência.[nota
28] Contando com a mesma base vitoriosa do ano anterior, os corintianos
estrearam no Campeonato da Apea daquele ano com uma goleada por 4–1 sobre a Associação Portuguesa de Desportos, em 22 de abril.[46] Foram mais quatro vitórias acachapantes durante o primeiro turno,
inclusive um novo 4-1, desta vez contra o Palestra Itália.[46] Em 2 de setembro, o alvinegro chegou ao seu segundo título paulista
consecutivo (e quarto na história) ao derrotar em casa o São Bento e contar com o tropeço do Syrio diante do Palestra Itália.[46] No total, foram 13 vitórias, 2 empate e 2 derrotas. Marcou 53 e sofreu
14 gols.
Já o tricampeonato no Paulista de 1924 foi conquistado somente na última rodada. Corinthians e Paulistano
disputaram ponto a ponto a liderança do torneio e chegaram até a rodada
decisiva empatados em 23 pontos. E os dois rivais se encontrariam justamente na
última rodada e o vencedor do confronto seria o campeão paulista de 1924. E no duelo disputado no dia 11
de janeiro de 1925, o Corinthians venceu por 1–0 e ao tricampeonato estadual.
Na temporada seguinte, no entanto, o Corinthians deixou escapar o quarto título paulista
consecutivo. Invicto até o encerramento da penúltima rodada, o alvinegro perdeu
o última partida na competição, diante do rival Paulistano. O título do Paulista de 1925 acabou com a Associação Atlética São Bento, com 16 pontos, um a frente de Corinthians (vice-campeão) e Paulistano
(3º colocado). Com o êxito das atividades futebolísticas, a sede corintiana na
Ponte Grande ficou pequena demais diante das necessidades do clube e demandas
da crescente torcida. A partir de novembro daquele ano, foi criado um fundo de
reserva para levantar recursos para a compra de um terreno onde seria instalada
a nova sede, um novo campo de futebol e outros equipamentos para demais
atividades esportivas.[47] Em 2 de junho de 1926, os diretores aprovaram a aquisição do campo do
Parque São Jorge, à época pertencente ao Sport Club Syrio,
comprado junto ao empresário Nagib Salem por 700 contos de réis (moeda da
época), em várias prestações, quando lá existia apenas um campo.
O estádio foi construído
aos poucos e ganharia o nome de estádio Alfredo Schürig, mas
carinhosamente passou a ser conhecido como Fazendinha.[48] Também naquele ano, o futebol paulista teve uma nova cisão, quando o
Paulistano rompeu com a APEA e decidiu criar uma nova liga de futebol, denominada Liga de Amadores de Futebol (LAF). A divisão perdurou por três temporadas. O Corinthians permaneceu
na APEA e disputou o Paulista daquele ano desta liga, mas terminou a competição na terceira colocação (atrás do
Palestra Itália e do Auto
Sport Club).
Em 1927, o Corinthians foi convidado para integrar a LAF e chegou a aceitar a
oferta da liga rival, mas no último momento desistiu e retornou à APEA. O Paulista daquele ano foi dominado pelo Palestra. Como consolo, os corintianos bateram os
campeões palestrinos por 3–1 na última rodada e lhe tiraram a invencibilidade
no torneio. O clube do Parque São Jorge terminou a competição na terceira
colocação.
No final da década, o
Corinthians seria tricampeão Paulista pela segunda vez. Tendo como maiores
rivais Palestra e Santos, o Corinthians faturou o Paulista de 1928 com um jogo de antecipação. O título paulista foi conquistado diante da
Associação Portuguesa de Desportos, com uma vitória por por 3–2 no dia 25
de novembro de 1928.
Contra a mesma Portuguesa e
novamente com um jogo de antecipação, o Corinthians faturou o bicampeonato no Paulista de 1929. O time do Parque São Jorge arrasou - no dia 3 de
novembro de 1929 - o adversário com uma goleada por 7–1. Para coroar a grande conquista,
mais uma goleada, desta vez contra o maior rival Palestra Itália: 4–1.
O Paulista da APEA em 1930 ganhou a adesão de alguns clubes que deixaram a LAF - e com isso, a liga foi
extinta pelo Paulistano. O Corinthians liderou de ponta a ponta o torneio,
sempre acompanhado de perto de Palestra Itália, Santos e São Paulo da Floresta. O
Corinthians chegou a última rodada com 42 pontos e só não seria campeão se
fosse derrotado pelo Santos, que somava 40 pontos. Se o time do litoral
vencesse, haveria a disputa de um jogo-extra para definir o campeão. Mesmo
precisando apenas de um empate, os corintianos arrasaram os rivais santistas,
vencendo a partida - disputada em 4 de
janeiro de 1931 - por 5–2. Com mais estes cinco gols, o ataque corintiano chegou ao
total de 94 em 26 jogos, com a fantástica média de 3,6 gols por partida.
A base do time quase não
mudou nestas três conquistas: Tuffy, Pedro
Grané e Del Debbio; Nerino, Guimarães e
Munhoz; Filó, Apparício, Neco, Rato e De Maria. Grande destaque para as
atuações do legendário trio formado pelo goleiro Tuffy e os zagueiros Pedro
Grané e Del Debbio, dos atacantes Filó (um novo ídolo dos
corintianos) e Neco (que se despedia do futebol, após 19 anos de dedicação ao clube do
coração, e se consagrando como um dos grandes ídolos da história corintiana).
Em 1931, o Corinthians perdeu importantes jogadores para o futebol italiano.
Numa época em que o clube possuía a melhor equipe do futebol paulista formada
por descendentes de italianos, quase metade deles deixou o clube para atuar
pela Lazio, de Roma.[44] Entre eles, o zagueiro Del Debbio e os atacantes Filó, Rato e De Maria. Já Tuffy, Gambinha e Munhoz foram afastados por problemas técnicos.[49] Com sete baixas importantes, a diretoria abriu-se para reforços de
atletas negros, marcando definitivamente a aceitação destes na história
corintiana, sendo os primeiros deles o goleiro João Henrique de Oliveira, mais
conhecido como Onça, e o zagueiro Jaú.[nota
29] [44]
Na temporada seguinte, mais
uma vez o Corinthians decepcionou. Com um fraca campanha (cinco vitórias e seis
derrotas), o clube terminou o Paulista de 1932 na sexta colocação pelo segundo ano consecutivo.
A profissionalização do
futebol do Brasil a partir de 1933 teve efeitos no Parque São Jorge. Entre 1933 e 1934, o Corinthians contratou o uruguaio Pedro Mazzulo para dirigir a equipe agora profissional, se tornando o
primeiro técnico do clube nesta nova era. Naquele período, também surgiram os
atacantes Zuza e Teleco, dois dos mais importantes
da história do alvinegro. Mas em campo, o desempenho corintiano ainda estava
aquém do desejado pelos torcedores do clube.
Inferior aos rivais
Palestra Itália, São Paulo e Portuguesa de Desportos, o Corinthians não passou
do quarto lugar nos Paulistas de 1933 (onde sofreu sua pior goleada diante do Palestra Itália: 0-8) e 1934.
1935 - 1939: redenção e "Tri do Tri"
Os dois anos seguintes
foram marcados por mais frustrações. No Campeonato Paulista de 1935, o Corinthians perdeu o título para o Santos - jogando no Parque São
Jorge. No estadual do ano seguinte, nova decepção. Após ter vencido o primeiro turno e manter uma
invencibilidade de 36 jogos, o Corinthians perdeu o campeonato, na melhor de
três, para o Palestra Itália: 1–0,
0–0 e 2–1. Mas a partir de 1937, o Corinthians voltaria a comandar o futebol paulista. Naquele ano, o
espanhol Manoel Correcher assumiu a presidência do clube, e a equipe faturou
seu primeiro título profissional. Deste elenco, os grandes destaques eram o
zagueiro Jaú (futuro titular da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1938), o
meio-campo José Augusto Brandão (que
também integrou o selecionado canarinho no Mundial da França de 1938) e os atacantes Filó (veterano ídolo corintiano, que havia voltado da Itália depois de anos na Lazio) e o Teleco (goleador do time naquele Paulista).
Estes mesmos ídolos fizeram
parte do elenco bicampeão invicto do Paulista de 1938, que também revelou o atacante baiano Servílio de Jesus, chamado
de "O Bailarino" por
sua habilidade com a bola nos pés. Naquela temporada, a final teve que ser
realizada em dois dias. No domingo, a chuva interrompeu a partida que o São Paulo vencia
por 1–0. Na terça-feira, disputaram-se os minutos finais da primeira etapa e
todo o segundo tempo. O Corinthians chegou ao empate com um gol de Carlito e
ficou com a taça.[nota
30]
No ano seguinte, 1939, o Corinthians sagrou-se tricampeão paulista pela terceira vez, fato
que nenhum outro clube do Estado conseguiu igualar até hoje.
1941 - 1950: tempos de jejum
Em 1941, o Corinthians novamente conquistou o Campeonato Paulista. O título só não foi de maneira invicta por conta de uma derrota, na
última rodada, contra o Palestra Itália. O time era ótimo, e a linha média
Jango, Brandão e Dino, impecável. A festa do título corintiano foi realizada no
recém-inaugurado estádio do Pacaembu.
Contudo, nos nove anos
seguintes, o Corinthians viveu um jejum de títulos paulistas. Sem conquistas
estaduais, o clube do Parque São Jorge consolou-se em levar por quatro vezes a
Taça São Paulo (em 1942, 1943, 1947 e 1948) - torneio que reunia os três primeiros colocados do ano anterior. Sem
ter a disposição seu poderio técnico dos últimos cinco anos, o Corinthians foi
vice-campeão paulista cinco vezes, sendo três delas seguidas, entre 1942 e 1950, numa época de ascensão do São Paulo,
liderado pelo atacante Leônidas da Silva, como
nova força no futebol paulista.
Mesmo com a contratação de nomes
de peso no futebol nacional, como a do zagueiro Domingos
da Guia, aos 32 anos, em 1944, ou dos atacantes Milani e Hércules em anos seguintes, o Corinthians
amargaria quase uma década sem conquistas importantes. A situação só começaria
a mudar a partir de 1949, quando uma nova geração de pratas-da-casa foi conduzida pelo técnico
Rato (o mesmo Rato campeão como jogador na década
de 1920) ao time principal. Os frutos seriam colhidos na primeira metade da
década seguinte.
1950 - 1954: época de ouro
Em 1950, ano da disputa da Copa do Mundo de futebol no Brasil, a equipe foi campeã pela primeira vez do Torneio Rio-São Paulo,
competição disputada entre as principais equipes dos estados de São
Paulo e Rio de Janeiro. Em 1951, no Campeonato Paulista, a linha de frente composta por Carbone,
Cláudio, Luisinho, Baltasar e Mário marcou 103 gols em 28 partidas. Com esse desempenho,
a equipe conquistou o título, além de ter Carbone como maior marcador da
competição, com 30 gols.[50] O clube venceria também o título paulista de 1952.
Em 1953, num torneio realizado na Venezuela, o Corinthians conquistou sua primeira competição envolvendo equipes de
diferentes continentes, a Pequena Taça do Mundo. Na
ocasião, o Corinthians foi a Caracas, capital venezuelana, e conseguiu seis vitórias consecutivas, contra as equipes da AS Roma, do FC
Barcelona e da Seleção de Caracas. Também em 1953 conquistou novamente o Torneio
Rio-São Paulo. Em 1954 o Corinthians recebeu a Taça do IV Centenário de São Paulo ao conquistar o campeonato estadual. No mesmo ano, alcançaria o
bicampeonato do Torneio Rio-São Paulo.[51]
1955 - 1976: o jejum
Entre 1955 e 1977, o futebol do clube somente conquistou uma competição dentro do país: o
Torneio Rio-São Paulo de 1966 (dividido com Botafogo, Santos e Vasco, em virtude da Copa
do Mundo na Inglaterra; os quatro times eram semifinalistas, porém a Copa tornou impossível o
término da disputa). Nesse período, os seguidores do Corinthians receberam o
apelido 'Fiel Torcida'. Também nesse período, o Santos
FC, de Pelé, dominava o futebol na época, conquistando 2 libertadores e 2 torneios
intercontinentais (1962-1963).
Uma das lendas mais
conhecidas do Corinthians é a suposta maldição lançada por Pelé: O time fora o campeão paulista do quarto centenário da cidade de São Paulo, em 1954. O menino Pelé foi apresentado, logo em seguida ao time e recusado.
Jurou que enquanto jogasse futebol, o Corinthians não seria campeão paulista.
23 anos depois, em 1977, Pelé abandonou definitivamente os gramados e o Corinthians naquele ano
voltou a ser campeão paulista.[nota
31] conseguiu estabelecer a marca de onze anos sem ser vencido pelo
Corinthians por campeonatos paulistas.[52]
O clube conseguia vencer
algumas competições fora do Brasil, como o Torneio de Torino (1966 e 1969), o Torneio Costa do Sol (1969) e o Torneio Internacional de Nova Iorque (1969). Porém, todas eram competições amistosas.
Em 1971 começou a ser disputado o Campeonato Brasileiro. O
Corinthians conseguiria, nas duas primeiras edições, o 4º lugar. Nos dois anos
seguintes suas campanhas não tiveram tal nível, melhorando em 1975 quando o clube alcançou a 6ª colocação, porém em 1976 o clube conseguiria sua melhor colocação até então, alcançando o 2º
lugar.
A invasão corintiana e o fim da angústia
A invasão
Mesmo com a promessa de
transmissão direta da partida pela TV para o Estado de São Paulo,
milhares de corintianos começaram a se dirigir para a cidade do Rio de Janeiro.[6] O movimento na Rodovia Presidente Dutra aumentou
a partir do dia 3 de dezembro, dois dias antes da
partida, e se intensificou ainda mais no dia seguinte, sábado, dia 4, "quando milhares de autos particulares,
'peruas' e ônibus deixaram São Paulo com destino ao Rio de Janeiro, conduzindo
torcedores para assistir" o jogo no Maracanã.[22] O movimento de torcedores quebrou o recorde de volume de tráfego na
via, de acordo com Departamento
Nacional de Estrada de Rodagem, que implantou uma
operação inédita até o momento e única até os dias atuais, a denominada "Operação Corinthians".[23] [nota
24] Depois da grande movimentação entre sexta e sábado à noite, o tráfico
na Dutra estava "abaixo do
normal" na manhã de domingo.[22]
Ao chegarem, muitos
corintianos percorreram ruidosamente as ruas de Copacabana e áreas centrais do
Rio.[6] No sábado de manhã, véspera da partida, havia grande concentração de
corintianos na Avenida Atlântica e em Ipanema, causando certo tumulto no
trânsito com carros e bandeiras.[8] Muitos corintianos viajaram sem ingresso, na expectativa de comprar no
Rio de Janeiro. Na manhã de sábado, vários deles foram ao Estádio das Laranjeiras, sede do Fluminense, em busca de ingressos e não houve registro de
incidentes.[24]
O auge da "invasão" ocorreu a partir
das 8h de domingo, quando a grande maioria dos corintianos vindos de São Paulo
já se concentravam no Rio. Os 300 ônibus da torcida organizada "Gaviões da Fiel" tinham
chegado por volta das 4h de domingo. Também já estavam presentes integrantes de
organizadas corintianas, como "Patota
do Timão", "Torcida
Jovem" e "Camisa
12". Numerosos ônibus, carros particulares, motocicletas,
bicicletas, táxis chegaram pela Rodovia Presidente Dutra[25] e em muitos pontos da cidade "os
carros com placas de São Paulo superavam em animação os cariocas, que
passivamente assistiam à festa dos paulistas". Pela cidade se viam
centenas de bandeiras pretas e brancas desfraldadas, milhares de faixas e
gritos em coro "Corinthians, Corinthians".[26] Quando os torcedores corintianos e tricolores se encontravam,
naturalmente havia muitas discussões, embora em clima amistoso.[8] [nota
25]
“ Nas
praias, o desafio entre as torcidas é bem-humorado, com gritos de
"Coríntias, Corínthians", rebatidos pelos "Nense, Nense".[8] ”
— Primeiro tempo do jogo foi no
calçadão da Av. Atlântica, Jornal do Brasil, 5 de dezembro de 1976.
O Detran e a polícia militar tentaram
organizar a "Operação
Corinthians" para receber os torcedores que chegavam ao Rio, mas
mesmo assim o engarrafamento estendido foi de cinco quilômetros na avenida
Brasil, principal via de acesso à cidade. Nas proximidades do estádio do
Maracanã, o trânsito fluía lentamente e o engarrafamento se estendeu por mais
de dez quilômetros. Já no início da manhã de domingo, pouco menos de dez horas
antes do pontapé inicial no estádio, o tráfego era complicado nos túneis
Rebouças e Santa Bárbara, quando dezenas de milhares de torcedores começaram a
se dirigir para o Maracanã.[23] O policiamento em toda cidade foi feito por cerca de 1 500 soldados da
polícia militar carioca.[27] Além dos engarrafamentos, a presença maciça de torcedores do
Corinthians causou outros impactos, como o esgotamento de bebidas e cigarros
nos bares e lanchonetes das imediações do estádio do Maracanã e ainda alguns
tumultos e agressões isolados.[23]
Dentro do estádio
Os portões do estádio do
Maracanã foram abertos às 13h, com mais de meia hora de atraso e certo tumulto.
A demora na abertura ocorreu por conta da conclusão de um concurso da Escola
Naval, realizada em pleno Maracanã, durante a manhã de domingo.[28]
A entrada dos milhares de
corintianos no Maracanã foi marcada por muitos festejos.[26] Em pouco tempo, eles conseguiram preencher mais espaços do estádio que
a do Fluminense, o que gerou atritos iniciais, logo contido por soldados da
polícia militar que formaram um cordão de alto a baixo das arquibancadas, na
faixa que a divide ao meio, para que acalmar os torcedores. A torcida
corintiana se concentrava especialmente em metade das arquibancadas e nas
cadeiras na proporção de 2/3 ou 3/4, mas não havia corintianos na geral.[10] Às 15h, duas horas antes de começar a partida, as arquibancadas estavam
completamente lotadas.[10]
“
|
Nunca
o Rio de Janeiro assistiu a algo semelhante do que ocorreu no último fim de
semana, quando foi tomado pela torcida corintiana, uma gente alegre capaz de
mudar o rosto de uma cidade por causa de uma partida de futebol. Vieram de
carro, de ônibus e até de bicicleta. Carregaram famílias, grandes bandeiras e
toda a alegria de suas buzinadas tão triunfantes na noite de sábado quanto na
vitória de domingo.[29]
|
”
|
— Informe JB, Jornal do Brasil, 6 de dezembro de 1976.
|
Foram registrados alguns
desmaios e atendimentos médicos, especialmente por conta do forte calor durante
toda a manhã e início da tarde na cidade - os hospitais do Rio haviam
apresentado movimento recorde para uma manhã de domingo, com cerca de 200
atendimentos, a maioria por excesso de bebidas alcoólicas[23]
Nas tribunas de imprensa,
cerca de 40 emissoras de vários Estados e as principais agências de notícias
brasileiras se aglomeravam entre os pequenos espaços reservados para a
transmissão da partida.[10]
Os 47 bares do Maracanã
trabalharam com reforço de pessoal e estoques - 72 mil garrafas de cerveja, 36
mil de refrigerantes e 3 mil sanduíches.[30]
O público pagante foi de
146 043 pessoas acrescidos de cerca de 12 000 menores de 14 anos que não
pagavam ingressos, na época. Já a renda foi de Cr$ 4.027.250,00, sendo que o
Corinthians ficou com Cr$ 1.527.743,40 e o Fluminense com Cr$ 1.211.355,32.[20]
Antes da partida, houve uma
preliminar entre Bangu e o Fluminense de Nova Friburgo, que terminou 3 a 0 para
os alvirrubros.
Nas semifinais de 1976, o
Corinthians enfrentou o Fluminense. No dia 5 de
dezembro, se disputaria, no Estádio do Maracanã (no Rio
de Janeiro) a segunda partida dessa fase da competição. A equipe 'mandante' era o
Fluminense, já que a primeira partida foi disputada em São Paulo. Porém, os
corintianos, apoiados por torcedores de outras equipes do Rio de Janeiro,
compareceram em grande número, chegando a dividir as localidades do estádio com
os seguidores da equipe local. Esse fato ficou conhecido como a Invasão corintiana…[53] A partida resultou na classificação do Corinthians para a final, onde
terminou sendo derrotado pelo SC
Internacional de Porto
Alegre.[54]
No dia 13
de outubro de 1977, no Estádio do Morumbi, o
Corinthians, comandado pelo saudoso técnico Osvaldo Brandão (o mesmo
técnico do título de 1954), voltaria a ser Campeão Paulista após mais de duas
décadas, ao vencer a Ponte
Preta por 1–0 no terceiro jogo da final, com gol de Basílio.[55] Na penúltima partida da final, que ocorreu no dia 9 de
outubro, foi estabelecido o recorde de público do Estádio do Morumbi em um jogo
de futebol, ao haver 147.032 pessoas presentes na ocasião.[56]
CORINTHIANS NO CINEMA
1981 - 1985: a democracia corintiana
A Democracia Corinthiana foi um
movimento surgido na década de 1980 no time brasileiro de futebol Corinthians, liderado por um grupo de futebolistas
politizados como Sócrates, Wladimir, Casagrande e Zenon. Constituiu o maior movimento ideológico da história do futebol brasileiro.[carece de fontes]
Este foi um período da história do
clube no qual decisões importantes como contratações, regras de concentração,
direito ao consumo de bebidas alcoólicas em público, liberdade para expressar
opiniões políticas e outros, eram decididas através do voto igualitário de seus
membros, de modo que o voto do técnico, por exemplo, valia tanto quanto o de um
funcionário ou jogador. Isso criou uma espécie de "autogestão" do
time, algo revolucionário para o contexto ditatorial em que estava inserido.
Em 1981, o Corinthians vinha de uma péssima campanha no campeonato brasileiro, assim como no Campeonato Paulista. Em abril de 1982, porém, acaba a gestão de Vicente Matheus na presidência, e
Waldemar Pires é eleito para assumir o clube. Pires escolheu um sociólogo como diretor
de futebol do time, Adilson Monteiro Alves, descrito por Gilvan Ribeiro, no livro "Casagrande e seus demônios", como "um jovem sociólogo com ideias
revolucionárias para a administração esportiva". Adílson primava por ouvir
os jogadores e outros membros da equipe corinthiana. Somando este fator à
presença de jogadores politizados no elenco, como Sócrates e Wladimir,
iniciou-se, dessa forma, uma revolução dentro do Corinthians.
A Democracia
A partir daí foi instituído
um sistema de autogestão, em que jogadores, funcionários,comissão técnica e diretoria
deliberavam sobre as mais variadas pautas - como contratações, demissões e
escalação - com base em votações. Um aspecto importante era que todos os votos
tinham peso igual.
Inovação
O Corinthians foi o
primeiro clube a utilizar a camisa com dizeres publicitários. Por iniciativa do
publicitário Washington Olivetto
(vice-presidente de marketing do clube na época e um dos criadores do termo
"Democracia Corinthiana"), junto com o jornalista Juca
Kfouri) o time estampava em suas camisas frases de cunho político, como
"diretas-já" ou "eu quero votar para presidente". Isso no
período da ditadura militar, quando
os movimentos sociais começavam a se rearticular para a instituição de uma democracia. O movimento causou desconforto entre os militares que, através do
brigadeiro Jerônimo Bastos, pediram moderação ao clube.
O resultado desse sistema
revolucionário foi próspero. O time chegou de cara nas semifinais do campeonato
brasileiro daquele ano, e conquistou o campeonato paulista em 1982 e em 1983. Além disso, durante o período de autogestão, o Corinthians quitou
todas as suas dívidas, e ainda deixou para o próximo período uma reserva no
caixa de US$3.000.000.
O Fim
A partir de 1984 começa a
articulação para criar o Clube
dos 13[carece de
fontes], onde a figura do presidente e sua cadeira no clube eram essenciais
para o ingresso. Paralelamente, o time amargou resultados ruins nas temporadas
de 1984 e 85, e assistiu a clubes como o Flamengo, com modelo clássico de
gestão, destacarem-se no cenário nacional. Logo depois, consolidar-se-ia ainda
o futebol moderno vindo da
Europa e trazendo meios privados e gerenciais de gestão de clubes. Houve
articulação para voltar ao movimento no final dos anos 80, mas agora sem força,
face a "nova ordem do futebol mundial" que despontava com a FIFA, UEFA e a Copa do Mundo de 1990. A Emenda Dante de Oliveira também contribuiu para o fim da Democracia. Sócrates, que afirmou só deixar o Corinthians se ela não fosse aprovada, acabou, depois que ela não passou pelo
Congresso, partindo para a Fiorentina, da Itália.
Crítica
Apesar de toda a veneração
por parte da mídia e de grande parte da torcida, o movimento também recebeu críticas
de atletas como os goleiros Emerson
Leão e Rafael Cammarota.
De democracia não tinha nada. Era um movimento bom para os que
comandavam, mas os outros só batiam palma. A Democracia Corintiana tinha os
quatro traíras: Sócrates, Wladimir e Casagrande, que era bocudo, além do Adilson Monteiro Alves.[4] — Rafael
Cammarota
Além disso, a maioria dos
jornalistas da grande imprensa, bem como membros do regime militar, tachava o
movimento como o símbolo de jogadores descompromissados.[5]
Após quebrar o 'jejum' de títulos paulistas, o Corinthians emplacou na década
de 1980 um movimento inovador no futebol mundial, conhecido como democracia corintiana.[nota
32] O movimento teve como marco a luta de um grupo de jogadores por maior
democracia dentro do clube, presidido por Vicente
Matheus - no cargo desde 1972.
Em 1981, o Corinthians teve uma de suas piores temporadas de sua história. O
time terminou na 26ª posição no Campeonato Brasileiro, e
amargou um oitavo lugar no Campeonato Paulista. Este mal desempenho no estadual levou o time para a disputa da Taça de Prata de 1982,
equivalente atual da segunda divisão nacional.[nota
33]
Em abril de 1982, Waldemar Pires foi eleito o novo presidente do clube, encerrando o
reinado de Vicente Matheus. Pires
descentralizou as decisões da diretoria, nomeando vice-presidentes que
assumiram setores específicos do clube. Sérgio Scarpelli cuidava das finanças e
Washington Olivetto
respondia pelo marketing. Foi criado o cargo de diretor de futebol para fazer a
ponte entre os jogadores e a diretoria. O indicado para o cargo foi o sociólogo Adílson Monteiro Alves, um cartola inexperiente, mas que sabia ouvir as
reivindicações dos jogadores.[57] Entre eles estavam os politizados Sócrates, Wladimir[nota
34] e, mais tarde, Casagrande.[57]
Foi aí que teve início a
revolução que, entre outras medidas, liberava os atletas casados da
obrigatoriedade da concentração. Todas as decisões eram resolvidas através do
voto, das contratações ao local de concentração, além dos próprios atletas se
sentirem noDireito de discutir questões de interesse da sociedade civil.[58]
Em campo, a autogestão
rendeu o bicampeonato no Campeonato Paulista de 1982 e 1983. No Campeonato Brasileiro, a equipe dirigida pelo técnico Mário Travaglini disputou
a Taça de Prata, equivalente da segunda divisão, mas os melhores colocados da
primeira fase se classificavam para a segunda fase da Taça de Ouro, a divisão
principal, e o Corinthians chegou às semifinais do Campeonato Brasileiro de 1982.[57]
O bom desempenho de atletas
como Biro-Biro, Ataliba, Zé Maria, Zenon e Eduardo dentro de campo foi
fundamental para legitimar o movimento. No começo, muitos jogadores sentiam
receio em manifestar suas ideias, mas com o tempo, ganharam funções fora do
gramado. Mas o movimento não era unanimidade. O goleiro Leão, um dos jogadores
mais importantes da campanha do Corinthians no Paulista de 1983, não se dava
bem com Sócrates e companhia e tinha fama de contra-revolucionário.[57] Outro que tentou tumultuar o ambiente era o ex-presidente Vicente
Matheus.[57]
A Democracia entrou em
declínio a partir de 1984, quando Sócrates foi para jogar na Fiorentina, da Itália, e Casagrande foi emprestado para o São Paulo. Em 1985, Waldemar Pires tentou eleger Adílson Monteiro Alves como sucessor, mas
foi derrotado por Roberto Pasqua. Era o fim da Democracia Corintiana.[57]
1985 - 1993: a volta de Matheus e o título brasileiro
Com o fim da Democracia Corintiana, o
Corinthians retomou os velhos princípios que regiam o comando do clube antes
deste movimento. Em 1987, houve novas eleições presidenciais, e Roberto Pasqua foi derrotado por
Vicente Matheus. Em 1988, o clube conquistava seu 20º campeonato estadual.
Depois de uma temporada em
branco, o Corinthians conquistaria em 1990 um dos títulos mais importantes de sua história. Dirigida pelo técnico Nelsinho, a equipe faturou seu primeiro Campeonato Brasileiro. Depois
de uma campanha regular na fase de classificação, o time do Parque São Jorge
derrotou Atlético Mineiro e Bahia nas quartas e semifinais,
respectivamente, e chegou pela segunda vez em sua história à decisão do
nacional. O meio-campo Neto foi o grande destaque
corintiano nestas partidas decisivas. Na decisão, o Corinthians enfrentaria o São Paulo, tido
como favorito na decisão,[59] em duas partidas no Estádio do Morumbi. No
primeiro duelo, realizado no dia 13
de dezembro, o time do Parque São Jorge venceu por 1–0,
com um gol do volante Wilson Carlos Mano.[60] Na segunda partida, em 16
de dezembro, novamente prevaleceram o talento do meia
Neto, a agilidade do goleiro Ronaldo e a raça dos volantes Márcio Bittencourt e Wilson
Mano sobre o time de Zetti, Cafu, Leonardo, Raí e companhia.[59] Diante de um público de mais de 100 mil pessoas no Morumbi, o atacante Tupãzinho tabelou
com o atacante Fabinho e mandou a bola para as redes de Zetti, aos 9min do
segundo tempo, de carrinho, em meio à gigante zaga são-paulina.[59]
Com as duas vitórias, o
Corinthians se sagrava campeão brasileiro pela primeira vez e ganhava o direito
de disputar, pela segunda vez em sua história, a Taça Libertadores da América do ano seguinte. Em 1991, o Corinthians não conseguiu repetir a temporada anterior. Apesar de
iniciar a temporada com a conquista da Supercopa do Brasil, contra
o Flamengo (campeão da Copa do Brasil de 1990), o time
do Parque São Jorge fracassou na disputa dos títulos estadual, do nacional e do
continental. No Paulista, o clube foi derrotado na final, diante do São Paulo. Na Libertadores, após
uma campanha regular na fase de classificação, o clube caiu diante do Boca
Juniors nas oitavas-de-final. No Brasileiro, o clube
sequer chegou na fase semifinal, ficando em quinto lugar na classificação
geral.[61] Ainda naquele ano, Vicente
Mateus deixou a presidência corintiana. Sua esposa, Marlene
Matheus, assumiu o clube e ficaria no cargo até 1993.
CORINTHIANS DE TODOS OS TEMPOS
TIME IDEAL : ZE MARÍA, GILMAR, GAMARRA, ROBERTO, WLADIMIR, LUISINHO, SOCRÁTES, RIVELINO, NETO, CLAUDIO E CASAGRANDE
1993 - 2007: era Dualib
Em 1993, em nova eleição o presidente eleito seria Alberto Dualib, e o clube conquistaria nos anos seguintes o Campeonato
Paulista de 1995 e o seu primeiro título na Copa do Brasil e de forma invicta..[62] Mesmo assim, Dualib imitou a iniciativa do Palmeiras em filiar o clube a um parceiro,[63] que na época tinha um acordo com a Parmalat.
Com isso, veio o primeiro parceiro
da Era Dualib, assinado em janeiro de 1997, com o Banco Excel, que patrocinaria sua camisa, por R$ 12
milhões (R$ 5 mi no primeiro ano e o restante parcelado no seguinte). Mário Sérgio, ex-jogador de futebol e treinador
do Alvinegro entre 1993 e 1995, foi quem ficou encarregado de gerenciar o
futebol e as contratações da equipe. Para causar impacto o banco apostou na
chegada de Túlio Maravilha,[64] vindo do Botafogo onde acabará de fazer 100 gols no ano. Outros grandes reforços foram o
zagueiro Antônio
Carlos, e o volante
Rincón e o atacante Edílson.
O primeiro resultado da associação
veio logo em junho, com o título paulista. A conquista, aliás, acabou ajudando
a abafar a participação de Dualib no "Escândalo Ivens Mendes"[65] - famoso caso em que Dualib foi flagrado em
conversa telefônica com então o presidente do Atlético-PR, Mario Celso
Petraglia, sobre
dinheiro que doaria para a campanha política de Ives Mendes, candidato a
deputado federal.
Em 1998, o clube se reforçou com a chegada do técnico Vanderlei Luxemburgo e se aliava com Gamarra, Marcelinho Carioca, Vampeta e Ricardinho. Com isso, o Corinthians voltou a
ganhar o Brasileirão. Mas, já no segundo semestre, vivia
a incerteza da continuação da parceria. O Excel faliu e foi comprado pelo
espanhol Bilbao
Vizcaya. Os
estrangeiros decidiram não continuar investindo no futebol e apenas cumpriram o
contrato até o fim: em dezembro de 1998. A parceria, porém, só foi
definitivamente encerrada em janeiro de 1999, depois que o HTMF, que seria a
nova parceira do clube, quitou uma dívida do clube com o parceiro anterior.
Com os boatos da falência do Banco
Excel, o novo parceiro seria o Banco Icatú,[66] onde suas intenções em patrocinar o
Corinthians foram revelada oficialmente no fim de 1998, mas as negociações já
aconteciam nos oito meses anteriores.
No papel, a parceria
Corinthians-Icatú duraria dez anos, com chance de renovação por mais 20. O
banco gerenciaria o departamento de futebol, e, em troca, ficaria com todas as
receitas geradas pelo setor. A partir do terceiro ano de parceria o Corinthians
passaria a ter participação nos lucros e não precisaria se preocupar com
eventuais dívidas. Estava nos planos a construção de um estádio para 45 mil
pessoas e a conclusão das reformas do CT de Itaquera. A parceria inclusive
teria ajudado no contrato com a Embratel em 1998, porém desentendimentos entre
a diregencia do clube e o banco fizeram não sair do papel.
Mal acabou a parceria com o Banco
Excel e logo acertou com o Hicks, Muse, Tate & Furst Incorporated - HTMF[67] (atual Traffic) em abril de 1999. Apesar de a verba ser maior do que a de Icatú e
Excel (R$ 100 milhões só no primeiro ano, incluindo despesas para sanar
dívidas, acertar contratações,finalizar CT de Itaquera e claro com a construção
de um estádio), os moldes eram parecidos e também duraria, inicialmente, dez
anos - com chance de renovação por mais dez.
A principal medida decorrente da
parceria foi a transformação do departamento de futebol corintiano em empresa,
com o nome "Corinthians Licenciamento Limitada Hicks Muse". Em troca
dos investimentos milionários para formar equipes vencedoras, o time da Globo teve de ceder em alguns pontos, como, por exemplo, deixar de lucrar em
transferências. Na hora de vender jogadores contratados já na época do HTMF, o
clube ficava com apenas 15% do total. E os lucros com revelações que surgissem
no período da parceria eram divididos em 50% para cada uma das partes.
Com a base montada já pelo Excel,
trouxe mais reforços e transformou o time num verdadeiro esquadrão, porém o ano
começou com baixa com a saída de Luxemburgo, que foi comandar a seleção
brasileira, mas com os reforços de Dida, Luizão, Fernando Baiano e Fábio Luciano. Mesmo assim, a equipe faturou o Paulistão e o
Brasileirão de 1999. Por ter sido campeão brasileiro do país sede (Brasil)
ganhou o direito de participar do primeiro Mundial de Clubes, comprado pela FIFA em 2000, onde venceu o CR Vasco da Gama nos penaltis e se sagrou campeão.
Fora de campo outro destaque. Em 2000 o deputado estadual paulista Afanásio Jazadji (PFL) submeteu o projeto de lei nº160 com o
objetivo de declarar o Corinthians patrimônio cultural, social e esportivo do
estado.[68]
Após a eliminação da equipe na Copa
Libertadores da América desse mesmo ano pelo Palmeiras na fase semifinal, vários jogadores, como
Marcelinho Carioca e Edílson, e o técnico Oswaldo de
Oliveira saíram do
clube. Apesar disso, essa até então foi a segunda melhor campanha do time na
libertadores até os dias atuais e tendo o atacante Luizão como um dos maiores artilheiros da história do torneio. Mas após isso,
a equipe terminou na penúltima colocação do Campeonato
Brasileiro de 2000,
chegando a perder nove partidas consecutivas.[69]
Mesmo com a saída de grandes
jogadores, o clube ganharia o Paulistão de 2001, e no ano seguinte, comandada por Carlos
Alberto Parreira, a
equipe alcançou sua quinta conquista do Torneio
Rio-São Paulo, vencendo
o São Paulo FC, em 2002. No mesmo ano, o clube venceu a Copa do Brasil, derrotando o Brasiliense na final. A Copa do Brasil marcou o fim da
parceria com a HTMF, após uma sequência vitoriosa de títulos.
Já sem parceiro, o clube chegou às
finais do Campeonato Brasileiro, mas acabou derrotado pelo Santos FC.[70]
Em 2003, o clube conquistaria seu 25º Campeonato Paulista de futebol , mas o
ano terminaria com a eliminação da equipe na Taça
Libertadores da América e com uma 11ª colocação no Campeonato Brasileiro.
A última parceria foi com a Media Sports Investiment - MSI, aprovada numa reunião conturbada do Conselho
Deliberativo, em novembro de 2004. Os opositores do MSI reclamavam
principalmente por não saber a origem do dinheiro e por suspeitar que seria
ilícito, dúvida que ganhou mais força em 2007.O acordo determinava que a
parceria deveria durar dez anos, e o grupo comprometeu-se a cuidar do
departamento de futebol profissional do clube contratando atletas, pagando
salários, dívidas, e prometendo a construção de um estádio[71]
A parceria tinha como principais
nomes Boris Berezovsky, magnata russo que está exilado em
Londres, procurado por fraudes em seu país de origem, seria o verdadeiro
investidor corintiano. O iraniano Kia Joorabchian, que ainda é, pelos menos oficialmente,
presidente do MSI, é considerado apenas um laranja. O parceria tinha também como
aliado o dono do Chelsea, Roman Abramovic.
A parceria mal começou e Berezovsky
e Kia, ao lado de Alberto Dualib, Nesi Curi e outros membros da parceria, eram
acusados pela Justiça de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
A MSI pareceu no começo, uma
"parceria dos sonhos" contratando jogadores a peso de ouro, como o
argentino Carlitos Tevez e Mascherano e os brasileiros Nilmar, Roger, Carlos
Alberto e Gustavo Nery (onde todos os brasileiros estavam
em clubes europeus). Com isso, o time ganhou o apelido de
"galácticos", em comparação ao também time de grandes jogadores do Real Madrid, onde o time tinha o mesmo apelido.
No dia 4 de dezembro de 2005, o Corinthians alcançou seu quarto título brasileiro na cidade de Goiânia, mesmo perdendo para a equipe do Goiás, já que o SC Internacional, única equipe que ainda possuia possibilidades
de ser campeã, junto ao Corinthians, perdera sua partida em Curitiba.[72]
Com a conquista, os jogadores foram
até o Palácio do
Planalto visitar o
presidente da República Lula, que é torcedor do Corinthians.[73]
Em 2006 a parceira investiu
menos que no ano anterior, mas além de manter a maior parte do elenco (a
ausência do goleiro Fábio
Costa, que foi para o Santos, foi a mais sentida), o clube apostou na volta de Ricardinho, que
estava no Santos, e nas promessas Ramon e Renato, do Atlético-MG, além de
outros jogadores menos badalados.
Com o grande objetivo em
conquistar a América, o clube foi novamente eliminado da Taça Libertadores, pelo River Plate da Argentina nas oitavas-de-final, assim como em 2003. Revoltados, muitos torcedores tiveram um grave enfrentamento com a
polícia dentro do próprio Estádio do Pacaembu na
tentativa de invadir o campo de jogo, provocando o encerramento antecipado da
partida.[74]
A primeira fonte de
desentendimento foi a volta de Marcelinho Carioca, bancada
pelo presidente do clube e não pela parceira, que deveria ser a responsável
pelas contratações. Porém, houve problemas dentro de campo (mau desempenho nos
campeonatos e desentendimentos de jogadores entre si e do ídolo Tevez com a
torcida) e fora (o técnico Emerson
Leão se desentendia com os argentinos[75] e depois com C. Alberto, Kia e Dualib estavam rompidos, não havia mais
tanta injeção de dinheiro como antes etc). O clube passou o ano em branco e viu
seus principais jogadores saírem tanto em agosto, na janela de transferência
para o mercado europeu (Tevez e Mascherano foram para o desconhecido West
Ham da Inglaterra), quanto no final de ano (Carlos Alberto, Gustavo Nery, Sebá, Ramon,
Renato entre outros).
Ainda naquele ano, quando o
José
Serra assumiu a prefeitura de São Paulo, foi criado o Dia do Corinthians, no dia da
fundação do clube, 1º
de setembro.
2007: troca de presidente e rebaixamento
Em 2007, a crise entre a parceria e
o clube se concretizava com as poucas contratações feitas. Após o Campeonato
Paulista, os poucos
jogadores que chegaram por intermédio da MSI, como Roger, Amoroso, Marcelo Mattos e Magrão, deixaram a equipe. O clube então
apostou em vários atletas do Bragantino, equipe semifinalista do Campeonato Paulista,
e recebeu de volta o emprestado Gustavo Nery, além de fechar contrato com o experiente
volante Vampeta.[76] Para o comando, a saída de Leão foi
substituída pelo interino Zé Augusto em uma partida até a chegada de Paulo César
Carpeggiani, que
não atuava em uma equipe desde 2004.[77]
Em 24 de julho, o Conselho Deliberativo corintiano votou de
forma unânime pelo fim do acordo com a MSI, que deveria durar até 1º de dezembro de 2014. Na semana seguinte o presidente Alberto Dualib e seu vice Nesi Cury pediram afastamento da
presidência por 60 dias, antes da assembléia do dia 7 de agosto que viria a decidir o afastamento por tempo
indeterminado de ambos. Com isso, um dos vice-presidentes, Clodomil Orsi, assumiu interinamente a presidência
corintiana.[78]
Com as saídas de Carpegiane,[79] o clube trocaria de técnico mais duas vezes
Assumindo José Augusto,[80] treinador nas categorias de base corintianas,
que comandou a equipe até setembro,[81] quando foi substituído por Nelsinho Baptista.[82]
Ainda nesse mês, Alberto
Dualib renunciou definitivamente à presidência do Corinthians, após sofrer
pressão da diretoria para deixar o cargo ao ser acusado de corrupção, lavagem
de dinheiro e formação de quadrilha.[83] Após isso, foi aberto o processo para novas eleições, realizadas em 9 de
outubro. A vitória foi de Andrés
Sanchez, ex-aliado de Dualib e da MSI.[84]
Constantemente ameaçado em
cair para a Série B, o clube caiu para a segunda divisão no dia 2 de
dezembro de 2007, após o empate com o Grêmio, e a vitória do Goiás sobre o Internacional, após o arbitro voltar
dois penaltis a favor do Goiás, que o goleiro Clemer havia defendido. O clube
então acabou terminando a competição na 17ª colocação, sendo rebaixado à Série B do Campeonato Brasileiro.[85] [86] Em contraste, a equipe Sub-17 conseguiu seu terceiro título do Campeonato Paulista,[87] completando uma série de 56 partidas sem derrota.[88]
2008-2009: o ano da superação e a volta por cima
Após o rebaixamento em 2007, o Corinthians se prepara para um ano de mudanças e transformações. A
começar pela direção, com as saídas de Alberto Dualib e Nesi Cury em definitivo do clube[89] e a contratação do diretor técnico de futebol,
o ex-jogador Antônio
Carlos, que já teve
uma passagem pelo clube em 1997 onde foi Campeão Paulista. A presidência
provisória do time ficou nas mãos de Andrés Sanchez,[90] que tempos depois seria eleito presidente do
clube, ao lado de seu vice de futebol Mario Gobbi Filho.
Com um lema de "Renovação e
Tranparência", Andrés Sanchez deu uma nova cara ao clube. Projetos de
marketing, como camisas comemorativas, celulares, viagens, planos de ingressos
entre outros, inexistentes em outras diretorias foram criados e bem adotadores
pela torcida.
A primeira mudança do time em campo
foi a contratação de um novo técnico, o que já se especulava ainda no ano
passado, onde muitos diziam que mesmo que o clube escapasse do rebaixamento, o
então técnico Nelsinho Baptista não ficaria no comando do clube. O
escolhido foi Mano Menezes, que já havia conseguido o título
da 2ª divisão em 2005 com o Grêmio.
Após um pacotão de contratações e
uma lista enorme de dispensas, o destaque ficou pela permanência de Felipe,[91] ídolo da equipe ano passado mesmo com o
rebaixamento.
Para o patrocínio, o clube encerrou
o contrato com a Samsung e acertou com a Medial Saúde, pagando o referente a 16,5 milhões de reais
em um contrato de um ano, se tornando o maior patrocínio de clubes brasileiros
na época, superando os R$16,2 milhões pagos ao Flamengo, e os R$16 milhões do São Paulo.[92]
Com um elenco ainda recente, o
Corinthians conseguiu ficar em 5º lugar no Campeonato Paulista e chegar a final
da Copa do Brasil. Destaques para a estreia do Paulistão com oito novos
jogadores, e que mesmo assim consegui vencer o Guarani por 3–0, e as
oitavas-de-final da Copa do Brasil, onde após perdeu o primeiro jogo para o Goiás por 3–1. A torcida lotou o Morumbi no jogo da volta, e a equipe se
classificou com uma goleada de 4–0,[93] [94] onde torcedores e jogadores revidaram as
provocações de um dirigente do Goiás, que disse que iria "chupar uvas
roxas", após o jogo, em alusão ao 3º uniforme do Corinthians, que era da
cor roxa.[95]
No Brasileiro da série B, o time
estreou contra o CRB, no Pacaembú e venceu por 3–2. Durante toda a
competição, a torcida mostrou o seu apoio ao time do coração, lotando os
estádios por onde o time da Globo jogava, dentro ou fora de São Paulo, e criando "hits" que
ficaram famosos inspirados em grandes cantores como Roberto
Carlos, e Tim Maia. A equipe bateu todos os recordes da Série B, elhor ataque (67 gols feitos)
e a defesa mais eficiente (22 gols sofridos),[96] além da classificação mais cedo para a Série
A, que ocorreu na 32ª rodada após vencer o Ceará por 2–0,[97] (a 6 jogos do fim da competição e 11 pontos do
segundo colocado)e conquistar o título dois jogos depois, contra o Criciúma vencendo por 2–0.[98]
Nos últimos jogos o clube teve a
participação de líderes de torcida, comuns no Estados Unidos, em esportes como basquete, baseball e futebol americano. No ano seguinte as líderes de torcidas se
tornariam comuns durante o Campeonato
Paulista, com todas
as equipes do campeonato.
Em 9 de
dezembro de 2008, o presidente corintiano Andrés
Sanchez através do site oficial do clube acertou a contratação do atacante Ronaldo Luis Nazário de Lima, o "Ronaldo Fenômeno" que acertou a sua volta ao Brasil
depois de 14 anos[99] pelo Corinthians.[100] [101] [102] [103] [104] Em 12 de dezembro, a
diretoria organizou uma festa pela chegada do jogador no clube com a presença
de torcedores no Estádio Alfredo Schürig,[105] com ingressos com o valor de 1 kg de alimento não-perecível doados
as Casas André Luiz. O contrato só viria a ser assinado em 17
de Dezembro com a presença da diretoria e da imprensa.[106]
No ano de 2009, tinha tudo para ser apenas o ano do retorno a Série A, mas foi muito
além disso. Com as bases da série B de 2008 e mais alguns jogadores contratados
para 2009, o Corinthians formou uma das maiores equipes dos ultimos tempos,
comandada por Ronaldo, André
Santos, Cristian, Chicão, Alessandro, Douglas, entre outros grandes
jogadores do elenco Inicou o ano vencendo um amistoso contra o Estudiantes da Argentina por 5x1, esse mesmo time que séria campeão da Copa Libertadores da América no ano de 2009, a ainda mesmo sem ter anunciado um patrocinador para o
clube ganhou cerca de 1,5 milhões de reais em patrocinios temporários para a
camisa e do estádio.[107] Durante o Campeonato Paulista, o time
sagrou-se campeão de forma invicta, com o Fenômeno Ronaldo sendo eleito o melhor
jogador da competição, onde o jogador marcou desde gols decisivos como o
marcado de cabeça aos 49 minutos do segundo tempo no clássico contra o Palmeiras, até
belos gols na semifinal na segunda partida da semifinal contra o São
Paulo[108] e na primeira partida da decisão contra o Santos.[109] e com isso se sagrou o melhor jogador da campetição, além de anunciar o
patrocionio com a Batavo, onde novamente o Corinthians conseguiu o maior
patrocínio do Brasil, com o valor de R$18 milhões por 10 meses de contrato[110]
Ainda em 2009, o Corinthians conquista a Copa do Brasil ao
empatar com o Internacional no Estádio Beira-Rio por 2–2
(no jogo de ida o Corinthians havia vencido por 2–0). Além do título, o
Corinthians garantiu uma vaga na Copa Libertadores da América de 2010, seu maior objetivo para 2010, ano que o clube completa 100 anos. O fim
das conquistas também marcou a saída de importantes jogadores, como André
Santos, Cristian e Douglas e uma lesão que afastou Ronaldo por diversos meses.
Isso criou um desmanche no time, que com a equipe titular era apelidada de
"Os Invencíveis" pela torcida. O desmanche abalou o rendimento do
time que agora substituido por jogadores novos, ficou desentrosado, apesar de
alguns destaques individuais de alguns novos jogadores, o time acabou
terminando o Brasileiro na 10ª colocação e se voltando mais para o projeto do
time no ano do centenário
2010: o ano do Centenario e a República Popular do Corinthians
No ano de 2010, o Corinthians armou uma equipe para a disputa da Libertadores
2010 (título tão esperado no Parque São Jorge),acertando
a contratação de vários jogadores conhecidos, entre eles do pentacampeão com a Seleção Brasileira Roberto Carlos,
considerado o maior lateral dos últimos tempos[111] . O time também irá contar com o um dos maiores ídolos da sua história Marcelinho Carioca, porém
jogará apenas em amistosos, e terá papel no clube como embaixador no ano do
centenário[112] .
O Corinthians formou uma
equipe forte, apesar de não ser o time das conquistas de 2009, e com foco na
libertadores, o Corinthians manteve Ronaldo só para partidas importantes e
manteve um time misto em grande parte do Campeonato Paulista. O time não se
classificou e ficou na quinta colocação. Porém, o Corinthians não conseguiu
chegar as quartas de final da competição, onde foi eliminado em maio pelo Flamengo, com uma vitória de 2–1 no
Pacaembu, o time foi eliminado devido o fato do time do Flamengo ter marcado um
gol na casa do adversário. Mesmo assim, a torcida apoiou o time após a derrota.
Após a eliminação o clube
focou no Campeonato Brasileiro, que ficou marcada por uma lesão de Ronaldo, que
acabou ficando grande parte do Campeonato fora e da saída do goleiro Felipe,
que defendia o time dês de 2007. Foi nesse período onde o Corinthians contratou
o meio-campista Bruno César , que acabou se
consagrando o artilheiro do time e apresentando futebol ofensivo em clássicos e
partidas importantes. Durente esse período, o téncico Mano Menezes é convocado
para ser técnico da Seleção Brasileira e deixa o comando do Corinthians, no
lugar entra Adilson Batista. A era
Adilson Batista durou pouco e foi cheia de altos e baixos, com ele o time
venceu os times mais fortes da tabela apresentando um futebol de gana e
ofensividade nos seus jogos importantes tomando a liderança do Brasileiro.
Porém após isso, um fato raro no futebol acabou prejudicando o Corinthians no
campeonato, quase o time titular inteiro ficou lesionado, o que prejudicou o
esquema tático de Adilson. Isso fez o time perder partidas importantes e para
times de baixo da tabela. O excesso de derrotas causadas por isso culminou com
a saída de Adilson e a entrada do técnico Tite para tentar ainda vencer o Campeonato. Tite conseguiu convencer no
Brasileiro, aproveitando a recuperação dos demais jogadores, ele colocou o time
titular completo em campo para as partidas finais. Outra coisa que ajudou foi o
retorno de Ronaldo, que se recuperou totalmente da lesão. Assim, Ronaldo e
Bruno César jogaram juntos pela primeira vez e juntos conseguiram levar o
Corinthians de volta a briga ao topo, durante esse período o Corinthians não
foi derrotado nenhuma vez no campeonato brasileiro, porém mesmo assim o time
acabou em terceiro lugar mas se classificando para a libertadores de 2011.
Para o centenário, o clube
anunciou vários movimentos para o aniversário do clube. As ações vão desde
doação de sangue[113] , reflorestamento de acordo com a campanha do clube[114] , até shows[115] , camisa especial para a disputa do centenário [116] e o anúncio da construção de um estádio em Itaquera, com a parceria da
construtora Odebrecht que arcará com todos os custos da obra[117] . O time da Globo também anunciou a República
Popular do Corinthians, com direito a RG, Certidão de Nascimento, Carta
Magna com as leis do "nação", Passaporte e até Carta de Anistia.[118]
Curiosidade: O Brasão da
República Popular do Corinthians [119] é praticamente o mesmo que a seleção russa de futebol usa em suas camisetas[120] . Ele é o brasão da Rússia desde 1993 e é baseado no antigo brasão do
império russo. No brasão da República Popular do Corinthians, São Jorge está em
um círculo e olha para a esquerda. No brasão russo, o cavaleiro (que atualmente
não é mais identificado como São Jorge) está em um quadrado e olha para a
direita. O cetro e a globus cruciger que a águia segura no brasão russo
representam poder e autoridade. Eles foram substituídos por um remo e por uma
bola de futebol.
No dia do centenário,
vários corinthianos queimaram fogos e festejaram saindo aos montes as ruas com
a camisa do Corinthians.
2011: o drama na Libertadores e a superação
Em 2011 o Corinthians
manteve os reforços de 2010. Com a mudança, o Corinthians acabou perdendo dois
grandes jogadores, William e Elias. William se aposentou após o brasileiro de
2010 e Elias se transefiu para o Atlético de Madrid. O time então começou o campeonato
paulista, que apesar de não ter tido nenhuma grande atuação ganhou alguns jogos
e teve uma grande série de empates o que até então mantinha a invencibilidade
de Tite que não havia sido derrotado desde sua entrada no clube. A equipe então
fez sua estréia na Copa Libertadores da América. No primeiro jogo da competição, empatou sem gols contra a equipe
colombiana Deportes Tolima, em jogo
realizado no Pacaembu.[121] Mesmo assim o Corinthians continuou as disputas no paulista, vencendo
alguns jogos e permanecendo invicto. No jogo de volta, em Ibagué, o Tolima surpreendeu a equipe paulista, que foi derrotada pela
primeira vez no comando de Tite perdendo por 2–0, em um jogo extremamente
conturbado sendo eliminada do torneio ainda na pré-fase.[122] A derrota gerou um momento de drama no clube que não era vivido desde o
rebaixamento. Isso culminou com a saída de Roberto Carlos e do volante Jucilei,
em seguida deram como certa a venda de Bruno César para o Benfica e Dentinho
para o Shakhtar Donetsk da
Ucrânia. O time viveu alguns momentos delicados e na sequência Ronaldo decretou
sua aposentadoria como jogador de futebol alegando dores e problemas físicos.
Assim o Corinthians seguiu no campeonato paulista e para suprir a vaga de
Ronaldo, o time trouxe de volta de Portugal o veterano Liedson que havia sido campeão paulista pelo clube em 2003. Com tudo, Tite
permaneceu no Corinthians, Bruno César e Dentinho continuaram no clube até o
fim do campeonato paulista, com isso o Corinthians se reergueu fazendo grandes
jogos e se classificando para a fase final e assim passando por Linense e
Palmeiras em uma semi-final na qual o Corinthians derrotou seu maior rival nos
penaltis e em seguida perdendo na final para o Santos. Logo após o final do
Campeonato Paulista, o Corinthians trouxe de volta o atacante Adriano, que se lesionou e ficou
por uns meses se recuperando. No início do campeonato, o Corinthians venceu o
São Paulo por 5–0 e o Botafogo por 2–0, em um jogo onde o goleiro Julio César
fraturou o dedo nos últimos minutos, mas continuou jogando até o final do jogo.
Em seguida, as lesões novamente atrapalharam o Corinthians, que perdeu vários
jogadores em diversos jogos, entre eles Liedson. Mesmo assim o Corinthians
continuou na liderança praticamente o campeonato inteiro. Nesse período Paulo
André ganhou espaço, entrando na vaga de Chicão, que acabou ficando fora de uns
jogos por problemas com o time. Ao final do campeonato, todos os jogadores se
recuperaram, inclusive Adriano que participou dos últimos jogos.
O Corinthians se sagrou
campeão em um jogo emocionante contra seu maior rival Palmeiras (que não
disputava o título e amargurava a décima primeira colocação na tabela), no
mesmo dia em que faleceu um dos maiores jogadores de sua história: Sócrates, herói pelo clube na época
da democracia corintiana. O jogo foi tenso do começo ao fim, com direito a
grandes confusões onde quatro jogadores acabaram expulsos, incluindo Valdivia, camisa dez do Palmeiras e veterano rival do clube. O Corinthians só
precisava de um empate. Nesse jogo, Chicão e Jorge Henrique, que haviam ficado
fora de alguns jogos, voltaram para o time. O jogo terminou com o empate de
0–0, dando assim o título de Campeão Brasileiro de 2011 para o Corinthians, que
conseguiu novamente a vaga para a Taça Libertadores da América.
2012
No dia 11 de fevereiro de
2012, ocorreram as eleições presidenciais no clube e Mário
Gobbi foi eleito presidente do time e sucessor de Andrés. Em março foi
oficializada a saída do jogador Adriano, após uma série de desavenças no clube.[carece de fontes]
O Corinthians manteve todos
os reforços do time campeão brasileiro de 2011 para a disputa do campeonato paulista. Douglas, antigo ídolo corintiano,
voltou ao clube para ajudar a equipe na campanha de 2012.[carece de
fontes] O Corinthians fez uma campanha excelente na primeira fase da
competição, classificando-se em primeiro lugar com 46 pontos e avançando para
as quartas de final.[carece de
fontes] Porém, o Corinthians foi eliminado na sequencia, sendo derrotado pela
Ponte Preta por 3–2 nas quartas de final.
O primeiro jogo da equipe pela Taça
Libertadores da América, foi contra o Deportivo
Táchira da
Venezuela, que acabou empatado em 1–1, com o gol corintiano sendo marcado no
último minuto por Ralf.[123] Contra o Nacional do Paraguai, no Pacaembu, venceu por 2–0, conseguindo quatro pontos na
classificação. No terceiro jogo, o Corinthians foi até o México onde enfrentou
o Cruz Azul e empatou em 0–0, num jogo parelho,
conseguindo cinco pontos e encerrando o primeiro turno da segunda fase do
torneio.[carece de fontes]
No primeiro jogo do segundo turno, o
Corinthians enfrentou o Cruz Azul em São Paulo, vencendo por 1–0
depois de uma grande apresentação e assumindo a liderança do grupo 6, com 8
pontos. No dia 11 de abril, a equipe foi ao Paraguai, onde derrotou novamente o
Nacional, por 3–1, chegando a 11 pontos no
Grupo 6. No dia 18 de abril o Corinthians enfrentou novamente o
Deportivo
Táchira da
Venezuela no Pacaembu, sendo a última partida do 2° turno. O Alvinegro do
Parque São Jorge venceu o jogo e aplicou uma impiedosa goleada de 6x0. os gols
foram marcados por Danilo, Paulinho, Jorge
Henrique, Emerson, Liédson e Douglas. Assim, o time encerrou o Grupo 6
como 1° colocado [124] atingindo 14 pontos e avançando às oitavas de
final da competição.
Nas oitavas de final, o Corinthians
superou o Emelec do Equador, classificando-se com um
empate em 0–0 no Equador e uma vitória em casa por 3–0 indo às quartas de final
da competição. Nas Quartas de Final o Corinthians jogou contra o Vasco, empatando novamente em 0–0 fora de
casa, em São Januário e vencendo no Pacaembu por 1–0 com um gol consagrador de Paulinho, nos minutos finais e avançando as
semifinais da competição.[carece de fontes]
No primeiro jogo das semifinais,
derrotou o Santos por 1–0 com gol de Emerson Sheik, na Vila Belmiro. No segundo jogo o Santos
saiu na frente com um gol de Neymar, mas o Corinthians empatou com gol Danilo que garantiu a classificação na
final.[carece de fontes]
O clube chegou pela primeira vez a
final de uma Libertadores e enfrentou como adversário o tradicional Boca Juniors da Argentina. O primeiro jogo foi dia 27 de
junho no estádio La Bombonera e terminou com o placar de 1–1. O
Boca Juniors saiu na frente, mas o Corinthians empatou com um gol de Romarinho.
A segunda partida foi realizada no dia 4 de julho no Pacaembu. O Corinthians
ganhou o jogo por 2–0, com dois gols de Emerson Sheik, garantindo o título de
Campeão da Copa Libertadores da América pela primeira vez na história do clube
e de maneira invicta.[125]
O time usou o Campeonato
Brasileiro de 2012 como uma forma de preparação para o mundial, e mesmo sem
entrar na disputa pelo título acabou o campeonato em 6º lugar. Na Copa do Mundo
de Clubes, o Corinthians enfrentou o time egípcio Al-Ahly e venceu depois por 1–0, gol do peruano Paolo Guerrero, depois
de um jogo truncado, se classificando assim para a final do torneio. Na decisão
o alvinegro enfrentou os ingleses do Chelsea F.C., campeão
da Liga dos Campeões da Europa, e apontado como favorito. O Corinthians jogou
de igual para igual com o clube inglês, chegando até mesmo a ser superior
durante alguns momentos da partida, e derrotou o adversário por 1–0, com mais
um gol de Guerrero, que terminou por ser o artilheiro do time no torneio e
levando o Corinthians à sua segunda conquista mundial.
2013
Depois de um ano cheio de
conquistas, o Corinthians pela primeira vez disputou a Recopa Sul-Americana, um
título até então inédito que foi disputado nos dias 3 e 10 de Julho, sendo o
primeiro jogo no Morumbi e o segundo no Pacaembu. O Corinthians venceu as duas
partidas - 2–1 e 2–0, respectivamente - sagrando-se campeão. O adversário foi o
São Paulo Campeão da Copa Sul Americana de
2012. Para o Corinthians o título valeu a Tríplice Coroa Internacional.
O Corinthians disputou a
Libertadores novamente, passando na primeira fase. Nas oitavas de final
enfrentou o Boca Juniors, repetindo o confronto final do último ano. Na
primeira partida na Argentina o Corinthians saiu derrotado por 1–0. Na partida
de volta o Corinthians foi eliminado no Pacaembu com placar de 1–1, prejudicado
por sucessivos erros de arbitragem de Carlos Amarilla e seus assistentes. Tal
arbitragem polêmica teve repercussão internacional já que o Corinthians só foi
eliminado por conta dela. Em 19 de maio de 2013, quatro dias após a eliminação,
o Corinthians de Tite foi novamente campeão paulista, vencendo o Santos Futebol
Clube e impedindo a conquista do quarto título seguido pelo time santista.
No Campeonato Brasileiro, o Corinthians começou bem, vencendo vários
jogos e emplacando, em certo momento chegou até a disputar uma vaga para a
Libertadores, mas depois uma série de derrotas e a seca de gols dos seus
atacantes foram levando o time cada vez mais para baixo da tabela. O técnico
Tite quase foi demitido depois da derrota para a Portuguesa pelo placar de 4–0,mas a situação
foi amenizada com a vitória em cima do Bahia por 2–0. Acabou o Brasileirão com
17 empates (maior número de empates da competição) ,27 gols marcados (a segunda
pior da competição) , e 22 gols sofridos (a melhor da competição). Na Copa do
Brasil, nas oitavas
de final, o time enfrentou o Luverdense e perdeu pelo placar de 1–0 fora de
casa,mas chegou até as quartas de final vencendo por 2–0 no Pacaembu. Nas quartas de final,enfrentou o Grêmio. Depois de dois placares sem gols,
foi eliminado nas cobranças por pênaltis. Ao fim do Brasileiro foi anunciada a
saída do técnico Tite presente desde 2010 e do veterano Alessandro, presente em
todas as conquistas dessa geração. Apesar de tudo o Corinthians passou toda a
temporada sem perder um único clássico paulista, coisa que já não acontecia a
muito tempo.
- 2013 - Campeão Paulista (27º título)
Troféu Samsung Fair Play
(Campeonato Paulista)
Troféu Torcida Sustentável
(Campeonato Paulista)
Tríplice Coroa
Internacional
- 2015 - Campeonato Paulista à
disputar
Copa
Libertadores à disputar
Copa do
Brasil à disputar
Brasileiro à disputar
O grande acontecimento do
ano de 2014 foi a inauguração do novo
estádio de futebol alvinegro, construído no bairro de Itaquera[130] , com uma partida entre Corinthians e Figueirense pelo Campeonato Brasileiro.[131] Logo depois, o estádio foi entregue a FIFA, onde foi palco da abertura da Copa do Mundo daquele ano e outros
cinco duelos.[132] O time encerrou a temporada sem títulos, tendo sido eliminado ainda na
primeira fase do Paulista,[133] nas quartas-de-final da Copa do Brasil[134] e terminado em quarto lugar no Brasileiro.
Em 2015 Roberto de Andrade assumiu a presidência do clube e contratou novamente o técnico Tite que começou seus trabalhos
com eliminações na Copa Libertadores da América e pelo rival Palmeiras no Campeonato Paulista, aliado a uma perda de
jogadores considerados essenciais no meio do ano.
Porém, após uma eliminação
na Copa do Brasil, o Timão
assumiu a liderança do Campeonato Brasileiro e conquistou o Hexa-campeonato Brasileiro, atingindo 81 pontos e
estabelecendo um novo recorde. Seus principais jogadores foram Renato
Augusto (eleito Melhor Jogador da Competição), Cássio, Jadson, Elias e Gil (todos eleitos para a seleção do campeonato).
HISTORIA DO CORINTHIANS EM QUADRINHOS
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