VASCO DA GAMA * PARTE 1
Club de Regatas Vasco da Gama MHM é uma entidade sociopoliesportiva brasileira com sede na cidade do Rio
de Janeiro. Foi
fundada em 21 de
agosto de 1898 por um grupo de remadores, inspirados nas
celebrações do quarto centenário da descoberta do caminho marítimo para as
Índias, ocorrida em 1498, batizaram a nova agremiação com o
nome do heroico português que alcançara tal feito, o
navegador Vasco da
Gama. Apesar de ter
sido fundado como um "Clube de Regatas", consagrando-se no remo como um dos maiores campeões do país, o Vasco
da Gama ainda abrange outras modalidades como atletismo, vôlei de praia,
basquete, futebol de areia, dentre outros, tendo como esporte mais tradicional
o futebol. As cores do Vasco guardam forte significação: o preto remete aos
mares desconhecidos do Oriente, desbravados por Vasco da Gama, enquanto o
branco da faixa diagonal refere-se à rota descoberta pelo almirante. Além
disso, estas são cores que se encaixam na ideia de uma comunhão de etnias (já
que foi o primeiro clube do Brasil a lutar contra preconceitos raciais e
sociais), tendo sido o primeiro na história dos clubes esportivos do Brasil a
ter elegido um presidente "não-branco" (em 1904, numa época em que o racismo era prática comum no esporte, os vascaínos
tiveram a honra de conduzir o mulato Cândido José de Araújo ao degrau mais alto
do clube).[3] A Cruz, principal símbolo, tem
forte aspecto religioso, porque a Ordem
Militar de Cristo
era ao mesmo tempo religiosa e guerreira.[4]
É o único clube carioca bicampeão em
torneios intercontinentais de futebol de grande importância histórica (1953 e 1957). Em 1953, o Vasco venceu o Torneio Octogonal Rivadavia Corrêa Meyer, competição oficial da CBD, organizada com o apoio do dirigente da FIFA Ottorino Barassi,[5] competição sucessora da Copa
Rio Internacional,[6] tratada na Europa como uma edição
da Copa Rio[7] [8] [9] [10] [11] [12] e almejada pelos 4 grandes clubes
cariocas.[13] [14] [15] No Torneio Internacional de Paris de 1957, o Vasco entrou para a História
como o primeiro e único clube não-europeu a derrotar um campeão da Copa dos Campeões da UEFA[16] desde o 1º título desta competição
europeia (vencido pelo Real Madrid em 13/06/1956) até a 1ª disputa da Copa
Intercontinental
(em 03/07/1960),[17] [18] [19] [20] com a final do Torneio de Paris de
1957 sendo considerada pela imprensa francesa como a final entre o campeão europeu
e a equipe considerada a melhor da América do Sul,[21] em uma apresentação que encantou o
público e a imprensa francesa,[22] [23] prestigiando o Vasco e o futebol
brasileiro frente
ao público europeu[16] [24] e mundial.
É também o único clube carioca
bicampeão sul-americano, vencendo a única competição reconhecida pela CONMEBOL como precursosa da Copa Libertadores, em 1948,[25] em status equivalente ao da Libertadores,
tendo o Vasco participado em 1997 da Supercopa
dos Campeões da Libertadores (competição reservada aos campeões da Libertadores)
em função do seu título de 1948;[26] [27] [28] e em 1998 (Copa Libertadores da América, conquistada no ano do centenário). Em títulos
sul-americanos, o Vasco venceria ainda a Copa Mercosul em 2000. O Vasco é até hoje o único
clube carioca a ter conquistado duas edições de competições disputadas com o
objetivo de indicar o campeão da América do Sul, em 1948 e 1998.
Em títulos nacionais, o Vasco
conquistou quatro Campeonatos Brasileiros em 1974, 1989, 1997 e 2000, uma Copa do Brasil
em 2011,
diversos títulos estaduais oficiais (diversos campeonatos Carioca, da Copa Rio, e torneios Municipal, Extra, Início e Relâmpago) e 5 títulos interestaduais
oficiais (3 Torneio
Rio-São Paulo, 1 Taça dos Campeões Estaduais Rio-São Paulo e 1 Torneio
João Havelange).[29] [30] Conquistou ainda diversos torneios
nacionais e internacionais.
O Vasco da Gama ainda tem, dentre o
seu plantel de ídolos, os maiores artilheiros do Campeonato Brasileiro de todos
os tempos, tendo como Roberto Dinamite, o maior, com a marca de 190 gols,
seguidos Romário e Edmundo, com 154 e 153 gols
respectivamente.[31]
Segundo pesquisa realizada pela Paraná Pesquisas a pedido do Globoesporte.com em 2016, o Vasco possui a quinta
maior torcida do Brasil, com 4,5% dos entrevistados com margem de erro de 1,50 p.p., empatado tecnicamente na quarta
colocação com o Palmeiras.[32] Em 2 de Julho de 2007, o então governador do Rio de Janeiro, Sérgio
Cabral Filho,
sancionou o projeto de lei nº 5.052, que criou o Dia do Vasco, data comemorativa que homenageia à fundação do
clube e comemorada por sua grande torcida.
SEDE DO VASCO DA GAMA
Nome Club de
Regatas Vasco da Gama
Alcunhas Gigante da Colina
Trem Bala da Colina
Vascão
Expresso da Vitoria
Trem Bala da Colina
Vascão
Expresso da Vitoria
Torcedor/Adepto Vascaíno
Cruzmaltino
Cruzmaltino
Patrocinador
No final do século
XIX, o remo era o esporte mais popular do Rio
de Janeiro. Ainda que o ciclismo também fosse popular, o esporte de maior prestígio entre os
comerciários da época era o remo, já que as bicicletas comportavam muitos custos.
Quatro jovens, Henrique
Ferreira Monteiro, Luís Antônio Rodrigues, José Alexandre de Avelar Rodrigues e
Manuel Teixeira de Sousa Júnior, reuniam-se e remavam todos os finais de semana
no Grupo de Regatas Gragoatá, em Niterói. Moradores da cidade do Rio de Janeiro e
cansados de terem que viajar até Niterói para praticarem seu esporte favorito,
decidiram fundar um novo clube de regatas na cidade e logo conseguiriam mais
adeptos à ideia.
A primeira reunião para
traçar os planos para a fundação de um clube de remo realizou-se no número 80
da rua Teófilo Otoni. Uma semana depois, no dia 21
de agosto de 1898, houve nova reunião, presidida por Gaspar de Castro. Dessa vez foi
fundado o Club de Regatas Vasco da Gama, com um grupo formado então por
62 remadores, quase todos portugueses, em uma sala da Sociedade Dramática Filhos de Talma, na Rua da Saúde
293, que viria a ser a primeira sede social do clube. Nesta ocasião, foi eleito
presidente Francisco Gonçalves do Couto Junior, comerciante dos bairros da Saúde e Botafogo, com 41 votos. A ata de fundação registrava:
Aos 21 dias do mes de Agosto de 1898, as 2:30 horas da tarde, reunidos
na sala do prédio da Rua da Saúde numero 293 os senhores constantes do livro de
presenças, assumiu a presidência o Sr. Gaspar de Castro e depois de convidar
para ocuparem as cadeiras de secretários os senhores Virgílio Carvalho do
Amaral como 1o. e Henrique Ferreira como 2o., declarou que a presente reunião
tinha o fito de fundar-se nesta Capital da Republica dos Estados Unidos do
Brasil, uma associação com o titulo de Club de Regatas Vasco da Gama (…)[1]
Início no remo
Com dois meses de
existência o clube já contava com 250 sócios, o suficiente para solicitar para
disputa dos campeonatos de remo. Assim, no dia 7 de
novembro, o Vasco solicitava a sua inscrição oficial na União de Regatas
Fluminense e, ao mesmo tempo, conhecia as cores do seu uniforme: camisa preta, com uma faixa branca sobre o peito e a Cruz
de Cristo ao centro. A Cruz, a mesma que levou a bênção cristã aos povos da Índia, a faixa branca simbolizando o estandarte que Vasco da Gama recebeu
de D. Manuel, o Venturoso, e a
camisa negra representando os mares obscuros navegados pelas caravelas do
navegador.
O Vasco, para iniciar nas
competições, comprou três barcos: Zoca,
canoa de quatro remos; Vaidosa,
baleeira de quatro remos; e Volúvel,
baleeira de seis remos.[2] Todas em madeira de cedro, ficavam guardadas numa garagem localizada na
Travessa Maia, que mais tarde seria extinta dando lugar à Avenida Rio Branco. A
estréia oficial em competições aconteceu no dia 13
de novembro de 1898.
A primeira vitória viria no
ano seguinte, no dia 4 de
junho de 1899, com Volúvel, na classe
Novos, no páreo denominado
Vasco da Gama, em homenagem ao clube. A guarnição vencedora era formada por
Adriano Vieira (patrão), José Freitas, José Cunha, José Pereira, Joaquim
Campos, Antônio Frazão e Carlos Rodrigues.[3]
No mesmo ano o clube quase
acabaria fechando devida a uma polêmica levantada pelo presidente Francisco
Gonçalves do Couto Junior, que pretendia levar a sede para a Praia
de Botafogo. Gonçalves acabaria renunciando e fundando o
clube Clube de Regatas Guanabara, levando para este a maioria dos associados vascaínos.[4] Francisco Gonçalves, contudo, acabaria voltando a presidência do Vasco
em 1901.
O ano de 1900 foi um marco na histórica rivalidade com o Flamengo. No primeiro páreo da
história do remo brasileiro, chamado 'Club de Regatas Flamengo', a embarcação
vascaína Visão foi a vencedora.[5] Ainda nesse ano houve a mudança para a primeira sede própria: um
barracão na Ilha das Moças.
No dia 18
de maio de 1902, uma tragédia: a baleeira Vascaína,
de doze remos, comprada em 1900, que rumava a Icaraí, virou devido a uma forte ventania, morrendo afogados três remadores.
Outros nove foram salvos pelos pescadores José Joaquim de Aguiar Moreno,
Antônio Silveira e o menino Martins de Barros, todos condecorados por bravura,
pelo representante do rei de Portugal, D. Carlos. Todos
eles ganharam títulos de sócios honorários do clube. Faleceram os remadores
Luís Ferreira de Carvalho, Teodorico Lopes, José Pinto e Lourenço Seguro, os
dois primeiros comerciários e os últimos comerciantes.[2]
Desde o início, o Vasco se
afirmou como um clube que romperia com a herança racista herdada dos tempos da
escravidão. Já em 1904, os sócios do clube, numa atitude inédita até então nos clubes
esportivos brasileiros, elegeram um mulato para a presidência, Cândido José de
Araújo, que foi reeleito para o cargo em 1905.[6]
Na década de 1910, o Vasco começa a ampliar suas atividades e passa a
disputar campeonatos de tiro esportivo. Nessa modalidade viria a conquistar diversos títulos
durante toda a década.
Na mesma década, o futebol começa a se popularizar na cidade do Rio de Janeiro e, em 1913, o Botafogo, que inaugurava o seu
campo de General Severiano, trouxe
como convidado o combinado português formado por jogadores dos clubes
portugueses, Sporting Clube de Lisboa e Sport Clube Império. A vinda
do combinado português animou a colônia portuguesa, e foram fundados clubes de
inspiração lusitana: o Luso, o Centro Português de Desportos e o Lusitânia
Futebol Clube.
Alguns sócios do Vasco,
também animados com o combinado, buscaram uma fusão com o Lusitânia, para a
criação do futebol do Vasco. O Lusitânia resistiu, pois seu estatuto o definia
como um clube "apenas para portugueses", ao contrário do Vasco, que
surgira para unir "sob a mesma bandeira irmãos de diferentes raças".
A fusão, porém, era
inevitável. Isso, porque a norma da Liga
Metropolitana de Sports Athleticos (LMSA), que gerenciava o
futebol carioca, só permitia a participação em seus quadros clubes que tinham
ao mínimo um brasileiro.
Por isso, em 26
de novembro de 1915, o Vasco e o Lusitânia aprovaram finalmente uma fusão, passando o Vasco
a incluir também o futebol em suas atividades. Para se filiar, o clube teve que
fazer uma coleta entre seus associados para conseguir os 500 mil-réis
necessários para se tornar membro da LMSA.
Finalmente o Vasco estreou
seu time na terceira divisão, no dia 3 de
maio de 1916, sofrendo uma terrível goleada de 10x1 para o Paladino. O primeiro gol da
história do Vasco foi marcado por Adão Antônio Brandão. A
primeira vitória ocorreu em 29
de outubro de 1916, 2 a 1 sobre a Associação Atlética River São Bento, partida válida pela terceira divisão.
Em 1917, a LMSA foi reformada, passando a se chamar Liga Metropolitana de Desportos
Terrestres (LMDT) e ampliou o número de participantes, passando o Vasco para a segunda divisão. Em 1920 venceu a segunda divisão, passando a disputar a série B da primeira
divisão.
Em 1922, ainda sem campo próprio, aluga um estádio na rua Morais e Silva, na Tijuca. Vence o campeonato da série B nas três categorias, conquistando a Taça
Constantino. O jogo decisivo para a subida para o grupo A foi disputado em 17
de julho de 1922, quando o Vasco goleou o Carioca por 8 a 3. Finalmente o
Vasco partia para o grupo de elite do futebol carioca.
Em 1921 o Vasco voltou a
conquistar o campeonato carioca de remo.
Em 1923, inicia-se na elite da primeira divisão do futebol. O primeiro jogo foi um empate em 1 a 1 com o Andarahy. Logo depois o Vasco
surpreenderia, vencendo o Botafogo por 3 a 1, fato que era
inadmissível para os rivais, visto que o time vascaíno era composto
inteiramente por negros, trabalhadores simples e nordestinos. A presença negra
no time do Vasco começava no gol. Formavam o time o goleiro Nelson Conceição,
Ceci e Nicolino, além de outros negros e mulatos.
Surge então a guerra contra
o Vasco, que passou a ser acusado de ter um time de profissionais.
Nada fica provado e o Vasco
segue no campeonato. Na terceira rodada do returno, porém, o Flamengo vence por 3 a 2, com o
árbitro anulando um gol legítimo do Vasco. O árbitro da partida era Carlito
Rocha, que pouco tempo mais tarde se tornaria o presidente do Botafogo.
Mesmo assim, lutando contra
os clubes unidos contra ele, o Vasco venceu o América e o Fluminense,
conquistando o campeonato no dia 12
de agosto de 1923, derrotando o São Cristóvão por 3 a
2, no campo de General Severiano.
Os clubes da
"elite" não suportaram ver seus times sendo derrotados por um time
formado por negros e pobres, e que nem estádio possuía. Vieram as acusações de
falta de profissionalismo e a alegação de que analfabetos não poderiam atuar.
Assim, o Vasco pagava a professores para ensinar seus jogadores a assinar a súmula das partidas.
Os camisas pretas - apelidado dado aos jogadores vascaínos por
causa do seu uniforme, foram ganhando partida por partida, sempre virando o
placar no segundo tempo, devido ao ótimo preparo físico dos jogadores, até
ganhar o campeonato.
No ano seguinte, os clubes
da zona sul (área de elite da cidade do Rio de Janeiro),
Botafogo, Flamengo, Fluminense e alguns outros clubes se uniram e abandonaram a
Liga Metropolitana de Desportos Terrestres (LMDT) e fundaram a Associação
Metropolitana de Esportes Atléticos (AMEA),
deixando de fora o Vasco.
Depois, impuseram a
condição de que o Vasco, para se filiar à nova entidade, AMEA, deveria
dispensar doze de seus atletas (todos negros) sob a acusação de que teriam
"profissão duvidosa". Diante da situação imposta, em 1924, o
presidente do Club de Regatas Vasco da Gama, José Augusto Prestes, enviou uma
carta à AMEA, que veio a ser conhecida como a "resposta histórica",
recusando a se submeter à condição imposta e desistindo de filiar-se a AMEA.
Com a recusa, o Vasco
permaneceu na LMDT, conquistando o bicampeonato de forma invicta. O último jogo foi Vasco 1 a 0 Bonsucesso,
realizado no campo da rua Prefeito Serzedelo, no Andaraí.
Em 1925, o Vasco foi
admitido na AMEA, graças ao apoio de Carlito Rocha (o mesmo árbitro que anulara
o gol do Vasco em 1923), então presidente do Botafogo, que soube vencer as
resistências internas na AMEA. Para ser admitido, o Vasco aceitou sediar os
seus jogos no campo do Andaraí, na rua Barão de São Francisco, onde hoje está o
shopping Iguatemi.
Apesar disso, o Vasco
decidiu construir o seu próprio estádio, para acabar com qualquer exigência da
entidade. O local escolhido para a construção foi a chácara de São Januário,
que fora um presente de Dom
Pedro I à Marquesa de Santos.
Em 21
de abril de 1927, o Vasco inaugura o então maior estádio do Brasil, perdendo para o Santos por 5 a 3. A construção do
estádio durou dez meses e o dinheiro para a obra foi arrecadado por uma
campanha de recolhimento de donativos de torcedores de toda a cidade. No ano
seguinte são inaugurados os refletores do estádio, no que foi o terceiro jogo
noturno a ser realizado no Brasil e a primeira partida internacional do Vasco.[9]
Em 1929 o Vasco inaugurou a iluminação do estádio, passando a ser o primeiro estádio
do Brasil com capacidade de realizar jogos noturnos. Ainda em 1929, o Vasco
conquistou os campeonatos no remo e no futebol, tornando-se "Campeão de
Terra e Mar".
No primeiro Campeonato Carioca de Futebol da decáda, o Vasco acabou sendo tirado da disputa pelo título num jogo
contra o Syrio Libanez, do
zagueiro Aragão, que usou uma chuteira com chapas de aço no bico. Apesar do
fato ter sido descoberto, o jogo não foi impugnado e os camisas pretas ficaram
de fora da disputa pela taça.
Para compensar os
vascaínos, naquele ano o time impôs a maior goleada já sofrida pelo Fluminense: 6x0.
Em 1931, novamente o clube chegou perto do título. Na última rodada, com um ponto de vantagem sobre o América, o time perdeu de 3x0 para
o Botafogo, enquanto o América vencia
por 3 a 1 o Bonsucesso,
garantindo a taça. Neste campeonato, mais uma goleada histórica: 7x0 sobre o
rival Flamengo, maior derrota que o clube
rubro-negro já sofreu em sua história.
Depois do campeonato, o
Vasco se tornou o segundo time brasileiro a ser convidado para uma excursão
internacional (o Paulistano foi o
primeiro). Os países eram Espanha e Portugal. Foram 12 partidas, oito vitórias, um empate e três derrotas, sendo
marcados 45 gols pró e 18 contra.
As conseqüências da bela
exibição vieram logo após: Fausto e Jaguaré foram contratados pelo Barcelona, um dos times que jogaram contra o Vasco.
Em 1933, uma velha polêmica
voltava a se acender no país: a discussão sobre o profissionalismo do esporte.
A Confederação Brasileira de Desportos (CBD), atual CBF), defendia o amadorismo,
enquanto a maioria dos clubes insistia na profissionalização. Por causa dessas
divergências, foi criada a Liga Carioca de Futebol. A única
exceção entre os grandes foi o Botafogo, que decidiu continuar na AMEA. No
mesmo ano Vasco e América realizaram a primeira partida profissional do Estado do Rio de Janeiro e a
segunda do país, com vitória vascaína por 2 a 1.[10] O autor do primeiro gol profissional do estado foi marcado por
Francisco de Souza Ferreira, mais conhecido como Gradim, que mais tarde viria a
ser técnico do Vasco e também o responsável pela vinda de Roberto
Dinamite, maior ídolo vascaíno, as categorias de base do clube.
Em 1934, o Vasco, com um
elenco cheio de craques, como Leônidas da Silva, Domingos
da Guia, Fausto (voltando do Barcelona),
Itália e outros, ganhou novamente o carioca. O fato de maior importância naquele ano, porém, foi outro.
Por causa de uma briga com
o Flamengo, o Vasco abandonou a liga e criou com o Botafogo a Federação
Metropolitana de Desportos (FMD). Ironia que, o time
que tanta lutara para a profissionalização do esporte, mudasse de lado e
apoiasse a nova liga, que era filiada à CBD, defendedora do amadorismo.
A reconciliação entre os
clubes cariocas só ocorreria em 1937 quando, graças a iniciativa de Pedro
Pereira Novaes e Pedro Magalhães Corrêa, respectivamente presidentes de Vasco e
América, foi criada a Liga
de Football do Rio de Janeiro, unindo todos os clubes
cariocas. Para comemorar o fato, os dois times se enfrentaram dentro de campo
no dia 31 de Julho, com renda recorde. Por esse fato o jogo entre os dois
passou a ser chamado de "Clássico da Paz".
Durante a gestão do
presidente Getúlio Vargas, o mesmo
costumava realizar no Estádio de São Januário, então o
maior do Rio de Janeiro, seus principais discursos.
No ano de 1940, o Vasco
conquistou a Taça Luís Aranha, disputada com o San Lorenzo e o Independiente, ambos
da Argentina. Depois desse título, o time passou um considerável tempo sem
conquistar nada, até a formação de um grande time: o "Expresso da Vitória",
uma equipe quase imbatível na época. Tamanho foi seu sucesso, que o Vasco
utilizou um time B, chamado Expressinho, para excursionar pelo Brasil. O
apelido teria surgido em um programa de calouros da Rádio
Nacional, onde um calouro dedicou sua música ao clube e o chamou por esse
apelido.
O Expresso começou a se
formar quando a diretoria contratou o técnico uruguaio Ondino
Vieira para acabar com o jejum de títulos. Vieira chamou para o elenco
vascaíno jovens e desconhecidos jogadores, como Augusto, Eli, Danilo, Ademir, Lelé, Isaías e Jair. Com
esses, foi formado a base do Expresso.
O Vasco então voltou a
conseguir resultados expressivos. Em 1944 venceu o Torneio Relâmpago superando
os cinco grandes da época (Flamengo, Fluminense, América e Botafogo). Em
seguida, ganhou o Torneio Municipal, contra os mesmo clubes e outros do Rio de
Janeiro.
No Carioca do ano seguinte,
um verdadeiro show. Diversas goleadas (como os 9 a 0 no Bonsucesso, maior
goleada do campeonato) e um empate em 2 a 2 com o Flamengo foram suficientes
para o título invicto.
Em 1946, uma grave perda:
Ademir ira para o Fluminense. E como Gentil Cardoso, técnico tricolor falara,
"Dêem-me Ademir que lhes dou o
campeonato", o Fluminense realmente ficou com o Carioca daquele
ano. Para compensar os vascaínos, o clube conquistou novamente o Torneio Relâmpago
e o Torneio Municipal.
Em 1947, o Vasco formou um
ataque de espantar: Djalma, Maneca, Friaça, Lelé e Chico. Foram 40 gols em
apenas 10 partidas, e 68 no total, em vinte partidas. O time também impôs a
maior goleada da fase profissional do futebol carioca: 14 a 1 no Canto do Rio.
O Vasco ficou então novamente o título invicto, sete pontos à frente do segundo
colocado, o Botafogo.
Em 1948, Ademir voltava ao
time. Neste ano o Vasco foi convidado a participar, como campeão estadual, do Campeonato Sul-Americano de Campeões. Além do Vasco, estavam lá grandes potências da época, como o temido River Plate de Di
Stéfano, apelidado na Argentina de La
Maquina (A Máquina) e favorito ao título, além de Nacional do Uruguai e Colo-Colo do Chile.
Depois de quatro vitórias e
um empate, o último jogo seria contra o River Plate. Um empate bastaria para o
Vasco, que não tinha Ademir, que se machucara no primeiro jogo do torneio. Foi
uma partida nervosa. O goleiro Barbosa brilhou mais uma vez, defendendo um
pênalti do argentino Labruna no final da partida. O juiz ainda anulou no primeio tempo um
gol legítimo vascaíno. Partida terminada, o Vasco empatava em 0x0 e era campeão
Sul-Americano, o maior título do clube até a conquista da Libertadores em 1998.
Em 1949, mais um ano de alegrias. Heleno
de Freitas vinha para o ataque vascaíno, que produziu várias goleadas no estadual.
Foram 84 gols em vinte partidas, um recorde para a época. O grande rival
Flamengo, que desde 1944 não ganhava do Vasco, voltou a sofrer com o time da colina. Em plena
Gávea os rubro negros fizeram 2x0 e já davam como certa a vitória. O Vasco,
porém, voltou arrasador no segundo tempo e virou o placar para 5 a 2.
No final, mais um título
invicto, o quarto do Vasco.
Em 1950, ano de Copa do Mundo, o Brasil se preparava para um esperado
primeiro título mundial. O Vasco tinha ampla presença na seleção, a começar
pelo técnico brasileiro: Flávio Costa, também técnico vascaíno. Do time
titular, cinco jogavam no Vasco: Barbosa, Augusto, Danilo, Chico e Ademir. O
fato acabou rendendo muitas críticas a Flávio Costa, que foi acusado de
favorecer os jogadores do Vasco em detrimento dos demais na escalação da
seleção.
Contudo, a 16
de Julho, era o Uruguai a tornar-se campeão. Um
silêncio tumular se abatia sobre o Maracanã. Mais tarde, um jogador vascaíno acabou virando o bode expiatório da
derrota: o goleiro Barbosa. Tendo falhado no primeiro gol (umas das poucas
falhas graves de sua carreira) e, acredita-se, principalmente pelo fato de ser
negro, Barbosa acabou sendo apontando pelo povo e pela crítica como o principal
culpado pelo resultado.
Mas Barbosa, mesmo abatido,
continuou. E levou o Vasco a mais um título carioca em 50. Logo na estréia, um
6 a 0 sobre o São Cristóvão. Mais algumas goleadas, como o 7 a 2 no Bonsucesso
e o 7 a 0 no Canto do Rio, e na final, contra o América, uma vitória de 2x1 e o
troféu para casa.
Em 1951 o Expresso começou
a dar sinais de cansaço. O time não passou de um sétimo lugar no Torneio Rio-São Paulo e de um
quinto no Carioca.
No ano seguinte deu-se a
volta por cima. Com o técnico Gentil
Cardoso, o Vasco chegou ao vice no Rio-São Paulo e venceu novamente o Carioca
por antecipação, derrotando o Bangu por 2 a 1. Nessa partida
estreou o sucessor de Ademir no ataque: Vavá, que ficaria conhecido
como o Leão da Copa em 1962.
Terminava assim o Expresso
da Vitória, até hoje considerado o maior elenco da história vascaína.
Em 1953 era hora de renovação.
Além de Vavá, Bellini, Sabará, Pinga e outros jogadores haviam
sido incorporados ao time titular. Mais um título importante veio para o time
cruzmaltino, o Torneio Octogonal Rivadavia
Corrêa Meyer e assim o Vasco conquistou mais um título
internacional, considerado um Mundial Interclubes.
E aquele time começou com o
pé direito. No Quadrangular Internacional, no início do ano, - disputado com o Boca
Juniors e o Racing, ambos da Argentina e o Flamengo - o Vasco levou a melhor, goleando os rubro-negros por
5x2.
Esquadrão do Vasco de 1957, campeão invicto do Torneio Internacional de Paris (França), Torneio Internacional de Santiago (Chile), Torneio de Lima (Peru) e Teresa Herrera (Espanha).
Em seguida, uma viagem ao
Chile para disputar o Torneio Internacional de Santiago. No final, venceu o
Colo-Colo por 2 a 1, sagrando-se campeão.
Os anos de 1954 e 1955 foram decepcionantes para o clube. Talvez em parte por ser um time
ainda em formação, não passou de um quinto e sétimo lugares no Rio-São Paulo, e
um terceiro e quarto lugares no Carioca.
Em 1956, veio então o Campeonato Carioca, e o time vascaíno vinha motivado a
não dar o prazer ao grande rival Flamengo de conseguir o inédito tetra. Na
penúltima rodada, um jogo crucial contra o Bangu, que contava com Zizinho entre suas estrelas. O jogador, porém, foi expulso por ofensas ao juiz,
e o Vasco ganhou o jogo por 2 a 1. Na última rodada bastou um empate com o Olaria para garantir o título.
Em 1957 a equipe voltou a respirar ares internacionais. Foi na Pequena Copa do Mundo, uma
espécie de Mundial Interclubes em Caracas, Venezuela. Participaram do torneio verdadeiras potências futebolísticas da época,
como Real
Madrid, Roma e Porto. Depois de um empate em 2
a 2 e uma vitória de 2 a 0 sob os madrilenhos, mais um título vinha para São Januário.
Ainda em 1957, o Vasco da
Gama escrevia duas páginas inesquecíveis na sua história: a primeira, ao
derrotar o Real Madrid de Di Stefano por 4 a 3, na final do Torneio de Paris (França), que é considerado o Bi-campeonato Mundial Interclubes; a segunda, ao
impor ao Barcelona de Evaristo de Macedo uma das
maiores goleadas, se não a maior, sofrida pelos Catalunha em seu estádio Camp
Nou, por 7 a 2.
Após o título de 1958, o Vasco voltaria a fazer boa campanha em 1962, no Carioca vencido pelo
Botafogo que, por sinal, seria bi depois de três décadas. Depois o Gigante da
Colina venceria a I Taça
Guanabara, criada naquela temporada para indicar o representante do Estado da
Guanabara para o Brasileirão da época - a Taça
Brasil. No ano seguinte, o Almirante conquistou o Torneio Rio-São Paulo de 1966 no futebol, empatado com Botafogo, Santos e Corinthians. Os anos
1960 marcaram uma profunda crise financeira no clube, que culminou em 1969, com a cassação do seu presidente, Reynaldo Reis.
Anos 1970
Nos anos 1970 o Vasco
começou a se recuperar, ainda que de forma tímida, conquistando o campeonato estadual de 1970.
No entanto, perdeu as
finais do estadual em 1978 e do brasileiro em 1979, no que viria ser um período de derrotas em finais. Em 1979 surgiu, no
fim do ano, uma notícia triste: Roberto Dinamite estava sendo transferido para
o FC
Barcelona.
A política do clube
tornou-se movimentada. Com o desgaste natural pelos vários anos de mandato e as
seguidas derrotas em finais de campeonatos, especialmente para o rival, o
presidente Agathyrno da Silva Gomes foi
derrotado pela chapa de Alberto Pires Ribeiro, que
contava com uma união de grandes nomes do Vasco, nas eleições de 1979.
Anos 1980
O Vasco começou mal,
perdendo o Campeonato Carioca de 1980 para o Fluminense. O fato
de maior importância naquele ano, entretanto, seria a volta de Roberto
Dinamite.
Roberto não havia se
adaptado ao Barcelona, tendo feito apenas três gols em oito jogos, acabando na
reserva do time catalão. Insatisfeito, tinha planos de voltar para o Brasil. O
Flamengo então armou um grande esquema para contratar o maior ídolo vascaíno. A
torcida cruzmaltina, como era de se esperar, não admitiu o fato, principalmente
depois que a Rede
Globo criou uma vinheta em que Roberto tabelava com Zico. O Vasco foi à sua procura, e o artilheiro acabou por retornar ao clube
no qual tivera tantas alegrias.
E a reestreia foi especial.
Em um Vasco vs. Corinthians com
torcedores rubro-negros unidos a corintianos (já que era rodada dupla no Maracanã, com o Flamengo fazendo a preliminar contra o Bangu), no que foi
chamada a Fla-Fiel (em
referência à Gaviões da Fiel,
torcida do Corinthians), Roberto fez os cinco gols vascaínos e comandou a
vitória cruzmaltina por 5 a 2. Todos os gols de bola rolando.
Apesar da volta de Roberto,
o Vasco não passou para as semifinais do torneio, ficando em oitavo lugar
naquele Brasileiro.
Em 1981, mais uma derrota no Carioca. Foi uma derrota polêmica em virtude dos
acontecimentos lamentáveis ocorridos no fim da decisão. Por sinal, de acordo
com o regulamento, o Vasco necessitava ganhar três partidas seguidas para ser
campeão. Ganhou as duas primeiras, mas na última, quando estava perdendo de 2 a
1, um torcedor do Flamengo entrou em campo, pelo seu vestiário, e tumultuou o
jogo num momento de reação vascaína. O episódio ficou conhecido como "caso
do ladrilheiro", pois o torcedor assim se identificou.
No Brasileiro daquele ano o
Vasco ficou em quinto lugar. Um mês depois, o time conquistaria o Torneio João Havelange, após vencer
Flamengo, Democrata (MG), Rio Branco e Colatina, ambos do Espírito Santo.
Em 1982 o Vasco voltaria a vencer o campeonato estadual. Neste campeonato
Roberto faria seu gol de número 500 na carreira, dedicando a Gradim, seu
"descobridor", a Célio de Souza, seu treinador quando era juvenil, e
a Eurico Miranda, o
responsável pelo seu retorno ao Vasco.
O Vasco chegou ao
triangular final do torneio contra América e Flamengo, campeões do
segundo e do primeiro turno, respectivamente. O Vasco chegou à final por ter o
maior número de pontos nos dois turnos. Antes da final, o técnico Antônio Lopes tirou
cinco titulares do time, alegando falta de empenho.
Depois de uma vitória de 1
a 0 sobre os americanos, era hora da final contra os arqui-rivais e da revanche
de 81. No segundo tempo de jogo Pedrinho Gaúcho cobrou escanteio e Marquinho
tocou levemente na bola, marcando o gol que daria o título ao Vasco. O árbitro
considerou, no entanto, gol olímpico de Pedrinho Gaúcho.
Em 1983, um sexto lugar no Campeonato Brasileiro e uma sétima posição no
Campeonato Carioca, a pior colocação vascaína na história até então.
Em 1984, após uma brilhante campanha, veio a perda do título do Brasileiro para
o Fluminense. No Estadual, depois de vencer a Taça
Rio (segundo turno do campeonato), o time acabou ficando apenas em terceiro
lugar.
Com o vice-campeonato do
Brasileiro, o Vasco voltou a disputar a Libertadores no ano
seguinte. Mas por pouco tempo: foi eliminado logo na primeira fase. No
Brasileiro, uma décima primeira posição. No final do ano, porém, uma alegria: Romário estreava no time principal, formando o ataque com Roberto.
Em 1986 o Vasco voltava a conquistar a Taça
Guanabara, vencendo o Flamengo por 2x0, com dois gols de Romário. O turno
seguinte e o campeonato, porém, acabariam ficando com o arqui-rival.
Em 1987 a equipe vence o campeonato estadual com uma campanha brilhante,
fazendo os três artilheiros da competição (Romário, Roberto Dinamite e Tita, respectivamente). A final
foi contra o rival Flamengo, e o Vasco venceu por 1 a 0, com gol de Tita,
ex-jogador do adversário.
Em 1988 o Vasco estreou o Campeonato Carioca com uma derrota para o Flamengo por 1 a 0, gol de Bebeto, num jogo que foi finalizado bem mais cedo devido à falta de energia
elétrica e o não-funcionamento dos refletores do Maracanã. E mais tarde o
rubro-negro conquistaria a Taça Guanabara, e devido ao bom desempenho do
Flamengo durante o turno, parecia claro que seria a equipe de Zico a campeã
carioca.
Porém, no segundo turno, o
Vasco derrotou o arqui-rival por 1 a 0, gol de Henrique, e a partir de então
começou a crescer e mostrar que não era um simples concorrente ao título, e
mais tarde derrotaria o Fluminense na
decisão da Taça Rio e conquistaria a mesma. Ao encontrar o Flamengo no Terceiro Turno (uma espécie de
semifinal), novamente o superou, vencendo-o por 3 a 1, gols de Vivinho (1) e do
jovem estreante Sorato (2), com Andrade diminuindo para o
Flamengo. Na decisão do campeonato, o Vasco não deixou mais qualquer dúvida
sobre sua superioridade. No primeiro jogo venceu o Flamengo por 2 a 1 de virada
(Bismarck e Romário, e Bebeto para o
Flamengo). No dia da grande decisão, o zagueiro vascaíno Fernando disse de
antemão que o fato de o Flamengo haver feito um gol na partida anterior não
iria se repetir, e foi consumado: Após quase todo o tempo regulamentar sem
gols, o jogador Cocada entrou aos 41 minutos e aos 44 marca o gol da vitória
definitiva do Vasco, que apenas jogava pelo empate. Após o gol, Cocada levou
cartão vermelho por comemorar o gol tirando sua camisa e Romário e Renato
Gaúcho também foram expulsos. E o Vasco conquistou em festa o bicampeonato
carioca, e totalizou quatro vitórias sobre o Flamengo. O destaque do time foi o
meia Geovani, o Pequeno Príncipe Vascaíno (esportista do ano pela revista Placar).
No mesmo ano, fez uma
excelente campanha no Campeonato Brasileiro, quando fez um total de pontos bem
superior ao do clube campeão, o Bahia. Além disso conseguiu uma
série de 5 vitórias consecutivas sobre o rival Flamengo (1-0, 3-1, 2-1, 1-0,
1-0). Foram vitórias marcantes nesta competição as goleadas de 4 a 2 sobre a Portuguesa (onde o
jogador Vivinho marcou um gol de placa, dando três lençóis seguidos sobre o
jogador luso Capitão e finalizando de primeira para o gol), 4 a 0 sobre o Santos e 3 a 0 sobre o Botafogo, num jogo marcado pelo
choro da menina gandula botafoguense Sonja.
Em 1989, na continuação do confuso Campeonato Brasileiro de 1988, a boa fase do Vasco teve fim ao ser eliminado pelo Fluminense no
início da segunda fase. E após um campeonato estadual complicado (porém
ajudando em muito o Botafogo ao impedir a conquista da Taça Rio pelo Flamengo,
vencendo-o) o Vasco refez o elenco, contratando uma série de jogadores de
destaque nacional, passando a ser conhecido como SeleVasco, pois o time era considerado como uma verdadeira
seleção. O grande destaque foi o jogador Bebeto, contratado justamente ao
grande rival, Flamengo. O Vasco foi campeão derrotando o São Paulo na
final, em pleno Morumbi, por 1 a 0, gol de Sorato. Nessa partida cerca de vinte
e cinco mil torcedores vascaínos estiveram no Morumbi.
Os esportes amadores foram
relegados a um segundo plano no clube, e muitos atletas acabaram por se transferir
para outros clubes, buscando por melhores condições, e o clube não buscava
mantê-los. O remo só conquistou o estadual em 1982 e o Troféu Brasil em 1987.
Já o basquete se manteve com algum destaque a nível estadual, conquistando os
estaduais de 1981, 1983, 1987 e 1989, além do campeonato de campeões do Brasil
em 1981. Outro esporte que conseguiu algum desenvolvimento nesse período foi o
atletismo.
IDOLOS VASCAÍNOS
Anos 1990
A década marcou a despedida
de Roberto Dinamite (1992, com jogo de despedida em 1993), a ascensão de novos
ídolos, como Edmundo, Felipe e Pedrinho, e títulos importantes.
Conquistou o tricampeonato
estadual em 1992, 1993 e 1994. Depois das fracas campanhas de 1995 (Onde o time chegou a perder 7 jogos consecutivos) e 1996, o Vasco voltou a ganhar o Brasileiro em 1997.
A década marcou também a
volta dos títulos no remo, do basquete, que venceu nos estaduais de 1992 e 1997 e em diversos outros esportes,
notadamente a partir de 1997.
EURICO MIRANDA PRESIDENTE DO VASCO DA GAMA
1998 - o centenário
No Carnaval, a GRES Unidos da Tijuca
homenageia o navegante português Vasco
da Gama, e aproveita para levar para a Marquês de Sapucaí toda a
história de glórias do Club de Regatas Vasco da Gama. O samba-enredo foi
imortalizado pelos torcedores vascaínos antes mesmo do Desfile das Escolas
daquele ano e, até os dias atuais, é cantado em cada jogo do Gigante da Colina.
O clube também voltou a
vencer o Campeonato Estadual de Futebol, o Campeonato Estadual de Remo e, no Basquete, conquistou o Campeonato
Sul-Americano e ficou em 3º no Campeonato Nacional.
A conquista do da Taça Libertadores da América, segundo título sul-americano do clube, aconteceu justamente durante as
comemorações do centenário. A partida final aconteceu no dia 26 de agosto, 5
dias após o aniversário do clube, contra o Barcelona de Guayaquil (EQU),
time do ex-vascaíno Holger Quiñónez, que
havia eliminado o Cerro Porteño (PAR).
Depois de vencer e
convencer contra Chivas (MEX), América do México, Grêmio e Cruzeiro, o Vasco encarou o
favorito River Plate em uma
das semifinais, fazendo uma "final antecipada" da competição. No
primeiro jogo, em São Januário, Vasco 1x0 - gol de Donizete, o Pantera, o que rendeu o seguinte comentário do técnico argentino:
"O Vasco não é grande coisa". Diante de mais de 50 mil torcedores, o
River vencia por 1x0 em pleno Monumental de Nuñez, porém nos minutos finais,
Juninho Pernambucano faz, de falta, o gol que levaria o Vasco à sua mais
tranqüila decisão dos últimos anos. Primeiro jogo, Vasco 2x0; segundo jogo,
Barcelona 1x2 Vasco, diante de mais de 80 mil torcedores equatorianos.
O ponto máximo das
celebrações foi a missa campal realizada no estádio São Januário, com a imagem
peregrina de Nossa Senhora de Fátima sendo levada
ao clube.
A alegria do centenário só
teve uma adversidade: a perda do Mundial Interclubes, no Japão, para o Real
Madrid, por 2x1.
Logo após, em 1999, a
equipe cruzmaltina se sagrou campeã do Torneio Rio-São Paulo. Voltou
a vencer no Estadual de Remo, e no Basquete conquistou novamente o Campeonato
Sul-Americano, ganhando também a Liga Sul-Americana do
esporte. No Campeonato Nacional, foi o segundo colocado.
No mesmo período, o Vasco
incorporou diversos atletas de natação do Fluminense, como Luiz
Lima e outros. Também foram contratados atletas de ponta de diversas
modalidades, no chamado Projeto
Olímpico. O clube passou a investir, além das modalidades tradicionais,
em modalidades novas, como Vôlei
de Praia e Boliche.
SEDE DO VASCO DA GAMA NO RIO DE JANEIRO
Anos 2000, mais títulos importantes
Em 2000, o Vasco conquistou
a Copa Mercosul numa final histórica contra
o Palmeiras, quando virou um jogo perdido de 3 a 0 no primeiro tempo para 4 a
3, no que ficou conhecido como "a virada do século"; e levantou o Campeonato Brasileiro de 2000,
em uma final tumultuada com o São Caetano. Quando
na disputa da partida de volta em São Januário, parte do alambrado desabou no
meio da etapa inicial - estava 0x0 -, depois de um tumulto na arquibancada que
apresentava superlotação). Porém, após decisão do STJD pela realização de um
novo jogo no Maracanã, o Gigante da Colina, que
havia empatado em 1x1 a partida de ida, fez 3x1 nos paulistas e levantou seu
quarto troféu da maior competição nacional do país.
Os anos seguintes foram de
poucas alegrias para os vascaínos, com exceção de 2003, quando a equipe
conquistou seu 22º título estadual ao bater o Fluminense na final. No Campeonato Brasileiro, porém, o time
não tem conseguido fazer boas campanhas, chegando a ficar ameaçado de
rebaixamento em 2004 e 2005. A exceção foi o ano de 2006, quando a equipe ficou
em sexto lugar, a dois pontos de conquistar a vaga para a Taça Libertadores do
ano seguinte.
Na Copa
do Brasil, a participação do Vasco foi marcada por derrotas para equipes
inexpressivas, como XV de Novembro de Campo
Bom e Baraúnas, até 2006, quando conseguiu chegar à sua primeira final em toda a história da
competição - embora já tenha alcançado a fase semifinal cinco vezes (sendo a
mais recente na edição 2006, contra o Fluminense).
Conquistou a vaga na final de 2006 ganhando de 1x0 do Fluminense no primeiro
jogo e empatando no segundo jogo em 1x1. Na decisão, após uma longa parada por
causa do Copa do Mundo o time perdeu o foco e
perdeu o título diante do Flamengo, perdendo as duas partidas
(0 a 2 e 0 a 1).
No Campeonato Brasileiro de 2007 o jogador Romário marcou de pênalti o milésimo gol na carreira em um jogo contra o Sport
Recife.
No dia 1º de julho de 2008
numa eleição tumultuada, o clube elege como presidente o ex-jogador Roberto
Dinamite que venceu as eleições de 2008.
OS DEZ MAIS DO VASCO DA GAMA
Rebaixamento em 2008
Não realizando uma boa
campanha no Campeonato Brasileiro de
Futebol de 2008, terminando em antepenúltimo lugar na classificação,
o Vasco se viu rebaixado na competição, o que aconteceu pela primeira vez em
toda a sua história, ao ser derrotado pelo Esporte Clube Vitória por 2 a
0.[11]
Volta à elite do futebol em 2009
O Vasco se redimiu ao
conquistar o Campeonato Brasileiro da Série
B em 2009 e retornar à elite do futebol.[12]
Década de 2010
Campeão
da Copa do Brasil de Futebol de 2011
Em 2011, após 8 anos sem conquistar títulos, o Vasco conquistou a Copa do Brasil de Futebol de 2011 vencendo o Coritiba por 1 a 0 em São Januário,
no jogo de volta, no Couto Pereira, o time
perdeu por 3 a 2, mas levou o título pela regra do gol fora de casa.[13]
Rebaixamento para a série B em
2013
O time vascaíno foi
rebaixado para a série B do Campeonato Brasileiro de 2013 após a derrota para o Atlético Paranaense por 5 x
1, o Gigante da Colina precisava de uma vitória ou uma derrota do Coritiba (para este também poderia
ser um empate) ou do Criciúma para conseguir escapar do
rebaixamento. o Coritiba ganhou, mas o Criciúma perdeu por 3 x 0 para o Botafogo. O Vasco tanto em 2008
como em 2013, encerrou a sua participação na 18º posição.[14]
Esse jogo foi realizado na Arena
Joinville e não no Paraná (casa do Atlético-PR). Ainda houve por falta de policiamento
um trágico encontro entre torcidas o que originou uma briga selvagem nas
arquibancadas[15] (tanto o Atlético-PR como o Vasco da Gama já haviam sido punidos
anteriormente com a perda do mando de campo devido à briga entre torcidas). Com
o tumulto generalizado nas arquibancadas e a invasão de campo, o juiz
interrompeu a partida devido à falta de segurança. Após uma hora e doze minutos
de paralisação e, várias intervenções de jogadores de ambos os clubes para
acalmar os torcedores exaltados, o jogo foi reiniciado com o reforço policial
nas arquibancadas e dentro de campo.
Campeonato
Carioca, Série B e Eleições de 2014
2014 não foi um ano de
glórias para a torcida cruz-maltina. Apesar de a equipe chegar na final do Campeonato Carioca, a equipe ficou apenas contra vice-campeonato com o rival Flamengo,
após empatar duas partidadas (ambas em 1x1) em um último jogo polêmico, com um
gol irregular anotado aos 45 minutos para a equipe rubro-negra.
O clube também não
conseguiu uma boa campanha na Série B de 2014, ficando
em 3º lugar, colocação que garantiu o acesso do clube à elite do futebol
brasileiro. Um fato que também ficou marcado, foram as eleições para a
presidência do clube, onde Eurico
Miranda foi eleito com mais da metade dos votos.
"O
Respeito Voltou" e o rebaixamento
O ano de 2015 foi um ano de
reestruturação para o Vasco, mas que logo rendeu resultados e o ano começou bem
para os vascaínos, que após eliminar o Flamengo nas semifinais, venceu as
duas partidas contra o Botafogo (1x0 e 2x1) e conquistou seu 23º título
estadual, após doze anos sem conquistar o Campeonato Carioca, onde a torcida adotou a frase "O Respeito Voltou", dita por
Eurico Miranda durante na volta à presidência do clube.
Rebaixamento em 2015
Não realizando uma boa
campanha no Campeonato Brasileiro de
Futebol de 2015, terminando em antepenúltimo lugar na
classificação, o Vasco foi rebaixado na competição, o que aconteceu pela
terceira vez em toda a sua história e em menos de 8 anos, ao empatar com o
Coritiba em 0 a 0 em Curitiba.
O Vasco começa o Campeonato Carioca de 2016 em grande fase: cinco vitórias em
cinco jogos, vencendo o clássico contra o Flamengo
pelo placar de 1x0, com gol de Rafael Vaz. Para encerrar a primeira fase o
Vasco fez ainda mais três jogos, empatou dois seguidos, um deles contra o Botafogo e venceu o Bonsucesso por 3x1 na última
rodada, terminando a primeira fase do Campeonato Carioca como líder de seu
grupo. Na segunda fase do campeonato o Vasco manteve sua invencibilidade,
sagrando-se campeão da Taça Guanabara em cima do Fluminense Football Club.
Pela Copa do Brasil o Vasco enfrentou o Clube do Remo na primeira fase da competição e
venceu o primeiro jogo por 1 a 0 fora de casa.
Em 2017 o Vasco disputará novamente o Brasileirao .
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