O
Esporte
Clube Bahia (conhecido como Bahia e cujo acrônimo é ECB) é um clube desportivo brasileiro de futebol da cidade de Salvador, na Bahia. Foi fundado em 1º de janeiro de 1931 por ex-jogadores do Clube
Bahiano de Tênis e
a Associação Atlética da Bahia, agremiações que tinham encerrado suas
atividades futebolísticas no final da década de 1920.
Foi
o primeiro clube a conquistar uma competição nacional, a Taça
Brasil de 1959, contra o Santos, torneio criado para apontar o
representante brasileiro na recém-criada Taça Libertadores da América.[nota 1] Portanto, o clube também foi o primeiro
representante brasileiro a participar de uma edição da Libertadores, em 1960.[nota 2] Em 1988, o tricolor baiano conquistou seu segundo título brasileiro, desta vez derrotando o Internacional.
Com tais títulos, o Bahia é o único clube fora do eixo Sul-Sudeste a deter
dois títulos nacionais da principal divisão do futebol brasileiro. O clube ainda foi vice-campeão
brasileiro duas vezes, em 1961 e 1963. Na sua participação na Libertadores de 1989 o Bahia alcançou as quartas de final, feito que nenhum outro clube do Norte-Nordeste
alcançou até então.
O clube também soma 2 Copas do Nordeste e 46 Campeonatos Baianos, sendo o segundo maior vencedor de torneios estaduais no Brasil,
perdendo apenas para o ABC de Natal o qual
soma 52 títulos. O Bahia por muito tempo conquistou a hegemonia do campeonato
estadual, ao ponto de ter sido heptacampeão, de 1973 a 1979.[2] Mas, apesar do currículo vitorioso,
o Bahia amargou durante a década de 2000 um dos piores períodos de história.
Além de conquistar somente um título estadual (em 2001), foi
rebaixado para a Série B do Campeonato Brasileiro em 2003 e para Série C em 2005. O clube retornou para a segunda divisão nacional em 2008 e a principal divisão em 2011.[3]
Foi
cofundador do Clube dos
13 (em 1987), que reunia as treze agremiações mais
importantes do futebol brasileiro e que representavam 95% dos torcedores
brasileiros na época.[4] [5]
Com
pouco mais de 80 anos de existência, o Tricolor da Boa Terra tornou-se um dos
clubes mais populares do estado e do Norte-Nordeste do
país, detendo a maior torcida dentre os clubes da região. Na Bahia, cerca de
22% dos torcedores torcem pelo Bahia, contra 17% do rival Vitória.[6] Tem como suas cores oficiais o azul, o branco e o vermelho, em homenagem a bandeira do seu estado de
origem. Estado, inclusive, que é lembrado no nome do clube, nas cores, no
escudo, na bandeira e, também, nas arquibancadas. O mascote tricolor é o Super-Homem, popular personagem da história
em quadrinhos. O
clube mandava seus jogos no Campo
da Graça, até a
inauguração da Fonte Nova,
que em 2007 foi interditada, em 2010 demolida para reforma e, desde 2013, já como Arena Fonte Nova, é a casa do Tricolor de Aço. No
período da ausência dela, o Bahia mandou seus jogos no Estádio
de Pituaçu, casa
que, na ausência da Arena, sempre abriga bem o tricolor, fato que confere a ele
enorme simpatia da torcida, principalmente em 2010 que ficou marcado na vida do
clube por simbolizar o retorno do clube ao cenário nacional após o rebaixamento
em 2003.
Seu
maior rival é o Esporte Clube Vitória com quem protagoniza o clássico conhecido
como Ba-Vi, clássico que o Bahia detém uma vantagem, seja
em número de triunfos, seja em número de gols marcados, porém desde a década de
90, essa vantagem histórica foi drasticamente diminuída. Ainda assim, é um dos
mais importantes do futebol
brasileiro.[7] Porém, o Bahia protagoniza
clássicos históricos com outros clubes tradicionais de Salvador que já tiveram
seus dias de glória, como o Galícia (o Clássico
das Cores), com o Botafogo-BA (o Clássico
do Pote), e o Ypiranga (o Clássico
das Multidões).[8] Regionalmente, há também muita
rivalidade contra o Sport.[9]
De
acordo com a empresa BDO RCS Auditores Independentes, a
marca do clube é a décima quinta de maior valor no Brasil, ultrapassando os 55
milhões de reais, figurando como a maior do
Nordeste.[10] Em um novo levantamento feito em 2013, a marca do Bahia persistiu sendo a mais
valiosa, estando, dessa vez, na casa dos 66 milhões
Nome Esporte
Clube Bahia
Alcunhas BBMP
Bahêa
Tricolor
Tricolor de Aço
Esquadrão de Aço
Tricolor da Boa Terra
Tricolor Baiano
Campeão dos Campeões
Bahêa
Tricolor
Tricolor de Aço
Esquadrão de Aço
Tricolor da Boa Terra
Tricolor Baiano
Campeão dos Campeões
Torcedor/Adepto Tricolor
Capacidade (mando) 50 025 pessoas
Presidente Marcelo Sant'Ana
HISTORIA DO BAHIA
Em 1930, a Associação Atlética da Bahia e o Clube Bahiano de Tênis
decidiram fechar o departamento de futebol. Com isso, alguns ex-atletas destes
clubes decidiram fundar o Atlético Bahianinho, time para disputar jogos
amadores no subúrbio da cidade. O que eles não esperavam era que este time
fizesse o maior sucesso. Isso inspirou eles a organizarem um time profissional.[12]
Apesar de a data oficial da fundação ter sido 1º
de janeiro de 1931, as discussões para tal começaram 8 de
dezembro, dia de Nossa Senhora Conceição da Praia. Neste dia, Carlos Koch, Eugênio Walter (o Guarany), Fernando Tude e
Júlio Almeida, os ex-atletas do Clube Bahiano de Tênis, e Waldemar de Azevedo,
ex-atleta da Associação Atlética da Bahia, se reuniram causalmente no Cabaré do
Jockey e discutiram a organização de um clube para disputar torneios oficiais.[13] [14]
Assim, organizaram um encontro num casarão na Avenida Princesa Isabel no
dia 12 de dezembro para
definir os futuros deste projeto. Cerca de 70 pessoas, incluindo os ex-atletas
da AAB e do Bahiano de Tênis, foram ao encontro. A assembleia foi presidida por
Otávio Carvalho e secretariada por Fernando Tude e Aroldo Maia.
Ela foi importante para definir as cores do novo clube (azul, vermelho e
branco) e seu uniforme (camisa branca, calção azul e faixa vermelha na
cintura), dois patrimônios do clube. Após isso, Otávio foi nomeado presidente
provisório do novo clube.[13] [14]
Na virada do ano de 1930 para 1931 foi marcada outra reunião, dessa vez
para fundar oficialmente o novo clube. O local do evento foi a casa nº 57 na
Rua Carlos Gomes, na antiga sede do Jóquei Clube.[12] Neste encontro, marcaram presença os ex-atletas da AAB e do Bahiano de
Tênis novamente, além de profissionais liberais, funcionários públicos,
jornalistas, micro-empresários e estudantes, comprovando que a força popular,
marca do Bahia, existe desde a sua fundação.[13]
No evento, foram discutidos e definidos também o escudo e o nome.
Raimundo Magalhães tratou de criar o escudo tricolor, baseado no escudo do Corinthians e valorizando a bandeira da Bahia, mostrando desde já a forte ligação do Bahia com o estado.[13] Com relação ao nome, a princípio, o Sr. Antunes Dantas sugeriu o nome
de Atlético Bahianinho, baseado no antigo clube amador, mas no fim o nome que
foi escolhido foi Bahia, em homenagem ao estado.
Por fim, foram então aprovados o novo estatuto e a primeira diretoria,
sendo eleito presidente o jovem médico Waldemar Costa. No dia 16
de janeiro de 1931 foi publicado no Diário Oficial da União os estatutos do clube,
fazendo-o existir oficialmente.[13] Em 20 de janeiro, o Bahia se filiou na
Federação Bahiana de Esportes Terrestres, atual Federação Bahiana de Futebol.[14] Sob o slogan de "Nasceu para vencer", nascia o Esporte Clube
Bahia.
Os treinamentos eram feitos no campo da AAB, na Quinta da Barra.[13] E em 1 de
março, então, é realizado o primeiro jogo oficial do clube, pelo Torneio
Início. O Bahia honrou seu slogan e bateu o Ypiranga por 2 a 0, com gols de
Bayma e Guarany. O goleiro Teixeira Gomes ainda defendeu um pênalti cobrado por
Hipólito.[13] Este duelo viria a se tornar no futuro o Clássico das Multidões.
No mesmo dia, o Bahia levantou seu primeiro troféu, o de campeão do Torneio Início de 1931. Em 22
de março o Bahia estreou no Campeonato
Baiano vencendo por 3 a 0.[13] Ainda neste ano, o Bahia fez seu primeiro jogo intermunicipal, vencendo
o Vitória de Ilhéus por 5 a 4; seu primeiro jogo interestadual, batendo o Sergipe por 2 a 0; e seu primeiro
jogo internacional, jogando contra o Sud América, do Uruguai.[15]
Com uma excelente campanha, no dia 22
de outubro deste ano, o Botafogo-BA perdeu
para o Ypiranga, tornando impossível o Bahia ser alcançado na tabela. Assim, o
Tricolor sagrou-se campeão baiano pela primeira vez na sua história. O curioso
é que o Bahia não jogou esta rodada por estar numa miniturnê em Sergipe. Com isso, celebraram o título em Aracaju. No dia 1 de novembro foi realizado o jogo da
rodada contra o São Cristóvão. Marcado
para ser a festa do título, o Bahia atropelou o adversário por 5 a 0.
Neste ano, houve também o primeiro Clássico do Pote, duelo
contra o Botafogo-BA, que terminou em 2 a 2. No dia 15
de novembro foi disputado o último jogo do campeonato
ante o Ypiranga, e a meta do clube era não perder para ser campeão invicto. E
com um empate em 2 a 2, a meta foi alcançada: Bahia Campeão Baiano Invicto.[13]
A década de 30: início
arrasador
O ano de 1932 não foi dos melhores devido ao primeiro racha na direção, que implicou
na saída dos fundadores Júlio Almeida e Fernando Tude da diretoria.[13] Embora o time tenha conseguido conquistar o Torneio
Início, a crise refletiu no estadual, perdendo o título para o Ypiranga. Apesar disso, foi neste
ano que o Bahia enfrentou pela primeira vez alguns dos seus rivais históricos,
como o Santa Cruz,
vencendo por 3 a 2, o Náutico e o Sport, vencendo ambos por 2 a 1,
e o Flamengo, perdendo por 3 a 2.[16]
Foi neste ano também que o primeiro Ba-Vi da história foi realizado. No dia 18
de setembro, o tricolor venceu o futuro rival por 3 a 0,
com gols de Gambarrota e dois de Raul Coringa.[13]
Em 1933, os dissidentes se recompuseram com a diretoria e voltaram ao clube.
Com a paz instaurada, o tricolor fez boa campanha no estadual, venceu nove dos
11 jogos, perdeu apenas um, e levou pra casa seu segundo título Estadual. Nesta
campanha, marcou 45 e sofreu apenas 13 gols.[13]
Em 1934, o Bahia foi a vencedor do Campeonato Brasileiro de
Seleções Estaduais, e dos onze titulares
deste time campeão, sete vieram do Bahia: Nova, Bisa, Milton, Gia, Pelágio,
Bayma e Betinho.[13] Na época, este era o campeonato mais importante do Brasil e a Bahia foi o único estado do Nordeste a ser campeão. Neste ano,
o clube se instaurou numa nova sede, em Brotas. No dia 13
de maio ocorreu o primeiro Clássico das Cores, duelo
entre o Bahia e o Galícia, outro clube tradicional
de Salvador, fundado no ano anterior.
O resultado foi 0 a 0.[17]
No dia 3 de
julho, porém, o jogador do clube, Bitonho (José Fernandes Costa), se
suicidou. O motivo foi ter saído de campo preso na véspera após agredir o
árbitro na primeira derrota tricolor em Bavis.[13] Apesar do luto de 30 dias devido à morte, e a tristeza do ocorrido, o
Bahia conquistou o primeiro de seus 10 bicampeonatos estaduais, vencendo o Botafogo-BA por 2 a
1. O sucesso do clube levou o meia-esquerda Armandinho ser convocado para a
Seleção, o primeiro jogador da história do Bahia a conseguir este feito.[13]
O ano de 1935, embora tenha sido o do início da gestão do médico Fernando Tude como
presidente, foi ruim para o Bahia, com a eliminação no Torneio Início e a má
atuação no Campeonato Baiano, vendo o
Botafogo-BA se sagrar campeão. Apesar disso, foi neste ano que chegou ao clube
o atacante Serafim Carvalho, o Tintas, que se tornaria um dos maiores atacantes
do clube nos anos seguintes.[13]
Em 1936, o Bahia vai mal novamente no Torneio Início, mas se redime no
estadual: levanta o quarto título Baiano em cinco anos de vida, tendo como
destaques no elenco Baiano, Tarzan, Sandoval e Armandinho. Só não foi Campeão
Invicto porque perdeu a última partida para o Galícia.[13]
A crise na direção retorna em 1937, devido a existência de uma “diretoria paralela”, que se reunia às
escondidas no Café Portugal e tomava decisões ignorando a direção de fato.
A demissão da “diretoria paralela” foi o estopim dessa crise. Apesar de
o time ter vencido o Torneio Início daquele ano, foi no estadual que a crise
refletiu: o Bahia fez uma das piores campanhas de sua história e perdeu sete
dos 11 jogos. Viu ainda o Galícia conquistar seu primeiro título, e ainda
perdeu a invencibilidade de sete anos que tinha no Clássico do Pote, perdendo
para o Botafogo-BA.[13]
No ano de 1938, um fato curioso aconteceu no futebol baiano: houve a realização de
dois estaduais. Como o público pouco deu valor, o campeonato baiano que ocorria
foi cancelado, e o então líder Botafogo-BA foi declarado campeão. O clamor
popular, bem verdade devido a falta que fazia um torneio regional, implicou na
formulação de um novo campeonato, que se iniciou em outubro. Neste, o Bahia foi
campeão, faturando o quinto estadual, após golear o Galícia por 5 a 2, em 8 de
fevereiro de 1939.[13]
Um fato curioso ocorreu um pouco antes: no dia 13
de novembro, num jogo Bahia versus Galícia, o atacante
Pedro Amorim se recusou a entrar em campo, alegando estar doente, e mandou um
bilhete avisando à diretoria. Inconformado, o dirigente Nelson Chaves foi até à
casa dele e o obrigou a jogar. Resultado: Amorim jogou e fez três dos quatro
gols do triunfo.[13] Neste mesmo ano, o Bahia aplicou duas de suas maiores goleadas sobre o Vitória: 9 a 4 e 10 a 2.[13]
Ainda neste ano, o clamor popular mais uma vez interferiria nos rumos do
clube: o jogador Tarzan, do Bahia, foi a justiça reivindicar o pagamento de seu
salário, que havia atrasado. Como na época não existia Justiça do Trabalho nem
desportiva, o zagueiro recorreu à Censura, um órgão do Estado
Novo, que exigiu que o clube pagasse o que devia a Tarzan, caso contrário
não jogaria o Ba-Vi.
Não somente o clube, mas a sociedade baiana como um todo não aceitou a
truculência de como se sucedeu o protesto, e com isso promoveu uma resistência.
A pressão popular foi tamanha que levou a Censura desistir da punição, e Tarzan
acabou jogando o clássico. Honrando seus compromissos, pouco tempo depois, o
salário foi pago.[18]
Novamente, em 1939, o clube sofreu com problemas na direção. Dessa vez, tentou-se formar
uma Junta Diretiva para gerenciar o Bahia. Mas os resultados em campo não
aparecem, e o tricolor perde o título para o Ypiranga, além de perder 2 jogos
contra o Galícia no Estadual, ambas por 3 a
2, acirrando a rivalidade do Clássico das Cores. Além
disso, um dos maiores ídolos da torcida, o artilheiro Pedro Amorim, foi para o Fluminense.
O destaque positivo do ano foi a maior goleada de todos os tempos sobre
o Vitória: 10 a 1, no dia 8 de
dezembro, com cinco gols de Vareta, um dos ídolos do clube.[19] Em 1940, o destaque fica por conta da chegada do trio estrangeiro que entraria
para a história do clube, sendo considerados 3 dos maiores ídolos do Bahia: os argentinos Papetti e Bianchi, e o italiano Avalle. O sucesso faz o Bahia ser campeão baiano invicto novamente, deixando
o Galícia como vice.[13]
A década de 1940 e os
percalços do Campeão dos Campeões
Os três primeiros anos da década foram monótonos para o torcedor do
Bahia, já que o clube assistira o Galícia entrar para a história ao
se sagrar, pela primeira vez no futebol baiano, tricampeão estadual.[13] No período, o Bahia disputou seis jogos contra o Galícia, perdeu
quatro, empatou um e ganhou somente uma vez. Tal ostracismo em campo foi fruto
de uma das crises financeiras mais agudas de sua história. O Bahia estava
atolado em dívidas, não conseguia pagar funcionários e jogadores.
Prova disso é que em 1941 o clube quase vai à falência e, com isso, acabou sendo despejado de sua
sede, na Av. Princesa Isabel, por falta de pagamento dos aluguéis.[13] Foi nesse clima que surgiu a figura do Carlos Wildberger. Tricolor
fanático, assumiu a presidência do clube em 1940, e pelo clube fez de tudo. Foi ele inclusive o responsável por trazer o
trio estrangeiro que fizera sucesso no clube. Torcedor fanático do clube,
Wildberger, rico, acabou empobrecendo gastando seus recursos no clube.[20] A crise não acabou, nem muito menos as dívidas, porém reduziram
drasticamente com o apoio de Wildberger.
Em 1944, Zelito Bahia Ramos assumiu a presidência e arrumou a casa,
estabilizando a situação financeira. Com isso, o clube se instalou em nova
sede, no bairro do Canela, em Salvador.[13] O destaque maior do ano foi a composição do Hino do clube por Adroaldo
Ribeiro Costa. O sucesso foi tamanho que, anos mais tarde, a composição seria
considerada pelo historiador Cid Teixeia a mais popular da história do estado,
ao lado do hino do Senhor do Bomfim.[13] Devido a divergências com a Federação Bahiana de Desportos Terrestres
(FBDT), ameaçou não disputar o Campeonato baiano, mas não
levou a ideia adiante.
Nicanor de Carvalho foi contratado para assumir o comando técnico do
time, e dois dos maiores ídolos do Tricolor em todos os tempos estrearam no
time principal: os atacantes Gereco e Zé Hugo. Gereco veio das divisões de base
(tinha sido Bicampeão Baiano Juvenil em 1939/40). Já Zé Hugo veio de Ilhéus.[13] Apesar de não conseguir vencer o Tri-Campeão Galícia – empata duas vezes em 4 a
4 -, vence por 3 a 1 o Ypiranga no último jogo e novamente
conquista o estadual.[13]
No ano de 1945, num Ba-Vi no dia 2 de novembro, ocorreu uma confusão
generalizada onde, após as expulsões do tricolor Ciri e do rubro-negro Baiano,
iniciou-se uma briga. O jogo, porém, terminou em 0 a 0.[13] Apesar disso, o tricolor venceu o 2º e o 3º turno do Estadual e
precisou de apenas um empate nos dois jogos restantes contra o Galícia para
ficar com a taça. No dia 1 de
janeiro de 1946, no primeiro jogo, o Galícia venceu por 2 a 1, adiando a festa.
Antes do último jogo, o Bahia enfrentou o argentino Rosário Central, mas
perdeu por 5 a 4.[21] No Clássico das Cores final,
num jogo antológico, após estar perdendo por 4 a 1, Zé Hugo fez 3 gols[18] e o Tricolor empatou em 4 a 4 com o Galícia, conquistando assim o
segundo Bicampeonato de sua história, onze anos após o primeiro, em 1933/34.[13]
No ano de 1946, o ex-jogador, fundador e primeiro orador do Bahia, o jornalista Aristóteles Góes usou pela primeira vez a expressão “Esquadrão de Aço”,
em manchete no jornal
A Tarde. O termo logo caiu nas graças da torcida, e até hoje é uma das alcunhas
mais usadas para se referir ao Bahia. Apesar disso, o Tricolor fez uma campanha
ruim no Baianão: venceu apenas cinco dos
12 jogos, perdeu outros seis e empatou um. Com isso, assistiu o Guarany conquistar seu primeiro e
único Estadual.
O destaque do time no ano, apesar da péssima campanha, é o atacante
Tintas, ídolo do clube.[13] O ano de 1947 foi de caça a um novo goleiro, já que o titular Yoyô (titular de 1942 a 1946) se aposentou. Com isso, foram testados na posição Benício e
Elba, que não convenceram. O gol estava inseguro até que Lessa vestiu a camisa
1, e agradou a todos, permanecendo no clube cerca de sete anos, em 1955, fazendo história (tanto que foi mencionado em versos de Gilberto
Gil na canção Tradição como “um goleiro, uma garantia”[22] ). O destaque porém, seria em outra posição: no ataque. Izaltino, um
dos melhores pontas-esquerdas de todos os tempos estreia no clube. Ele foi
titular do Esquadrão, ininterruptamente, por 13 temporadas.[13] Na zaga, Arnaldo e Zé Grilo se destacam tanto que colocam Baiano, então
titular, no banco.
No dia 13
de abril estreou vencendo no Baianão o Galícia por 2 a 1. O tricolor
venceu o primeiro e o terceiro turnos e encarou na decisão o Vitória, ganhador do segundo. Em 4 de
janeiro de 1948, o time entrou em campo precisando apenas de um empate para se sagrar
campeão, mas venceu por 3 a 1 o arqui-rival e se tornou-se Campeão Baiano pela
nona vez em 17 torneios disputados, um aproveitamento superior a 50%. O triunfo
coroou uma belíssima campanha, de 14 triunfos em 19 partidas, três empates e
somente duas derrotas.[13]
O ano de 1948 foi turbulento, marcado por desentendimentos internos na
esfera diretiva e brigas com a Federação Baiana. Em meio a isso tudo, o
dirigente Amado Bahia Monteiro assumiu o cargo de treinador. Polêmico, fez
alterações radicais e contestáveis, como a saída de Lessa do gol, e a troca de
Gereco por Moreninho no ataque.[13] Apesar da contestação, com a base do ano anterior, o tricolor chegou ao
quadrangular final, e após empatar com o Galícia por 1 a 1, vencer o Vitória
por 5 a 0 e o Ypiranga por 4 a 1, faturou, mais
uma vez, o bicampeonato baiano. A coroação veio no dia 3 de
maio, quando o Bahia bateu o Galícia por 3 a 0.[13]
No ano de 1949, ao completar 18 anos de existência, o clube se mudou novamente para a Barra. E a nova sede pareceu dar sorte já no Campeonato Baiano, onde após
vencer o primeiro turno, enfrentou o Ypiranga, vencedor do segundo, numa melhor
de três. Perdeu a primeira partida por 3 a 1; venceu a segunda, por 2 a 0; e
empatou a terceira, em 2 a 2.[23] Com o impasse, houve a realização de um jogo-desempate, no dia 18
de dezembro, e o Bahia venceu por 2 a 0, com gols de
Carlito e Ivan.[13] Assim, tornou-se Tricampeão do Campeonato Baiano de Futebol, feito até então exclusivo ao Galícia. O ano é especial também por
conta do nascimento de dois grandes ídolos do clube: no dia 7 de
julho vem ao mundo Edvaldo dos Santos, o
“Baiaco”; e em 9 de novembro, nasceu Douglas da Silva Franklin, o
Douglas que, anos mais tarde, viria a se tornar, para muitos, o maior jogador a
envergar o manto sagrado azul, vermelho e branco.[13]
O ano de 1950, apesar de crises internas continuarem a existir, diferente de outras
épocas, elas não prejudicaram o desempenho em campo. Na fase classificatória do
Baianão, perdeu apenas dois de 12 jogos e terminou em primeiro lugar. No
primeiro jogo da decisão contra o Vitória, venceu por 2 a 1. No segundo, porém,
levou uma virada espetacular, e perdeu por 4 a 3.[24] Isso exigiu a realização de um jogo-desempate. E ele ocorreu no dia 12
de novembro, em que o tricolor venceu por 3 a 1, com a
estrela de Zé Hugo, que, cinco anos depois, voltou a marcar dois gols na
decisão contra o Vitória. Com a conquista do título, o Bahia se tornou o
primeiro Tetracampeão da história do Campeonato Baiano de Futebol.[13]
Anos 1950: a ascensão rumo
ao Brasil
O ano de 1951 marcou na história no futebol baiano e, principalmente, na história do
Bahia devido à fundação do Estádio da Fonte
Nova. No dia 28 de janeiro, com apenas o campo de
futebol e um "anel" de arquibancadas, foi inaugurado o Estádio da
Bahia, que depois seria rebatizado com o nome de Otávio Mangabeira (em
homenagem ao governador em exercício responsável pela criação do estádio), mas
que entraria para a história do futebol brasileiro como Fonte Nova.[13]
No dia da inauguração, Bahia, Ypiranga, Botafogo-BA, Guarany, São Cristóvão, Vitória e Galícia disputaram o Torneio
Octávio Mangabeira, criado para inaugurar o estádio e premiar um clube de Salvador com o primeiro título no
novo estádio. O Tricolor despachou o Botafogo na semifinal e pegou o Vitória na
decisão. Com um triunfo por 3 a 2, de virada, com gols de Teco e Alfredo,
tornou-se o primeiro Campeão da história da Fonte Nova.[13] Apesar do título, não foi tão bem no Estadual, e ficou fora da decisão
após a seqüência de quatro títulos seguidos. O Ypiranga venceu o Vitória e
levou o troféu do ano.
Em 1952, no Campeonato Baiano, o Bahia
venceu o primeiro turno, o Vitória ganhou o segundo, e o Ypiranga o terceiro.
Nas finais, já em 1953, depois de vencer o rubro-negro duas vezes por 3 a 1,[25] o Tricolor encarou o aurinegro na decisão.[13]
No dia 8 de
março de 1953, o jogo foi realizado, marcado por embate entre policiais e
torcedores graças à tentativa dos guardas de pacificar com violência uma briga
entre espectadores. Devido às vaias do público, o governador Régis
Pacheco, presente no estádio, ordenou que os policiais se recolhessem ao
quartel. Com a bola rolando, a decisão foi equilibradíssima, e o jogo só foi
definido em lance fortuito: no segundo tempo, Carlito chutou fraco, sem pretensão,
e o goleiro Rui engoliu um frangaço. Bahia 1 a 0. Com o triunfo, o Bahia se
tornou Campeão Baiano pela 13ª vez.[13]
O ano de 1959 e a conquista
da Taça Brasil: o primeiro campeão brasileiro da história
Durante muito tempo, o Bahia continuou sendo uma grande força no estado
da Bahia, porém não reconhecida no Brasil, por não haver um torneio nacional, até que foi criada a Taça
Brasil. Em 1959, a Confederação Brasileira de Desportos (CBD) organizou um Campeonato nacional interclubes como alternativa para substituir o Campeonato Brasileiro de
Seleções Estaduais.
O torneio funcionava em sistema de Copa, que indicava o campeão
brasileiro entre clubes (algo inédito no Brasil) e também um representante
brasileiro para a disputa da Taça Libertadores da América, torneio criado pela Conmebol no mesmo ano, que iniciaria no ano seguinte.[26] O torneio reunia os campeões estaduais, e era dividido em grupos: Nordeste, Norte, Leste e Sul, que se agrupavam em zonas: Zona Norte-Nordeste, e Zona Sudeste-Sul.[27] [28] Os campeões paulistas e cariocas entravam na reta final, enfrentando o
vencedor da Zona Norte-Nordeste e o da Zona Sudeste-Sul cada um. Os vencedores
destes confrontos levavam aos finalistas do torneio. Em termos práticos, o
torneio foi o precursor do Campeonato Brasileiro de Futebol.[29]
No primeiro ano da Taça Brasil, houve 16 participantes, e o Bahia havia
sido indicado como representante do Estado da Bahia, já que foi o campeão
baiano de 1958. Com isso, foi habilitado a participar do certame. O tricolor não era o
favorito, até porque tinha concorrentes de peso, como o Vasco de Bellini e o Santos de Pelé, Pepe e Coutinho.
No Grupo Nordeste, o Bahia estreou contra o CSA goleando por 5 a 0. No
segundo jogo, venceu novamente, dessa vez por 2 a 0, e avançou sem a
necessidade de um terceiro jogo. O Ceará, que havia vencido o ABC, foi o rival no Grupo Nordeste. Após empatar em 0 a 0 e 2 a 2, venceu
por 2 a 1 o terceiro jogo, e passou para a próxima fase.[30] No Grupo Norte, o Sport se sagrou campeão, e se
habilitou a disputar o título da Zona Norte contra o Bahia. (no Grupo Sul foi o
Grêmio, e Grupo Leste o Atlético Mineiro). O
campeão da Zona Norte enfrentaria o Campeão Carioca, e o da
Zona Sul enfrentaria o Campeão Paulista.
Sabendo disso, Bahia e Sport duelaram numa melhor de três. Na primeira,
deu Bahia (3 a 2). Na segunda, deu Sport (6 a 0). Na terceira, o Bahia venceu
por 2 a 0 e passou para as semifinais do torneio, para enfrentar o Vasco da
Gama, campeão carioca de 1958.
Para um time desacreditado, o Bahia até que estava indo longe no
torneio. Com isso, adquiriu fôlego para enfrentar as duas pedreiras que se
sucederiam. Após um triunfo para cada lado (0 a 1 pro Bahia, e 2 a 1 para o
Vasco), o Bahia venceu o jogo decisivo por 1 a 0, com gol de Léo
Briglia. O adversário do Bahia na final saiu do confronto entre o Grêmio
(vencedor da Zona Sul) e o Santos (campeão paulista de 1958). O time de Pelé
passou fácil pelo time gaúcho, o que aumentou seu favoritismo em detrimento do
favoritismo do time baiano.
No dia 10 de dezembro de 1959,
ocorreu a primeira grande decisão na Vila
Belmiro, onde o Tricolor venceu por 3 a 2, surpreendendo a todos que esperavam
mais um show do craque Pelé. Dessa vez, o favoritismo mudou de lado, e a festa
estava preparada em Salvador. Estava certo de que
aquele ano novo na Bahia seria especial. Porém, a euforia transpôs a calma, e
no dia 30 de dezembro o
Santos, na Fonte
Nova, bateu o tricolor por 2 a 0.
Isso levou a realização de um terceiro jogo para decidir quem seria o
campeão. Com a festa adiada e a euforia tranquilizada, o time viajou para o Rio de Janeiro (então
capital federal) para disputar a terceira partida num campo neutro. Lá, o
Santos (e toda a mídia) já acreditava no título, e o Bahia então mostrou todo o
seu bom futebol e o motivo de ter se tornado supremo no estado. Venceu por 3 a
1 e tornou-se o primeiro Campeão Brasileiro da história.
O time que jogou a decisão era: Nadinho; Leone e Henrique; Flávio e
Vicente; Marito, Alencar, Léo, Mário e Biriba.[13] O então presidente era o polêmico Osório Villas-Boas, não muito
querido pela torcida.[13] O treinador até as finais foi o Ifigênio Bahianense (Geninho), mas na decisão ele saiu, e o paraguaio Carlos Volante assumiu.
O tricolor ainda teve o artilheiro do campeonato: Léo Briglia.[13]
A Taça Libertadores de 1960 não foi muito boa para o Tricolor, mas serviu para apresentar ao clube
um de seus maiores ídolos nos próximos anos. O tricolor perdeu o primeiro jogo
por 3 a 0 para o San Lorenzo, da Argentina, com uma exibição impecável de José Sanfilippo. No jogo
de volta, o Bahia venceu por 3 a 2, mas foi eliminado.[31] Sanfilippo chegaria somente em 1968 no clube, mas faria história.
Anos (mornos) 1960 e o
Bahia: tricampeonato e jejum
Em 1960, o Bahia iniciou uma série de conquistas sucessivas no estadual. Logo
após sua saída da Taça Libertadores,
iniciou-se o Campeonato Baiano daquele ano. E o tricolor foi arrasador no
primeiro turno, perdendo apenas 1 jogo para o Ypiranga por 4 a 3.[32] Como empatou em pontos com o próprio aurinegro, houve um jogo-desempate
para definir o campeão do primeiro turno. E o Bahia acabou perdendo por 2 a 0.
Recuperando-se da perda, o Tricolor venceu o segundo turno de forma
invicta, vencendo os 8 jogos, incluindo os clássicos (Clássico das Cores, Clássico das Multidões, Clássico do Pote, Ba-Vi). Na decisão, o Bahia venceu os 2 jogos contra o Ypiranga e sagrou-se campeão baiano
de 1960.
A perda do Torneio Início em 1961 para o Vitória não abalou o clube, que
deu o troco no estadual, faturando o bicampeonato.[33] O momento era tão bom que o tri veio logo no ano seguinte: apesar da
perda do Torneio Início para o Botafogo, o Bahia venceu com sobras
o Baiano de 1962, novamente em cima do rubro-negro.[34]
A sequencia de títulos do Bahia foi interrompida em 1963. O Ypiranga venceu o Torneio Início, e
no estadual o Fluminense de Feira surpreendeu
e, com um bom time, venceu o Campeonato Baiano.[35] O estadual só foi retomado pelo Esquadrão em 1967, vencendo o Galícia.[36]
Na Taça
Brasil, o Bahia acabou chegando as finais de 1961 e 1963, perdendo ambas para o Santos. Ficou de fora das edições
de 64, 65, 66 e 67, por conta da perda dos
estaduais nos anos anteriores. A reconquista do estadual em 1967 fez o Esquadrão retornar ao torneio nacional em 1968.[36]
A década de 1970: Hegemonia
absoluta do Bahia
Os anos 1970 foram de pura glória para o Bahia. O tricolor iniciou a montar elencos
cada vez mais competitivos, e começou a peitar não somente os clubes da Bahia, como também os demais clubes do Brasil. O início do novo Campeonato Brasileiro
(reformulação da antiga Taça
Brasil e do Torneio Roberto Gomes Pedrosa) aliado ao grandioso momento do clube levou a sua forte expressão no
cenário nacional.
Em 1970, o Bahia venceu o primeiro turno, e o Itabuna o segundo. Nas finais, o
Tricolor superou o Itabuna por duas vezes (3 a 0 e 6 a 0), e sagrou-se campeão.
Neste ano, o então ídolo Sanfilippo e uma então promessa, o
jovem Baiaco foram os destaques. Além
deles, o goleiro Picasso também entraria pra
galeria de ídolos do clube. Para muitos, ele, embora tenha permanecido apenas
um ano no clube, é um dos grandes goleiros que atuaram no clube.[36]
O bicampeonato viria no ano seguinte, com o surgimento para a torcida de
mais dois ídolos do clube, como Sapatão e Roberto Rebouças. Aos
poucos o Bahia ia montando um time que encantaria os amantes de futebol. Ainda
este ano, Eliseu Godoy chegaria pela terceira vez ao Bahia, dessa vez para se eternizar como
ídolo do clube.[36]
Em 1972, embora o Bahia tenha vencido o primeiro turno, o Vitória venceu o segundo turno e
levou a disputa a um jogo final, que após empate em 0 a 0, o rubro-negro venceu
nos pênaltis.[37] O que parecia ser o fim da sequencia de títulos no Tricolor, na
verdade, foi o estopim para a sequência histórica e inédita no futebol baiano.
Em 1973, o tricolor se classificou para um quadrangular final com o Vitória, Leônico e Atlético de Alagoinhas. Neste,
o clube de Alagoinhas se sagrou vencedor, faturando o primeiro turno e chegando a decisão. Na
segunda fase, o quadrangular foi composto, além do Bahia, por Vitória, Botafogo e Atlético de Alagoinhas.
Quando se imaginou que o clube do interior faturaria o primeiro turno, eis que
o Bahia vence de modo invicto o quadrangular, e vence segundo turno, se classificando
a final. De modo brilhante, o tricolor foi soberano e venceu o Atlético de
Alagoinhas por 2 a 0, vencendo o Baianão de 1973. Neste ano, o Esquadrão de
Aço revelou para o futebol um de seus ídolos: Alberto Leguelé.
No triênio 1974-1975-1976, o tricolor se reforçou com jogadores até então pouco conhecidos, mas
que se tornariam alguns dos maiores ídolos do clube, como Beijoca (1975), por exemplo, e viu outros jogadores como Douglas, e Fito
Neves se destacarem cada vez mais. A campanha do Bahia no Campeonato Baiano de 1975 mostrou
exatamente a supremacia do tricolor: o Bahia venceu os dois turnos, e de modo
invicto.[38] Nesse mesmo período, Beijoca marcou a maioria dos seus 106 gols feitos
pelo clube. Nesse triênio, para variar, o Bahia foi campeão baiano em todas as
edições, e nas três venceu o Vitória na decisão.
Em 1977 e 1978, o Bahia foi campeão baiano em cima do Botafogo e Leônico,
respectivamente. Aos poucos, o penta e o consequente hexacampeonato foram
aumentando a força do Bahia, comprovando a tradição e fazendo jus ao apelido
lendário do clube de "Esquadrão de Aço".
O título de 1979, por sua vez, foi histórico pelo modo que o Bahia o conquistou. O
Vitória montou um time destinado a quebrar a sequência triunfante do Bahia,
trazendo atletas como Gelson Fogazzi Rocha, Xaxa,
Sena e Jorge Campos. Já o Bahia havia perdido Jesum e Beijoca, mas se reforçou
com Gilson
Gênio.
Como o rubro-negro obteve a melhor campanha, chegou nas finais com
vantagem. O tricolor venceu o primeiro jogo, e empatou o segundo.[39] A vantagem deu ao rival um jogo extra, onde o empate lhe favorecia. Ao
Bahia restava vencer, e eis que, no segundo tempo, com a torcida rubro-negra
eufórica, o meia Fito
Neves arrisca um chute de longe, e o goleiro Gélson comete um erro histórico,
até hoje lembrado pelos torcedores presentes na época. O Bahia venceu por 1 a
0, calou a torcida rival, e fez a festa: Bahia heptacampeão, uma das maiores
sequência de títulos do futebol brasileiro.[2] [40] Nesse período, alguns dados ajudam a explicar esse feito, segundo o
historiador Galdino Silva:[2]
- Ao longo dessas setes conquistas do Bahia os jogadores Baiaco, Douglas, Fito, Romero e Sapatão, participaram de todas as campanhas e são efetivamente verdadeiros
heptacampeões de fato.
- O Tricolor fez ao total 228 jogos, dos quais venceu 142, empatou 75
vezes e perdeu apenas 11 partidas, marcando 419 gols e sofrendo 102 gols.
- Douglas foi o grande artilheiro dessa campanhas marcando mais de 90
gols.
ESTADIO FONTE NOVA NOS ANOS 70
O bicampeonato brasileiro e grandes campanhas nos nacionais
O clube foi fundado com o slogan "Nasceu para Vencer".
Desde então, o Bahia conquistou 44 títulos estaduais, contra 27 de seu
principal rival, o Vitória. Foi o primeiro clube
brasileiro a participar da Taça Libertadores da América, em 1960, por ter sido campeão da Taça Brasil de 1959.
Em 1959 conquista o campeonato brasileiro, tornando-se o primeiro campeão
nacional[41] e o primeiro clube brasileiro a participar da Taça Libertadores da América, ao derrotar o Santos
FC.
A década de 1980 foi,
certamente, a mais vitoriosa do Bahia, pois foi nela que o Tricolor de Aço
conquistou o seu segundo título brasileiro, em 1988. Nas 31 oportunidades que disputou o certame, suas melhores campanhas
foram uma 4ª colocação em 1990 e uma 5ª em 1986, tendo terminado por 8 vezes entre os 10 melhores.
O Bahia foi ainda semifinalista do Torneio dos Campeões de 1982, torneio promovido pela CBF e que reunia os maiores clubes do Brasil na época.
No Campeonato Brasileiro de
Futebol de 1988, conquista o bicampeonato vencendo o Internacional de Porto Alegre, dirigido por Evaristo de Macedo, o
tricolor, com craques como Ronaldo, João Marcelo, Charles
Fabian, Bobô, Zé Carlos, e
outros, derrotou o Internacional na final, combatendo a força do colorado no Beira-Rio e a mídia, que dava o título como certo aos gaúchos. O Bahia é até hoje
um dos dois únicos campeões brasileiro do Norte/Nordeste (junto ao Sport).[nota
3] Com a título de 1988 garantiu vaga na Taça Libertadores da América de 1989, onde obteve seu melhor resultado, chegando às quartas de final.
Na Copa do Brasil, até 2007, o Bahia ocupava o 12º lugar no ranking de pontos conquistados, com 123
pontos e sua melhor colocação foi em 2002, quando ficou em 5° lugar. Em 2003, teve o artilheiro da competição: Nonato, com nove gols.
1998–2008: Altos e baixos
Após as conquistas do Campeonato Brasileiro de 1959 e 1988, o Bahia não conseguiu manter a estabilidade administrativa e sofreu um
declínio. Em 1997, caiu para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro, retornando à
elite em 2000, e mesmo assim graças a Copa João Havelange, pois o
tricolor não havia conseguido se classificar em 1999. Em 2001 fez um ótimo Campeonato Brasileiro, chegando a se classificar para as
finais. No ano seguinte, os seguidos erros da diretoria resultaram numa nova
queda de produtividade e finalmente em 2003 acabou sendo rebaixado novamente. Após fazer um péssimo campeonato,
sofrendo grandes goleadas, o Bahia caiu frente ao Cruzeiro, que venceu o tricolor
pelo placar de 7 a 0, na Fonte
Nova.
Em 2004 montou um time muito bom para a segunda divisão, indo à última fase da
competição como grande favorito, mas, mais uma vez, a má organização e
desinteresse da diretoria evitaram a ascensão à elite do futebol brasileiro.
Classificou-se ao quadrangular final em segundo e, no mesmo, ficou em quarto.
Em 2005, o Bahia foi, juntamente com seu arquirrival Vitória, rebaixado para a terceira
divisão, após mais uma má administração do clube, e tentou em 2006 reerguer sua história vencedora, sem sucesso, permanecendo na
terceirona.
2006–2008: A era Barradas:
o fundo do poço e o fim da agonia
Choro, tristeza, lamentações. Tudo isso teve de ser deixado para trás
com o fim da gestão de Marcelo Guimarães frente ao clube. Foi eleito para o
cargo de presidente Petrônio Barradas. A torcida estava indignada, frustrada,
decepcionada. Petrônio tinha a reprovação quase que absoluta da torcida por
conta da má fase fruto das péssimas gestões do seu antecessor.[43] Com isso, ele teve de trabalhar em dobro para tentar reconquistar a
torcida e tirar o Bahia da situação vexatória a qual se encontrava.
No Campeonato Baiano, porém,
foi eliminado nas semifinais para o Colo Colo, de Ilhéus, que seria o futuro campeão estadual. Na Copa
do Brasil, foi eliminado pelo Ceilândia,
perdendo por 2 a 1 na Fonte Nova, ainda
na primeira fase do torneio.[44]
Na Série C, porém, dava indícios de que iria fazer boa campanha e se classificar
para a Segunda divisão. Com Sorato, Elias, Humberto e Luís Alberto em boa
fase, o clube chegou ao Octogonal Final como favorito. Contudo, a boa campanha
foi desperdiçada com péssimas atuações, quando o clube chegou a perder por 7 a
2 para o Ferroviário-CE,[45] e perder por 2 a 0 para o Ipatinga em plena Fonte Nova, jogo
inclusive que teve invasão por parte da torcida, e confusão generalizada que
rendeu punição ao Bahia, que teve de jogar quatro jogos com “portões fechados”
(sem torcida)[46] [47] - o que refletiu nos 2 primeiros jogos da Série C do ano seguinte,
inclusive.[47] Eliminado da Série C, assistiu o seu rival se classificar para a Série B, junto com Criciúma, Grêmio Barueri e
Ipatinga.[48]
O pesadelo que parecia estar acabando, na verdade estava no seu auge. O
Bahia vivia o pior momento de sua gloriosa história.
Após 1 ano, a redenção
Após vexames sucessivos no ano anterior, o Bahia começou o ano de 2007 destinado a por fim no sofrimento o qual sua torcida tanto agonizava. O
tricolor renovou seu elenco, reforçando-se para o Campeonato Baiano com nomes
como Fausto, Moré, Emerson Cris, Carlos
Alberto, Paulo Musse, Fábio Saci, Adilson Rodrigues, Danilo Gomes (revelado
pelo clube que retornava), e Charles. Das divisões de base, foram promovidos
Danilo Rios, Ananias e Eduardo, além de terem sido
reaproveitados os pratas-da-casa promovidos no ano anterior, como Ávine, Elias e Marcone. Para técnico, Arturzinho foi chamado para ajudar o clube. E com o tempo, surtiu efeito.
No estadual, o clube fez boa campanha, mas perdeu dois dos quatro
clássicos, além de empatar os outros dois, e perdeu título baiano para o Vitória, recém-promovido para a Segunda Divisão. Arturzinho permaneceu no cargo por conta do bom futebol apresentado no
torneio.
Na Copa do Brasil, o
tricolor passou pelo Itabaiana,[49] pelo Goiás[50] e foi apenas eliminado pelo Fluminense,[51] após empate em 1 a 1 no Maracanã, e em 2 a 2 na Fonte
Nova, com Fábio Saci marcando gols nos dois jogos. Invicto, o Bahia foi
eliminado pelo futuro campeão, que no primeiro jogo era treinado por Joel
Santana, e no segundo por Renato
Gaúcho, dois técnicos que farão parte, pro bem e pro mal, de sua história nos
anos seguintes (embora Joel já tenha treinado o Bahia em 1994 e em 1999).
Sem jogos entre o meio de maio e início de junho, o Bahia aproveitou
para realizar amistosos com clubes do interior baiano, e paralelo à isso,
reforçou-se com nomes como Alisson, Nonato, Neto Potiguar, Cléber, Sérgio, Márcio Angonese (Paulo
Musse e Gessé foram dispensados após o término do estadual). Destes, dois eram
ídolos da torcida, em especial Nonato, 7º maior artilheiro da história do
clube.[52] Arturzinho foi aos poucos dando cara ao Bahia que a torcida começava a
gostar de ver jogar, que embora não fosse tão qualificada quanto o clube
merecia, era capaz de obedecer as táticas do treinador, e convencia.
Para a estreia do torneio, uma baixa: o goleiro Sérgio, que chegou para
ser titular, se machucou, e deu vaga a Márcio Angonese. O arqueiro convenceu
não só o treinador, mas também a torcida, que praticamente se esquecera do
primeiro. O tricolor estreou com um empate em 0 a 0 com o Confiança, no Estádio Batistão, em Aracaju. Nos dois jogos seguintes, o Bahia venceu o ASA (2 a 0), na Fonte Nova, e América de Propriá, em Sergipe (1 a 0).[53] Com isso, assumiu a liderança do grupo. Precisando de apenas um triunfo
para se classificar para a próxima fase, o Bahia venceu o América, na Fonte
Nova (2 a 0), e o ASA, em Arapiraca (4 a 0).
Líder absoluto, o Bahia chegou ao último jogo classificado. A torcida,
que esteve impedida de assistir os dois primeiros jogos da Fonte Nova, com o
fim da punição, lotou o estádio no último jogo, fazendo a festa que alegrou a
tarde daquele domingo de 5 de
agosto. No ritmo da torcida, o Bahia venceu o Confiança por 2 a 1, e fechou a
primeira fase com cinco triunfos e 1 empate.[53]
Na segunda fase, o tricolor manteve o bom nível, e nos três primeiros
jogos venceu o Atlético de Cajazeiras-PB (3 a 0),
no Perpetão, o Linhares (5 a 0), na Fonte Nova, e
o Nacional de Patos (2 a 0),
também na Fonte Nova.
No returno, porém, o Nacional de Patos surpreendeu e venceu por 2 a 1,
no Estádio José Cavalcanti, tirando
a invencibilidade do tricolor no torneio. Isso, porém, não abalou o time, que
após empatar em 1 a 1 com o Linhares no Estádio Joaquim Calmon, venceu
o Atlético de Cajazeiras-PB por 3 a 1, na Fonte Nova.[54]
O gol salvador de Charles
Na terceira fase, o Bahia encarou o ABC, o Rio Branco-AC e o Fast Clube. Dessa
vez, o Bahia sofreu. Embora tenha vencido o ABC (2 a 0) e o Rio Branco (2 a 1)
na Fonte Nova, o
tricolor perdeu para os mesmos no Frasqueirão, em Natal, e no Estádio José de Melo, em Rio
Branco, e empatou em 2 a 2 com o Fast Clube, no Maranhão. O ABC foi o primeiro a se classificar, e chegou à última rodada em
situação cômoda, ao contrário do Bahia, que disputava com o Rio Branco a última
vaga.
O clube acreano iria jogar contra o classificado ABC em Natal, e o Bahia
contra o Fast na Fonte Nova. Em caso de triunfo do Rio Branco, o Esquadrão de
Aço seria eliminado novamente. Para o Bahia apenas interessava, no mínimo, um
empate no jogo em Natal, e um triunfo para o Bahia na Fonte Nova. Mesmo com
pênalti perdido para o Rio Branco, o resultado de 0 a 0 favoreceu ao Bahia, que
somente aos 50 minutos do segundo tempo, Charles, que entrara no lugar de Nonato, fez o gol salvador, que classificou o Bahia para o octogonal final, e
livrava o Bahia de novo vexame histórico.
Tal feito rendeu caminhada da Fonte Nova até a Colina Sagrada da Igreja de Nosso Senhor do Bonfim a pé por parte da comissão técnica e dos atletas do clube no mesmo dia.[55] [56] [57]
EVILAZIO E LOURINHO TORCEDORES SIMBOLOS DO E.C BAHIA
Campanha impecável no
octogonal final e o acesso
Feliz e esperançosa, a torcida do Bahia então lotou todos os jogos do
clube no octogonal final da Série
C.[58] Recompensando isso, o Bahia venceu o CRAC (1 a 0), o ABC (3 a 0), e Nacional (3 a 0), e empatou com o Bragantino (2 a 2),
Atlético-GO (1 a 1),
Barras (2 a 2), e o Vila Nova (0 a 0),
na Fonte Nova.
Fora de casa, o time venceu o Vila Nova por 3 a 2, o Atlético por 2 a 1,
empatou com o Bragantino por 1 a 1, e perdeu apenas para o ABC (4 a 3), e para
o CRAC (4 a 2), realizando a melhor campanha do torneio, alcançando, ao todo,
62 pontos, embora tenha ficado apenas na segunda colocação (por conta da
derrota no último jogo para o CRAC e o triunfo do Bragantino, que foi campeão
tendo a segunda melhor campanha).[59] Junto com o Bahia, subiram ABC, Bragantino e Vila Nova.
O time era: Márcio; Carlos Alberto, Alisson, Eduardo e Adílson (Ávine); Fausto, Emerson Cris, Danilo
Rios (Elias) e Cléber (Danilo Gomes); Nonato e Neto Potiguar (Charles); técnico: Arturzinho. E enfim, o calvário tricolor na terceira divisão havia terminado. Um
dado curioso é que, desde 2004, o tricolor não manteve um treinador do início ao fim da temporada, e,
em ambos, o time fez boas campanhas no torneio nacional (apesar de em 2004,
mantendo Vadão no cargo, a vaga para a
primeira divisão escapar na última rodada, com a derrota por 3 a 2 para o Brasiliense.[60]
A euforia da torcida levou o clube a alcançar a maior média de público
do Brasil: o Bahia teve 40.400 pessoas por jogo. Nenhum clube da Terceira, da
Segunda ou até mesmo da Primeira Divisão foi capaz de igualar.[61] No entanto, isso não é incomum para o Bahia, que também alcançou a
maior média de público no Brasil em 2004, 1988, 1986 e 1985.[62]
Apesar disso, o trágico incidente na Fonte Nova, que levou à óbito sete
torcedores, interditou o estádio, e a falta de outro estádio capaz de receber
jogos nacionais na cidade fez o clube jogar em Feira
de Santana, no estádio Jóia da Princesa, no ano
seguinte, enquanto o Estádio de Pituaçu era
reformado para atender às necessidades do time, o que impediu que a imensa
torcida lotasse o estádio para prestigiar e apoiar o clube, não só pela
distância, como pela capacidade do estádio: 14.000.[63]
Renovação do elenco e fim
melancólico da gestão de Petrônio Barradas
Apesar disso, Arturzinho não foi mantido no cargo para o ano seguinte. Para o seu lugar, Paulo
Comelli foi contratado,[64] além de o clube renovar novamente seu plantel, mantendo apenas nomes
como Alisson, Ávine e Elias. Danilo Rios foi negociado
com o Grêmio, e Eduardo com o Botafogo. Rafael Bastos e Luis Alberto, que
iniciaram 2007 no clube, foram negociados, ao fim do campeonato
baiano do mesmo ano, com o Cruzeiro.[65]
Apesar de os novos contratados não agradarem a torcida, o clube fez uma
campanha impecável no estadual, vencendo três dos 4 clássicos disputados com o Vitória, incluindo goleada de 4 a 1 no Barradão.[66] Apesar disso, o regulamento levou o clube a perder o título por duas
derrotas seguidas no quadrangular decisivo, incluindo o único Ba-Vi perdido. Tal derrota não abalou o cargo de treinador, mas demonstrou a
torcida que o time era fragilizado e que, para retornar a elite do futebol
nacional, era preciso reforços mais qualificados. Isso não ocorreu, e o Bahia
então fez campanha abaixo da esperada, o que levou a Paulo
Comelli ser demitido, e Arturzinho retornar ao clube. Porém, a má qualidade do elenco, embora tenha
vencido o Corinthians por 1 a
0 no Pacaembú,[67] fez ele também ser dispensado.
Para piorar, Elias, o maior destaque do time,
foi negociado com o Fluminense, enfraquecendo mais ainda
o elenco. A torcida organizada Terror Tricolor, indignada, foi ao Fazendão e,
revoltada, promoveu baderna e tumulto quando integrantes da torcida resolveram
trocar socos e chutes com atletas.[68] Após esse episódio, Galvão, que vinha sendo o
destaque do time, pediu dispensa do clube, e Marinho, com quem o clube mantinha
conversas, desistiu de acertar com o clube.
Nesse clima conturbado, Roberto
Cavalo foi contratado e demitido após não reverter os maus resultados. Perto
de novo rebaixamento, o clube agiu rápido e reforçou-se com atletas como Marcelo
Ramos (ídolo do clube)[69] e Caio, e promoveu da base Paulo
Roberto e Roberto Heuchayer.
Paralelo a isso, o clube trouxe o técnico Ferdinando Teixeira, que
livrou o clube de novo rebaixamento, e manteve o Bahia na segunda divisão. A meta
de retornar a Série
A foi, mais uma vez, adiada por má gestão.
Com isso, Petrônio Barradas não se candidatou a reeleição, e deixou em
aberto a sucessão presidencial do clube. Em meio a tanta incerteza, o então deputado
federal Marcelo Guimarães Filho aceitou
a ideia que circulava pela cidade de se candidatar, e é eleito com a imagem de
ser um presidente jovem, que simbolizava a renovação e modernização do clube.[70]
2009–2010: “Nova” era e o
acesso à elite
2009: Mudanças internas
retardam o acesso
Marcelo Guimarães Filho é eleito
e, de imediato, acertou a contratação de Alexandre
Gallo para o cargo de treinador. Trouxe nomes como Patrício, Rubens
Cardoso, Helton Luiz, Marcelo, Fernando, Nen, Leandro, Reinaldo
Alagoano e Beto. Apesar da melhora técnica, o presidente trouxe para o cargo de
diretor de futebol o ex-presidente do Vitória, o rival, Paulo Carneiro.[71] De imediato, a torcida reprovou, já que ele era famoso por célebres
frases e iniciativas de provocação e ironização do Bahia. Ignorando isso, o
presidente o acolheu no clube.
Em meio a isso, o time mudou de postura, começando a trazer bons
resultados, vencendo e convencendo, boa parte devido ao retorno do time a Salvador, jogando em Pituaçu. Porém, embora tenha
vencido e empatado Ba-Vi na primeira fase do estadual, o time foi eliminado novamente pelo Coritiba na Copa
do Brasil, após empatar em 0 a 0 em Curitiba, e em 2 a 2 em Pituaçu.
Nas finais do estadual, o Bahia perdeu e empatou os dois jogos, e perdeu
o título novamente para o Vitória. O zagueiro Alisson, destaque maior do time
até então, se lesionou gravemente no meio do torneio. Para seu lugar, o clube
trouxe Evaldo.
No Campeonato Brasileiro, a
constância do time no primeiro semestre desapareceu, e a instabilidade levou à
demissão de Gallo na sétima rodada.[72] Para seu lugar, o clube trouxe novamente Paulo
Comelli,[73] que inicialmente levou o time a bons resultados, como o triunfo ante o Vasco por 2 a 1, em Pituaçu.
Porém, as limitações do elenco voltaram a surgir, e Comellinovamente foi
demitido. Sérgio Guedes foi contratado para tentar
reverter a má fase. Embora tenha dado uma “sobrevida”, os maus resultados
voltaram, e ele foi dispensado junto com Paulo Carneiro, em setembro. Eliseu
Godoy, ídolo do clube e então comentarista de rádio na cidade, foi convidado
para o cargo até o fim do ano, e ele, por gratidão ao clube, aceitou.[74] Trouxe para o cargo de treinador o técnico Paulo
Bonamigo, e para o elenco trouxe Paulo
Isidoro, Nadson, Jael, Marcos, entre outros.
O time foi aos poucos se recuperando, e a dupla Nadson-Jael logo caiu
nas graças da torcida. O time escapou do rebaixamento na última rodada,
vencendo o Guarani em Pituaçu, e conseguindo
a 12ª colocação.[75] Apesar de a torcida ter gostado dos contratados na reta final do
torneio, o elenco sofreu forte renovação.
2010: o ano do retorno à
Série A
Em 2010, MGF iniciou um processo de grande reforma no Centro de Treinamento
(CT) do clube, e a profissionalização de todos os seus setores (hoje, apenas o
cargo de presidente não é remunerado), o que começou a levar bons frutos ao
clube.[76] Além disso, Paulo Angioni foi contratado para o cargo de diretor de
futebol. Logo em seguida, ele trouxe Renato
Gaúcho para ser treinador do clube, e jogadores como Rodrigo
Grahl, Morais, Jancarlos, Renê, Bruno
Octávio, Fábio
Bahia, Rogerinho e Apodi. Adriano "Michael Jackson" e Jael foram contratados no meio do campeonato. O primeiro semestre não foi
bom para o tricolor. Perdeu o estadual para o Vitória novamente, mesmo vencendo o último jogo por 2 a 1 e fez campanha fraca
na Copa do Brasil, sendo
eliminado pelo Atlético-GO na
segunda fase.
No Campeonato Brasileiro, veio a
redenção, e o clube, aliado ao apoio de sua torcida nas arquibancadas, voltou à
primeira divisão, após
sete anos de sofrimento e luta. Com jogos memoráveis, como os triunfos contra o
Náutico (3 a 0), ASA (5 a 1),
São Caetano (3 a 1),
Ponte Preta (2 a 1),
Ipatinga (2 a 1), e os dois jogos
contra a Portuguesa (4 a 2 e
3 a 0), Sport (2 a 0 e 2 a 1), América Mineiro (3 a 0 e
2 a 1), Paraná (2 a 1 duas vezes), nem a lesão de Jancarlos[77] e de Bruno Octávio,[78] que os afastaram dos gramados por seis meses, ou a suspensão de Renê
por doping (uso de medicamento Lasix para dor de cabeça – que é proibido[79] ) atrapalhou o Bahia na sua volta à primeira divisão na terceira
colocação, perdendo a chance de ser campeão na penúltima rodada.
O time era: Renê (Fernando); Jancarlos (Arilton), Alisson, Nen, Ávine; Bruno Octávio (Hélder), Fábio Bahia, Rogerinho (Vander), Morais; Rodrigo Grahl (Adriano), Jael. Renato Gaúcho, pela bela
campanha, foi convidado a ser treinador do Grêmio no meio do campeonato, convite que aceitou sem pestanejar. Para seu
cargo, Márcio Araújo foi contratado.
A devoção de sua torcida foi reconhecida pela CBF no prêmio craque do Brasileirão
com o prêmio de Torcida de Ouro. No momento da entrega, o Ministro dos
Esportes, Orlando Silva, torcedor assumido do rival Vitória, irritou a torcida
homenageada ao não citar em momento algum qual o prêmio e qual clube estava
sendo premiado.[80] Tal gafe, contudo, não foi capaz de ofuscar o brilho e orgulho que o
povo baiano teve ao ser muito bem representado pela torcida do Bahia na
premiação.
Com isso, a festa do acesso fez a desconfiança do torcedor com o
presidente virar empolgação e gratidão. Euforia que duraria pouco.
2011: A velha crise na
“Nova” era
Apesar dos bons resultados, vários atletas titulares da equipe foram
dispensados, tais como Fábio Bahia, Bruno Octávio, Rodrigo Grahl e Rogerinho.
Adriano, Morais e Jancarlos foram convocados a retornarem a seus clubes (eram
emprestados por Fluminense, Corinthians e Botafogo, respectivamente). Jael, ídolo da torcida, se envolveu em uma briga com um diretor do clube, e
foi dispensado, contra a vontade da torcida (que até hoje clama pelo seu
retorno).[81] O clube então trouxe Ramon, Marcos (novamente), Souza, Titi e Tiago. Para o cargo de
treinador, Rogério Lourenço foi
contratado. Porém, as péssimas contratações fizeram o Bahia realizar uma das
piores campanhas da história do clube no Campeonato
Baiano, sendo eliminado na semifinal pelo Vitória, que perdeu o título para o Bahia
de Feira.[82]
Ainda na quarta rodada do estadual, Rogério Lourenço foi dispensado, e Vágner
Benazzi foi contratado. Apesar disso, os maus reforços para o elenco fizeram os
maus resultados persistirem. A eliminação humilhante na Copa
do Brasil, perdendo por 5 a 0 para o Atlético-PR[83] e nas semifinais do estadual fez Benazzi dar lugar a René
Simões no comando técnico. Para o Campeonato Brasileiro, o clube
se reforçou com Jóbson, Jancarlos (novamente), Paulo
Miranda, Dodô, Lulinha, Marcelo Lomba e Diones. O time fez
campanha razoável, mas a inconstância no time fez maus resultados aparecerem, e
René Simões ser dispensado.[84]
Angioni e Marcelinho começaram a ser questionados por contratarem
displicentemente e não traçarem planos na gestão. Buscando aliviar a pressão, o
clube iniciou conversas com Joel
Santana. A torcida, a princípio, gostou da ideia, já que em 1994 o treinador foi campeão baiano pelo Tricolor. Contudo, em entrevista a
um programa televisivo, Joel se referiu ao Bahia como “sardinha”, o que rendeu
críticas por parte do torcedor.[85]
A torcida então passou a engrossar o coro que reprovava a vinda do
“papai” Joel ao clube, mas a direção, ignorando o clamor da torcida, trouxe o
mesmo semanas depois.[86] Na sua terceira passagem, Joel conseguiu livrar o clube do rebaixamento, apesar de o rendimento do
time em campo não agradar a torcida. Com a confiança do presidente, Joel
liderou viradas heroicas, como o 3 a 2 contra o Avaí, e o 4 a 3 contra o São
Paulo, ambos em Pituaçu. Joel também foi o
responsável por empates frustrantes em casa, tais como o 1 a 1 ante o Atlético-MG, 0 a 0
ante o Cruzeiro, e derrota por 2 a 1 ante o Grêmio, todos em Pituaçu.
Na rodada decisiva do certame, em Pituaçu, acabou rebaixando um de
seus rivais regionais, o Ceará, ao vencê-lo por 2 a 1 em Salvador.[87] Em consequência de ter terminado o Campeonato na 14º posição, o clube,
depois de 22 anos fora de uma competição internacional, se classificou à Copa Sul-Americana de 2012.[88]
Com a desconfiança do torcedor, e confiança do presidente, Joel teve seu contrato renovado por mais um ano.[89]
Filme "Bahia Minha
Vida"
O maior feito em 2011, porém, ocorreu fora dos gramados. No dia 30
de setembro de 2011 estreou nos cinemas de todo o Brasil
o filme “Bahia Minha Vida”, de Márcio Cavalcante, que contava a história do
clube através de relatos de 120 entrevistados, entre jornalistas, jogadores,
comentaristas, árbitros, artistas e torcedores. Tudo isso em sete cidades
percorridas. Não há narração. Tudo é contado por quem viveu e vive o Bahia,[90] e que foi sucesso de bilheterias.
Em 2012, uma pesquisa apontou o longa como o de segunda maior bilheteria da
história entre filmes esportivos nacionais, perdendo apenas para o filme “Pelé
Eterno”. Críticos de todo o Brasil, e, principalmente, fãs do futebol,
aprovaram o filme, que foi o primeiro a ser lançado no Brasil contando a
história de um time de futebol.
De acordo com dados da Agência Nacional de Cinema (Ancine), 74.857
pessoas viram o filme tricolor nas telonas. A arrecadação foi de R$ 597.579,00.[91] [92]
2012, o título baiano após
10 anos de jejum e campanha irregular no Brasileirão
Em 2012, o Bahia começou mal o estadual, e após três rodadas com o time jogando
abaixo da média, Joel recebeu uma proposta do Flamengo que lhe fez abrir mão do cargo no Bahia, o qual era pressionado a sair
por parte da torcida, embora a direção nele confiasse. Assim, Marcelinho e Angioni
apostaram na vinda de Paulo Roberto Falcão, que em 2011 havia retomado a carreira de treinador do Internacional.[93] No clube colorado foi campeão gaúcho e eliminado nas quartas-de-final
da Taça Libertadores da América, o que culminou em sua demissão. Com esse início meteórico, Falcão
chegou ao Bahia com insegurança por parte da torcida por ser um treinador que,
embora famoso pela carreira de jogador e de comentarista televisivo, ainda era
desconhecido como treinador.
Porém, aos poucos, Falcão foi implantando tática e
organização no time, o que culminou no título baiano após dez anos sem, numa
campanha quase irretocável (em 26 jogos venceu 17 jogos, empatou 6 e perdeu
apenas três).[94] O time era: Marcelo Lomba; Madson, Rafael Donato, Titi, Gerley (Gutiérrez); Filipe
(Diones), Fahel, Hélder, Gabriel; Ciro (Zé Roberto), Souza. Na Copa
do Brasil, o time chegou às quartas-de-final, perdendo para o Grêmio. No Brasileirão, o
Bahia, porém, não repetiu as boas atuações do início da temporada, e começou a
perder jogos importantes, chegando a perder por 4 a 0 para Botafogo e Fluminense, ambos no Engenhão. Isso culminou na sua demissão. Em seu lugar, Caio
Júnior foi contratado.[95]
O histórico de técnico jovem, promissor, porém com insucessos acumulados
nos últimos clubes que treinou, causou insegurança por parte da torcida, que
novamente temeu maus resultados, que vieram novamente. Na Copa Sul-Americana de 2012 o Bahia fez uma campanha ruim e foi eliminado ainda na fase nacional
contra o São Paulo após
perder os dois jogos por 2 a 0, sendo eliminado sem jogar contra nenhuma equipe
estrangeira. Sem conseguir melhorar a situação do Bahia no campeonato, Caio
Júnior pediu demissão após empate em 1 a 1 com o Atlético-GO na
última rodada do primeiro turno. Sem técnico, o Bahia foi atrás de Jorginho, que havia sido campeão da
Série
B com a Portuguesa no ano anterior.[96] Assim, Jorginho chegou e na estreia venceu o Santos, na Vila
Belmiro, por 3 a 1, contra um time que tinha Neymar, André e Ganso em campo. Logo em seguida,
em Pituaçu, o Bahia venceu o São
Paulo por 1 a 0, gol do xodó da torcida Gabriel, em seguida, empatou por 0 a
0 com o Atlético-MG, líder e
sensação do campeonato, e venceu o Vasco por 4 a 0 em pleno São
Januário, resultado que culminou na demissão de Cristóvão Borges do
comando vascaíno.
Essa sequência deu novo ânimo ao time, e confiança à torcida, que após
anos voltou a ver seu time vencer jogos importantes e convencer. Porém, a
vontade de ganhar perdeu força para as limitações técnicas do time, que eram
notórias, porém esquecidas por bons resultados vindos da superação dos atletas.
Derrotas importantes e empates seguidos não afastaram o suficiente o Bahia da
zona de rebaixamento, o que levou o clube às últimas rodadas precisando vencer
para fugir de nova humilhação. Após vencer a Ponte
Preta por 1 a 0, em Pituaçu, empatou em 1 a 1 com o Náutico, também em Pituaçu,
levando a decisão para o último jogo. O já rebaixado Atlético-GO nem se
esforçou, mas ainda assim o Bahia encontrou dificuldades para vencer o jogo. O
gol salvador saiu dos pés de Rafael, aos 26 do segundo tempo. O Bahia, pelo
segundo ano seguido, conseguiu escapar do rebaixamento.
Em dois anos seguidos o clube obteve maus resultados em torneios
importantes, e inúmeros jogadores e treinadores foram contratados e
dispensados, sem organização nem planejamento. Aliado a isso, insucessos em
campo anos seguidos fizeram de Marcelo Guimarães Filho e Paulo
Angioni alvos da torcida, que iniciaram protestos seguidos almejando sua
renúncia, além de renovação no Estatuto do Clube para que os sócios pudessem
eleger quem quisesse, além de poderem se candidatar livremente.
2013: Pior campanha do
clube no estadual e inquietação da torcida
Em 2013, Marcelinho remodelou o estatuto, sem no entanto atender aos anseios da
torcida, de poder votar livremente para presidente. Na “carta
magna” promulgada pelo Presidente, os dois candidatos seriam escolhidos pelo
Conselho Deliberativo vigente, e os sócios, então poderiam votar neles. O
detalhe é que o Conselho é renovado após a eleição, em vez de antes, o que dá
brechas para que o continuísmo tão reprovado e contestado pela torcida possa
continuar a ocorrer.[97] MGF, tentando mascarar o feito, decidiu manter a base do ano anterior,
sem reforçar o elenco.
Contudo, a fragilidade de 2012 se repetiu, e o clube então foi eliminado na primeira fase da Copa
do Nordeste, com duas derrotas seguidas em Pituaçu para ABC e Ceará. Tal vexame rendeu ao
clube 40 dias sem jogos, o que fez a direção correr atrás de reforços,
tardiamente. No estadual, a inconstância e baixa qualidade do elenco fizeram o
Bahia realizar a pior campanha desde 1942 no Campeonato Baiano,[98] perdendo, inclusive, vexatoriamente para o Vitória na inauguração da Arena
Fonte Nova, por 5 a 1. Isso levou a demissão do técnico Jorginho. Joel Santana
voltou ao clube, após quase sete meses sem clube.[99]
Desanimado e com um time desqualificado em mãos, Joel durou apenas cinco jogos, e foi demitido após nova humilhação ante o Vitória, dessa vez por 7 a 3. Esse vexame rendeu também a demissão de Paulo
Angioni. O Bahia ainda foi eliminado na Copa
do Brasil para o Luverdense, na
segunda fase do torneio. Tal vexame apenas ratificou os temores da torcida nos
últimos anos: a fragilidade do elenco refletir negativamente para a imagem do
clube. Assim, a torcida iniciou protestos como o “Público Zero”, esvaziando os
estádios, almejando afetar economicamente o clube para tentar obter a renúncia
do presidente.[100]
Além disso, muitos torcedores de desassociaram do programa “Torcedor
Oficial do Bahia”, buscando o mesmo propósito. Torcedores ilustres e ídolos do
clube, como Bobô, Paulo Rodrigues, Jaques
Wagner, ACM
Neto, Ricardo Chaves, etc,
apoiados por jornalistas de diversos veículos esportivos, tais como Neto, Juca
Kfouri, etc, iniciaram um movimento, liderado por Sidônio Palmeira, intitulado
“Bahia da Torcida”, que almejava uma série de mudanças, a começar pela renúncia
do presidente do clube.[101] Buscando melhorar isso, Marcelinho trouxe para a gestão do futebol
Anderson Barros, que há seis meses antes havia saído do Botafogo, e para o comando técnico trouxe Cristóvão Borges,
ex-volante revelado no clube nos anos 70, e que havia sido demitido do Vasco após a goleada de 4 a 0
para o próprio Bahia, ainda em 2012.[102]
Sem forças, desacreditado pela torcida, e sem moral no mercado para
investir em boas contratações, o Bahia iniciou o Campeonato Brasileiro de 2013 inconstante e fragilizado. A derrota na estreia para o Criciúma por 3 a 1 aumentou a
desconfiança e insegurança da torcida com o time. Cristóvão Borges, contudo,
deu nova cara ao elenco que, ainda carente de reforços dignos de um grande
clube, conseguiu alcançar triunfos importantes, como o triunfo ante o Internacional por 2 a 1, em Caxias
do Sul, tirando a invencibilidade do clube colorado nos seus domínios; outro
resultado importante foi o triunfo ante o Botafogo também por 2 a 1, sendo este
de virada, e realizado em Aracaju. O maior destaque do torneio tem sido o centroavante Fernandão, que até
então é o artilheiro do certame com quatro gols. Com a pausa para a Copa das Confederações, o Bahia
permaneceu na oitava colocação, estando a 3 pontos do líder Coritiba.
Embora feliz com a situação agradabilíssima do time no torneio, a
torcida permanece protestando e clamando pela renúncia do presidente,
intensificadas após denúncias de fraudes nas divisões de base e processos
movidos contra o clube por falta de pagamento do FGTS aos atletas da base, o que levou a saída de vários nomes importantes e
valiosos para o tricolor.[103] [104]
A intervenção e revolução
no clube
Com tantos insucessos e descasos com o clube, Marcelo Guimarães Filho
resistiu por duas vezes a processos de intervenção no clube, onde conseguira,
na justiça, obter anulação de tal medida (em 2011 e em 2012). Contudo, em 2013,
enfim, a justiça determinou a intervenção no clube para a reforma do estatuto e
promoção de eleições diretas. O tão sonhado momento por parte da torcida tricolor,
enfim, parece estar tomando ares de concretização.
Aproveitando o momento, foi também determinado que fosse realizada uma
auditoria no clube. Mesmo com a intervenção no clube e diversos problemas
internos o Bahia vem realizando uma surpreendente campanha no Campeonato
Brasileiro, mostrando que a intervenção, até o momento, tem sido benéfica ao
clube.
No dia 17 de agosto de 2013 houve uma revolução no clube, pois nesse dia
em uma eleição direta com os sócios que houve na Arena
Fonte Nova foi estabelecido a reforma do estatuto do clube que dá a os torcedores
a tão sonhada democracia fazendo com que eles (sócios) possam ter a
oportunidade de votar nos próximos presidentes do clube; a vitória nas eleições
foi larga pois 3089 sócios votaram a favor da reforma e apenas 6 sócios votaram
contra a reforma, ou seja 99% dos votantes foram a favor.
No dia 7 de setembro de 2013 ocorreu a primeira eleição direta e
democrática da história do EC Bahia, acrescentando na vida do clube e dos
torcedores mais um dia inesquecível. Foi eleito Fernando Schmidt – que já tinha
sido presidente anteriormente – para a presidência até dezembro de 2014.[105] Em 13 de dezembro de 2014 ocorreu a segunda eleição direta, vencendo o
jornalista Marcelo Sant'Ana para o triênio 2015-2017.[106]